Nada é classificado como pronome indefinido, quando confrontamos duas frases do tipo: «o João deu alguma coisa (um livro)»/«o João não deu nada». Nesta frases, nada ocupa a posição de complemento directo numa construção negativa.
Contudo, com verbos intransitivos, nada tem um comportamento adverbial, idêntico ao de muito e pouco: «o João corre muito/pouco/nada».
Nada está, de resto, classificado também como advérbio no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências, ocorrendo em três tipos de emprego:
1. «Construções predicativas adjectivais ou adverbiais negativas para enfatizar de determinada qualidade ou estado: “Isso não é nada difícil”; “não estava nada convencida”.»
2. «Em construções verbais negativas para enfatizar a negação de determinada acção, processo ou estado: “Você disse que estava interessado. – Não disse nada isso!”»
3. «Em construções verbais negativas para indicar um grau, quantidade, intensidade, valor nulo ou quase nulo: “Ele não estudava nada.”»
Concluindo, nada pode também ser classificado como advérbio de intensidade, a par de muito e pouco.