O aportuguesamento de uma palavra estrangeira tem que ver com o seu uso no vocabulário corrente. Muitas vezes por razões menos boas (modismos e tiques importados de fora, via comunicação social, quase sempre). É o caso do implementar, que já existia na nossa língua e nas suas mais variadas acepções. É o que acontece sempre que um estrangeirismo (ou um neologismo) não vem acrescentar nada de novo: a língua empobrece-se em vez de se enriquecer. Cf. Respostas Anteriores.
Outras vezes, o estrangeirismo traz consigo o próprio significante, desconhecido até então ou mais preciso do que o que havia entre nós. A língua passou a ficar mais enriquecida. "Jeans" era (e é) uma marca de calças de um determinado estilo que não havia, pura e simplesmente. São de ganga, de facto, mas não são quaisquer calças de ganga, embora a sua tradução esteja correcta assim. O fenómeno de se ter imposto a palavra "jeans" (ou jines, em feição portuguesa), e não qualquer outra marca, é similar à identificação, por exemplo, de "xerox" para fotocopiadora (no Brasil) ou "gilette" com qualquer lâmina de barbear, como muita gente ainda faz ao comprá-la na loja da esquina. Uma questão esta de assimilação das marcas no vocabulário comum.
De qualquer modo, a sua referência no Glossário respeita apenas a um erro vulgar na sua ortografia de origem.
E para a próxima identifique-se, por favor, caro leitor.
Cf. A trajetória do jeans e denim
N.E. O autor escreve segundo a Norma de 1945.