No contexto da descrição gramatical portuguesa – pelo menos, nas últimas três décadas –, considera-se que são casos de derivação imprópria (ver Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984, p. 10) ou de conversão (cf. Margarita Correia e Lúcia San Payo de Lemos, Inovação Lexical em Português, Edições Colibri, 2005, p. 36).
Note-se, além disso, que, para falar-se de epónimos acerca dos casos em questão, deverá dizer-se que gillette ou gilete é que se relaciona tipicamente com esse conceito, visto que Gillette é o nome do inventor deste tipo de lâmina. Kispo pode também enquadrar-se entre os epónimos, visto ser nome comercial que, em Portugal, se tornou nome de uma peça de vestuário, que passou ao léxico comum como quispo. De qualquer modo, é de sublinhar que epónimo se refere à pessoa ou à coisa que dá nome a outra, e não o contrário; exemplo (do Dicionário Houaiss, s. v. epônimo): «Atena é o epónimo da cidade de Atenas.»
N.E – Alguns exemplos mais conhecidos de epónimos: aqui e aqui.