O aspeto imperfetivo está presente quando se descreve uma situação a partir do seu interior, sem considerar os limites inicial ou final:
(1) «O João abre / abria a porta.»
Nesta frase, localiza-se a situação no presente (abre) ou no passado (abria) sem indicar o seu desfecho. Exatamente o contrário acontece quando se utiliza o pretérito perfeito do indicativo:
(2) «O João abriu a porta.»
O recurso a este tempo/modo verbal permite perspetivar a situação do seu exterior apresentando-a como concluída. O recurso ao pretérito mais-que perfeito do indicativo permite apresentar a situação igualmente com este valor perfetivo.
Assim, por norma, o presente do indicativo e o pretérito do imperfeito do indicativo veiculam um valor imperfetivo. Não obstante, em algumas situações mais raras, o presente do indicativo pode associar-se ao valor perfetivo, sobretudo em casos em que o verbo é acompanhado de advérbios como agora, «neste momento» ou sempre1:
(3) «Agora, a Rita chega à meta.»
(4) «O Rui termina o exercício sempre em primeiro.»
Disponha sempre!
1. Cf. Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Caminho, pp. 144-145.