No quadro do Dicionário Terminológico, documento que constitui a referência para a análise gramatical em contexto escolar, em Portugal, o predicativo do sujeito pode ter várias naturezas:
(i) grupo nominal: «Eu sou o amigo do João.»
(ii) grupo adjetival: «Eu estou feliz.»
(iii) grupo preposicional: «Eu estou na biblioteca.»
(iv) grupo adverbial: A biblioteca fica ali ao fundo.»
Deste modo, verbos copulativos, como estar e ficar, podem ser acompanhados de constituintes adverbiais ou preposicionais com valor locativo de modo a «descrever a localização espacial dos indivíduos durante um período mais ou menos longo, mas nunca concebido como permanente»1. Esta não é uma perspetiva consensual entre os gramáticos2. Não obstante, é a que foi adotada no quadro gramatical escolar em Portugal.
Deste modo, na frase transcrita em (1), o constituinte «Em Tenerife» desempenha a função de predicativo do sujeito, uma vez que está inserido numa frase onde se encontra o verbo copulativo ficar e predica sobre a localização espacial do sujeito:
(1) «A primeira paragem foi em Tenerife.»
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1. Cf. Raposo in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, p. 1331.
2. Para mais informações, leia-se Raposo in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 1331 e ss.