Tomando como base as entradas do Dicionário da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa, percebemos que todos estes verbos descrevem determinados atos de fala associados à emissão de voz.
Recitar é usado para descrever a leitura de «um texto para uma audiência em voz alta e clara» ou ato de «dizer em voz alta e pausadamente algo que se sabe de cor». Pode também ser usado de forma algo depreciativa para referir uma narração feita «de modo monótono ou desinteressante [de] uma sequência de factos».
Declamar descreve o ato de «falar com entoação e gestos apropriados ao conteúdo do que se diz, procurando produzir determinado efeito no ouvinte» ou de «falar de forma teatral, em tom enfático ou solene».
Como se pode perceber pelos sentidos apontados atrás, declamar e recitar podem, em muitos contextos, ser usados como sinónimos.
Já o verbo falar tem uma significação mais abrangente, sendo usado para referir, em traços gerais, a «faculdade de exprimir o pensamento por palavras; capacidade de falar» ou, em traços mais específicos, a «maneira de pronunciar, de articular».
Em síntese, e em termos linguísticos, na relação entre os três verbos apontados pelo consulente, falar é um hiperónimo1 de recitar e declamar, que, por seu turno, são frequentemente sinónimos.
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1. O conceito de hiperónimo aplica-se a uma palavra que tem um sentido mais geral relativamente a outras que têm um sentido mais específico, os hipónimos, tal como acontece na relação entre peixe (termo hiperónimo) e dourada e sardinha (termos hipónimos).