«Namorar com» é construção correta. O que acontece é que as opiniões se dividem quanto à análise de «namorar com», como bem ilustra o que menciona o consulente.
Mesmo assim, nos dicionários mais recentes (incluindo os elaborados em Portugal1), considera-se que «namorar com» é exemplo do uso de namorar como verbo transitivo indireto e a expressão introduzida por com é complemento verbo. Esta classificação não é propriamente uma novidade, pois já se encontra em obras normativas anteriores – caso do Dicionário Prático de Regência Verbal de Celso Pedro Luft, que, sobre «namorar com», observa:
«OBS. A regência primitiva é de transitivo direto – namorá-lo –, aliás no sentido de 'inspirar amor a ’, evolução que é de "enamorar". Puristas condenam, por isso, a regência "namorar com..." [...], que no entanto é normal considerando-se os traços 'companhia, encontro’ e 'conversa’ (v. "conversar" ‘namorar’) — uso “perfeitamente legitimo, moldado em 'casar com' e 'noivar com'” (Aurélio). “E o Dr. Carmo, namorando agora com aquela sem-vergonha” (José Lins do Rego: Jucá). “O Promotor namorava com a filha do coronel Quincas" (Bernardo Élis: Aurélio) [...].»
1 Ver Infopédia e Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa.