Embora tenha um significado próximo de informar, de acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, o verbo esclarecer, seguido de complemento introduzido pela conjunção que, não leva a preposição de, antes da referida conjunção, ao contrário do que acontece com o verbo informar.
Assim:
1 — «Esclarecemos alguém sobre/acerca de alguma coisa.»
Ex.: «Devemos esclarecer V. Ex.ª sobre os/acerca dos conteúdos da proposta.»
O verbo esclarecer também se usa ou com um nome abstracto ou com uma oração completiva intoduzida pela conjunção que, sem nenhuma preposição a precedê-la:
«Devemos esclarecer os conteúdos da proposta» (nome abstracto: «conteúdos»); «devemos esclarecer que, nesta proposta, não...» (oração: «que, nesta proposta, não...»).
Note-se que os dicionários de verbos e os dicionários gerais consultados não legitimam a primeira frase a) (o ? indica frase não aceitável):
?«Devemos esclarecer V. Ex.ª que, nesta proposta, não estão incluídos...»
Esta frase levanta problemas, porque quer «V. Ex.ª» quer a oração «que, nesta proposta...» realizam ambas o complemento directo, não podendo sequer formar um constituinte complexo (o * indica agramaticalidade):
«Devemos esclarecer V. Ex.ª e que...»
Não é, portanto, aconselhável sobrepor à construção «esclarecer alguém sobre alguma coisa» a construção em que o verbo selecciona uma oração («esclarecer que alguma coisa é o caso»). Pode-se, no entanto, recorrer a uma construção nominal (p. ex., «o facto de...) complementada por uma oração de infinitivo (p. ex., «nesta proposta, não estarem...»):
«Devemos esclarecer V. Ex.ª sobre o facto de, nesta proposta, não estarem incluídos...»
2 — «Informamos alguém de (+ substantivo)...» e «informamos que...»:
Ex.: «Informei-o da minha decisão.»; «Aproveitamos para informar que a proposta é válida»;
Mas «informamos alguém de que...»:
«Aproveitamos para informar V. Ex.ª de que esta proposta é válida.»
Nos exemplos da pergunta relativos a informar, é a frase b) que está correcta.