De facto, os chamados estrangeirismos devem ter um tratamento especial, seja ele entre aspas, seja em itálico. Contudo, neste caso em concreto, nutricoaching, estamos perante um caso diferente. Acontece que este substantivo, que pode ter como correspondente «orientador nutricional» (sendo que não se pode confundir com um nutricionista, porque, neste caso, o nutricoaching tem por objetivo equilibrar as emoções aos comportamentos alimentares, de alguma forma pretende motivar os bons comportamentos alimentares), é um hibridismo, numa primeira instância, e uma amálgama, numa segunda. Veja-se então:
– é um hibridismos porque a um constituinte do português associa outro constituinte de uma língua diferente/estrangeira»: o anglicismo coaching;
– é uma amálgama, porque estamos perante uma nova unidade lexical que se formou a partir da fusão de duas outras: nutri (elemento de formação de palavras que exprime a ideia de nutrição, alimentação) + coaching (anglicismo).
Não obstante o exposto, cabe salientar que a palavra terá origem em território português, como sugere uma pesquisa Google, cujos resultados incluem até uma marca registada (cf. Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
Posto isto, trata-se de um caso dúbio, de pseudoestrangeirismo1, que, à semelhança de pedipaper, se escreverá em itálico, apesar de conter um elemento de composição de feição portuguesa.
1 Os dicionários de língua inglesa consultados – Cambridge Dictionary, Oxford Learners Dictionaries –, não atestam a palavra nutricoaching.