Sendo o verbo habituar/habituar-se um verbo transitivo direto, seleciona complemento direto.
Perante a indecisão da função sintática desempenhada pelo pronome pessoal átono de um verbo pronominal, deve aplicar-se o teste do pronome pessoal (forma acusativa ou dativa) na terceira pessoa: -o(s),-a(s) / -lhe(s).
Exemplifico:
(i) «Eu habituei o João a bons passeios matinais.»
(ii) «Eu habituei-o complemento direto a bons passeios matinais.»
(iii) «Eu habituei-me complemento direto a bons passeios matinais.»
A pronominalização do grupo nominal pelo pronome pessoal átono -o prova que o grupo nominal desempenha a função sintática de complemento direto. Logo quando utilizamos o verbo pronominal [flexionado com os respetivos pronomes pessoais átonos -me, -te, -se, -nos, -vos, -se (forma acusativa)], o pronome desempenha a mesma função sintática.
Assim, na frase em apreço o pronome -me em «Habituei-me» desempenha a função sintática de complemento direto, dado que o verbo é transitivo direto.
Pode aplicar o mesmo teste para identificar o complemento indireto.
Exemplifico com o verbo conferir, que também aparece na frase:
(iv) «Eu conferi determinados poderes ao Pedro.»
(v) «Eu conferi-lhe complemento indireto determinados poderes.»
(vi) «Eu conferi-vos complemento indireto determinados poderes.»
A substituição pelo pronome pessoal átono na forma dativa (-lhe ,-lhes) identifica o complemento indireto.