DÚVIDAS

Pronomes átonos enclíticos

A propósito de pronomes átonos enclíticos, gostaria de saber a opinião da SLP no que diz respeito à seguinte questão.
De acordo com uma regra da gramática portuguesa, numa combinação duma forma verbal terminada em -s e um pronome átono enclítico no caso acusativo, a forma verbal deve escrever-se sem o -s final, acrescentando-se um l- inicial ao pronome:
Tu compra-lo, nós compramo-lo, tu tem-lo, nós temo-lo, tu põe-lo, nós pomo-lo.
Numa gramática da língua portuguesa (há poucos anos publicada na Inglaterra) afirma-se, no entanto, o seguinte: A combinação da forma verbal da segunda pessoa do singular 'pões' e o pronome átono enclítico no caso acusativo 'o' deve escrever-se (e pronunciarse) 'põe-no', quer dizer, como se se tratasse da forma verbal que corresponde à terceira pessoa do singular.
Agora as perguntas:
1) Como se escreve e pronuncia, actualmente, esta combinação no Português europeu?
2) Como se deve escrever e pronunciar segundo a língua padrão?
O motivo desta minha pergunta se baseia no facto de eu ser professor de Português. E visto a afirmação na gramática inglesa mencionada é contrária às regras como até agora as conhecemos, os meus alunos e eu estamos ávidos de saber 'como é que devemos dizer'.

Resposta

1 – "Tu compra-lo", " nós compramo-lo", "tu tem-lo", "nós temo-lo", "tu põe-lo", "nós pomo-lo". Está certo, porque não se trata do presente do indicativo, quando a forma verbal não acaba em nasal.

2 – Ele põe-no (pres. ind.) e põe-no! (imperativo, 2ª pes. do sing.), dado que õe é um ditongo nasal. Em nenhuma destas formas há s no fim do verbo.

Quanto à pergunta, propriamente:

Tanto pode usar a norma portuguesa como a brasileira. Depende da preferência dos alunos, fundamentalmente conforme o país do destino seja Portugal ou o Brasil. Isto claro, quando há diferenças, de pronúncia ou outras, o que não parece ser o caso levantado pelo consulente Lars Hedin.

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa