A forma qui-lo está correta e é a única possível quando a quis se pospõe o pronome o/a.
Conjugado pronominalmente, o verbo querer na primeira e terceira pessoas do singular pretérito perfeito do indicativo, i. e., na forma quis, tem como formas corretas qui-lo e qui-la, quando seguido pelo pronome átono o/a. Por exemplo:
(1) «A Joana quis o bolo de chocolate».
Em (1), a substituição do complemento direto «o bolo de chocolate» por um pronome com a mesma função resulta em:
(2) «A Joana qui-lo».
Apesar de possivelmente causar estranheza, pela homonímia com o nome quilo, em (2) segue-se a regra prevista: o verbo termina em -s e, por isso, este -s é omitido e ao pronome do complemento direto -o/-a/-os/-as acrescenta-se um l (o mesmo procedimento ocorre com verbos finalizados em -r e -z).
Apresenta-se um exemplo adicional retirado de um livro de Eça de Queirós, O Primo Basílio (in Corpus do Português):
(3) «[...] mando-te essa rosinha, e peço-te que faças o que fizeste à outra, trazê-la no seio, porque é tão bom quando vens assim, sentir-te o peitinho perfumado. A Tia Vitória, sufocada, qui-la mostrar à sua velha amiga, a Pedra, a Pedra gorda, que estava na saleta.».
Relativamente à conjugação da terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo querer1 («ele quer»), quando combinada com os pronomes do complemento direto o/a/os/as, aceitam-se as formas quere-o ou qué-lo (consulte-se informação mais detalhada sobre o assunto aqui e aqui). Nada disto acontece com quis seguido de pronome, porque só é possível uma única forma: qui- (qui-lo).
1 Note-se que na segunda pessoa do singular do presente do indicativo não se preveem duas formas quando lhe agregamos o pronome do complemento direto: «tu queres o bolo» = «tu quere-lo». Aqui, o -s cai e agrega-se o l ao pronome do complemento direto.