O acervo lexical do português deriva de duas vias: a via erudita, de pendor literário (latim clássico), e a via popular, que chegou pelo latim vulgar.
Por o português ter no seu léxico vocábulos que chegaram por duas vias, existem na língua palavras divergentes e palavras convergentes. As primeiras derivam do mesmo étimo mas têm uma forma diferente: por exemplo, em português, os substantivos mácula e mancha derivam do étimo latino macula, mas mácula chegou pela via erudita, e mancha, pela via popular.
No que respeita às palavras convergentes, sucede o oposto — são vocábulos que derivam de étimos diferentes mas que se tornaram palavras homólogas em português. Por exemplo, o nome rio deriva de rivu, e o verbo rio deriva de rideo.
Salienta-se que o núcleo lexical do português deriva da via popular, ou seja, a tipologia das palavras portuguesas é altamente marcada pelo léxico que deriva do latim vulgar.
Em relação às outras duas questões que apresenta, estas serão de carácter mais subjectivo. Enquanto professor de Língua Portuguesa será aconselhável ter algum conhecimento sobre esta matéria para poder responder a eventuais questões levantadas pelos alunos; e enquanto aluno de uma outra língua românica, o conhecimento da origem do léxico da língua poderá ajudar a compreender melhor as diferenças entre os idiomas. Todavia, a decisão de aprofundamento desta matéria é pessoal e estará relacionada com os objectivos de cada pessoa.
Bibliografia:
Mattoso Câmara Jr., J. (1975), História e Estrutura da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro.
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