Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Sónia Dias Estudante Rio de Janeiro, Brasil 6K

Gostaria de saber onde existe a redundância nas seguintes frases:

a) «Com o manual, o usuário dispensa a necessidade de memorizar os comandos.»

b) «O desmatamento de grandes florestas é um crime contra a natureza.»

c) «Os guerreiros valentes queriam revidar o ataque.»

d) «A família é o alicerce básico de qualquer sociedade.»

e) «O candidato apresentou uma política voltada para o bem comum de todos.»

Obrigada pela informação.

Gílson Celerino Estudante Hanôver, Alemanha 18K

Escrevo-lhes em parte para pedir esclarecimentos, em parte para, com cuidadosa modéstia, contribuir.

Começo pela contribuição. Acerca da conjunção como, ao ler nesta resposta a categórica afirmação de não-existência da pronúncia /cumo/ no Brasil, tenho de discordar.

Certamente não era do conhecimento dos senhores consultores — daqueles que formularam a resposta — a variação ortoépica existente no Nordeste brasileiro. Embora tida como ruralizante, a pronúncia /cumo/ ainda se encontra em pessoas mais velhas ou em falantes que vivam mais afastados dos grandes centros urbanos. Tal fato se torna bastante notável em frases que contenham a expressão de realce é que. Por exemplo: «Como é que vai a senhora?» pode soar, no Nordeste do Brasil, da seguinte maneira: /cumé qui vai a sinhóra?/, em que ocorre elisão de como + é.

Em seguida, a respeito do tema em apreço ainda me restam dúvidas relativamente à pronúncia doutras palavras. Em se tratando de língua portuguesa, que palavras são, por natureza, átonas? Há classes gramaticais de palavras inteiramente átonas?

De acordo com o que aconselham, deve-se proferir /cômo/; se se trata de dissílabo átono, como se explica a preferência pelo o fechado, em contraste com porque /purque/? Sem contar com outros monossílados átonos, por exemplo: por, com.

Muito obrigado pela atenção.

Alexandre Leite Tradutor Guimarães, Portugal 4K

O nome do nosso país vizinho é escrito lá assim: España, com um ñ. E nós escrevemos nh para que a pronúncia seja a mesma. Não faria sentido escrever "Alhende" em vez de Allende? Sim, eu sei que «não se traduzem os nomes próprios». Mas eu não estaria a traduzir o significado do nome mas apenas a manter a sua pronúncia. Se não podemos mesmo mexer nos nomes próprios, então um nome árabe teria de ser escrito com grafia árabe, certo?

Obrigado pela vossa resposta!

Márcia Franco Estudante Leiria, Portugal 16K

Gostaria de saber qual o acto ilocutório presente na frase «Está aberta a audiência». A minha dúvida está entre o acto ilocutório declarativo e o acto ilocutório declarativo assertivo. Obrigada.

Flávio Silva Técnico postal Lisboa, Portugal 6K

Um adjectivo para qualificar a pessoa que não valoriza e ri com os seus próprios erros?

Sofia Medeiros Professora do 3.º ciclo Ponta Delgada, Portugal 20K

Gostaria que me ajudassem a encontrar expressões populares portuguesas sobre a mulher ou dona de casa.

Ana Raposo Professora Ponta Delgada, Portugal 5K

Como se deve dizer: «vila de Lagoa», ou «vila da Lagoa»?

Obrigada.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 113K

Em palavras compostas em que o primeiro elemento é um verbo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, e o segundo é um substantivo, sendo ambos unidos por hífen, geralmente este último aparece no plural: saca-rolhas, porta-malas, guarda-volumes, salva-vidas, etc.

O fato de o último estar no plural, mesmo quando a palavra composta ao qual pertence está no singular, parece-me ter um lógica: um saca-rolhas é um instrumento que pode sacar muitas rolhas e não apenas uma rolha; um porta-malas, porta (pode conter) várias malas e não apenas uma; num guarda-volumes, guarda-se sempre mais de um volume; um salva-vidas de praia, ao longo de sua vida profissional, ou mesmo em um único dia, pode salvar muitas vidas humanas.

Casos há, todavia, em que o segundo elemento vem mesmo no singular, quando a palavra composta está no singular, indo ao plural somente quando esta se pluraliza: guarda-roupa, guarda-fato, guarda-louça, lava-louça, lava-roupa. No plural: «dois guarda-roupas»; «cinco lava-louças». Parece ser porque o segundo elemento, embora esteja no singular, tem sentido plural. Exemplificando, roupa pode ser uma peça de roupa como um conjunto de peças de roupa. O mesmo ocorre com louça.

Em guarda-chuva, parece que chuva pode ser a chuva de um momento ou toda a chuva de um período ou ano ou anos. Daí o fato de chuva estar no singular, já que tem também o sentido plural.

É o guarda-sol, e não o "guarda-sóis", pois há somente um sol.

No caso de palavras compostas análogas formadas no Brasil, creio que, às vezes, o segundo elemento está erroneamente no singular quando deveria estar no plural. Isto ocorre porque os brasileiros tendem a dizer as coisas mais no singular do que no plural. Exemplo: mata-burro.

Lembro-me ainda que aquela assombração conhecida como chupa-cabras era chamada de chupacabras no México, e no Brasil era conhecida como chupa-cabra.

Feitas estas considerações, gostaria de vos indagar, ilustres e eruditos consultores, se há alguma regra para manter o segundo elemento no plural ou no singular, quando a palavra composta ao qual pertence está no singular. As observações que fiz acima estariam corretas e seriam esta regra?

Muito obrigado.

Sofia Martinho Professora Porto, Portugal 5K

Gostaria de saber se é incorrecta a designação «fenómeno sintáctico», ou se há alguma diferença entre recurso sintáctico e fenómeno sintáctico.

Muito obrigada!

Fernando Rocha Estudante de Engenharia Informática Coimbra, Portugal 25K

Gostaria de saber a diferença dos termos língua e idioma e qual dos dois devo usar para permitir ao utilizador ajustar a língua (ou idioma) do texto disponibilizado na aplicação.

Gostava também de sugerir que adicionassem aos "Erros mais frequentes" a utilização do termo linguagem em vez do termo língua/idioma.

Desde já obrigado.