Gostaria de saber onde existe a redundância nas seguintes frases:
a) «Com o manual, o usuário dispensa a necessidade de memorizar os comandos.»
b) «O desmatamento de grandes florestas é um crime contra a natureza.»
c) «Os guerreiros valentes queriam revidar o ataque.»
d) «A família é o alicerce básico de qualquer sociedade.»
e) «O candidato apresentou uma política voltada para o bem comum de todos.»
Obrigada pela informação.
Escrevo-lhes em parte para pedir esclarecimentos, em parte para, com cuidadosa modéstia, contribuir.
Começo pela contribuição. Acerca da conjunção como, ao ler nesta resposta a categórica afirmação de não-existência da pronúncia /cumo/ no Brasil, tenho de discordar.
Certamente não era do conhecimento dos senhores consultores — daqueles que formularam a resposta — a variação ortoépica existente no Nordeste brasileiro. Embora tida como ruralizante, a pronúncia /cumo/ ainda se encontra em pessoas mais velhas ou em falantes que vivam mais afastados dos grandes centros urbanos. Tal fato se torna bastante notável em frases que contenham a expressão de realce é que. Por exemplo: «Como é que vai a senhora?» pode soar, no Nordeste do Brasil, da seguinte maneira: /cumé qui vai a sinhóra?/, em que ocorre elisão de como + é.
Em seguida, a respeito do tema em apreço ainda me restam dúvidas relativamente à pronúncia doutras palavras. Em se tratando de língua portuguesa, que palavras são, por natureza, átonas? Há classes gramaticais de palavras inteiramente átonas?
De acordo com o que aconselham, deve-se proferir /cômo/; se se trata de dissílabo átono, como se explica a preferência pelo o fechado, em contraste com porque /purque/? Sem contar com outros monossílados átonos, por exemplo: por, com.
Muito obrigado pela atenção.
O nome do nosso país vizinho é escrito lá assim: España, com um ñ. E nós escrevemos nh para que a pronúncia seja a mesma. Não faria sentido escrever "Alhende" em vez de Allende? Sim, eu sei que «não se traduzem os nomes próprios». Mas eu não estaria a traduzir o significado do nome mas apenas a manter a sua pronúncia. Se não podemos mesmo mexer nos nomes próprios, então um nome árabe teria de ser escrito com grafia árabe, certo?
Obrigado pela vossa resposta!
Gostaria de saber qual o acto ilocutório presente na frase «Está aberta a audiência». A minha dúvida está entre o acto ilocutório declarativo e o acto ilocutório declarativo assertivo. Obrigada.
Um adjectivo para qualificar a pessoa que não valoriza e ri com os seus próprios erros?
Gostaria que me ajudassem a encontrar expressões populares portuguesas sobre a mulher ou dona de casa.
Como se deve dizer: «vila de Lagoa», ou «vila da Lagoa»?
Obrigada.
Em palavras compostas em que o primeiro elemento é um verbo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, e o segundo é um substantivo, sendo ambos unidos por hífen, geralmente este último aparece no plural: saca-rolhas, porta-malas, guarda-volumes, salva-vidas, etc.
O fato de o último estar no plural, mesmo quando a palavra composta ao qual pertence está no singular, parece-me ter um lógica: um saca-rolhas é um instrumento que pode sacar muitas rolhas e não apenas uma rolha; um porta-malas, porta (pode conter) várias malas e não apenas uma; num guarda-volumes, guarda-se sempre mais de um volume; um salva-vidas de praia, ao longo de sua vida profissional, ou mesmo em um único dia, pode salvar muitas vidas humanas.
Casos há, todavia, em que o segundo elemento vem mesmo no singular, quando a palavra composta está no singular, indo ao plural somente quando esta se pluraliza: guarda-roupa, guarda-fato, guarda-louça, lava-louça, lava-roupa. No plural: «dois guarda-roupas»; «cinco lava-louças». Parece ser porque o segundo elemento, embora esteja no singular, tem sentido plural. Exemplificando, roupa pode ser uma peça de roupa como um conjunto de peças de roupa. O mesmo ocorre com louça.
Em guarda-chuva, parece que chuva pode ser a chuva de um momento ou toda a chuva de um período ou ano ou anos. Daí o fato de chuva estar no singular, já que tem também o sentido plural.
É o guarda-sol, e não o "guarda-sóis", pois há somente um sol.
No caso de palavras compostas análogas formadas no Brasil, creio que, às vezes, o segundo elemento está erroneamente no singular quando deveria estar no plural. Isto ocorre porque os brasileiros tendem a dizer as coisas mais no singular do que no plural. Exemplo: mata-burro.
Lembro-me ainda que aquela assombração conhecida como chupa-cabras era chamada de chupacabras no México, e no Brasil era conhecida como chupa-cabra.
Feitas estas considerações, gostaria de vos indagar, ilustres e eruditos consultores, se há alguma regra para manter o segundo elemento no plural ou no singular, quando a palavra composta ao qual pertence está no singular. As observações que fiz acima estariam corretas e seriam esta regra?
Muito obrigado.
Gostaria de saber se é incorrecta a designação «fenómeno sintáctico», ou se há alguma diferença entre recurso sintáctico e fenómeno sintáctico.
Muito obrigada!
Gostaria de saber a diferença dos termos língua e idioma e qual dos dois devo usar para permitir ao utilizador ajustar a língua (ou idioma) do texto disponibilizado na aplicação.
Gostava também de sugerir que adicionassem aos "Erros mais frequentes" a utilização do termo linguagem em vez do termo língua/idioma.
Desde já obrigado.
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