Em primeiro lugar, deve saber que o prefixo tem duas formas: uma tónica, pré-, e outra átona, pre-. A forma átona ocorre em cultismos que há muito pertencem à língua, podendo o Dicionário Houaiss afirmar que «[...] é de presumir que, desses [cultismos], não poucos terão tido entrada como pré- (raro assim grafado), acentuação e abertura que logo desapareceriam com a frequência de uso da pal[avra] em causa; há, por conseguinte, uma forte relação de continuidade entre pré- e pre- [...].»
Relativamente a preestabelecer, o novo acordo ortográfico não traz alteração: como disse na resposta em referência, a palavra inclui a forma átona do prefixo, a qual continuará a ligar-se à base da prefixação (estabelecer), sem hífen (ver 5.ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras). Note que "prestabelecer", com contracção da vogal do prefixo com a da base, não se encontra atestado; o mesmo acontece com palavras que apresentam o sufixo átono, p. ex., preexistir e não "prexistir".
Quanto à forma tónica do prefixo, pré-, à semelhança de pró- e pós-, ela mantém o hífen no quadro do novo acordo, conforme se pode ler na Base XVI, 1.º, alínea f):
«f) Nas formações com os prefixos tónicos/tônicos acentuados graficamente pós-, pré- e pró-, quando o segundo elemento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as correspondentes formas átonas que se aglutinam com o elemento seguinte): pós-graduação, pós-tónico/pós-tônicos (mas pospor); pré-escolar, pré-natal (mas prever); pró-africano, pró-europeu (mas promover).»