Os adjetivos choroso, lagrimoso/lacrimoso, plangente
Queria perguntar sobre três adjetivos relacionados com o choro: choroso, lagrimoso (lacrimoso), plangente.
Como compreendi a partir das definições dos dicionários, estes adjetivos podem ser considerados como sinónimos. Contudo, parece que existe uma diferença estilística entre eles.
Choroso parece ser uma palavra neutra, enquanto lagrimoso (lacrimoso) e plangente parecem ser palavras cultas, pertencentes à literatura. Será assim mesmo?
Também encontrei os exemplos em que todos os adjetivos mencionados se usam com a palavra voz: «voz chorosa»; «voz lagrimosa»; «voz plangente».
Digam, por favor, se estas três combinações de palavras têm o sentido diferente. Se sim, quais são as diferenças?
Desde já agradeço.
A colocação do pronome em «bons olhos o vejam»
As minhas saudações a toda a equipe do Ciberdúvidas.
Gramáticas há que sugerem a formação proclítica de orações optativas «Bons olhos o vejam», «Bons ventos o levem», em vez de “Bons olhos vejam-no” e “Bons ventos levem-no”. Se eu entendi bem, poderia levantar a hipótese que orações desse tipo deriva de construção oracional do tipo «Eu desejo (que) …»?
Contudo, se se mudasse a ordem da oração, prevaleceria o fator de próclise “O vejam bons olhos” e “O levem bons ventos” ou mudaria para o fator de ênclise “Vejam-no bons olhos” e “Levem-no bons ventos”?
Porque, segundo gramáticas normativas, orações não podem iniciar por pronome oblíquos átonos. Acredito também que, se mantivesse a conjunção que, ficaria em próclise «Que os vejam bons olhos» e «Que os levem bons ventos», não é? Orações optativas e orações absolutas são a mesma coisa?
Então, que tendes a dizer-me de tudo isso?
Obrigado antecipadamente a toda a equipe por vir sanando muitas dúvidas do nosso idioma ao longo dos anos.
Sintaxe de «cair no esquecimento»
Na frase «O evento caiu no esquecimento.», o segmento «no esquecimento» não poderá ser complemento oblíquo?
Obrigada.
Conjunção vs. advérbio conectivo
Qual a diferença entre conjunção e advérbio conectivo?
Embatucar e embatocar
Embatucar ou embatocar? Qual delas está correta ou ambas estão?
Obrigado.
Vírgula e conjunções: «Mas, quando me vi...»
No brilhante livro Manual de boa escrita; vírgula, crase e palavras compostas, da prof.ª Maria Tereza de Queiroz Piacentini, ela afirma que o mas pode ser usado sem vírgula quando «inicia oração seguida de uma conjunção subordinativa».
Eis uns dos seus exemplos:
«Mas quando me vi sem saber o que comer, bateu o desespero.»
«Os instrumentos iam parando... Mas à medida que as velas se apagavam, outras luzes se acendiam.»
Naturalmente, eu teria usado uma vírgula após o mas em ambos os exemplos por acreditar ser uma intercalação.
Dito isso, venho lhes consultar a esse respeito e aproveito para estender minha dúvida ao mesmo caso em se tratando de outras conjunções como e, então etc. quando iniciam uma oração.
Agradeço desde já.
Objeto direto preposicionado: «...mede o litoral como à criança»
Respeitosa turma do Ciberdúvidas, como vão? Antes de qualquer coisa, é preciso agradecer muito muito muito pelo trabalho de vocês. Vocês não podem imaginar a quantidade de vezes em que salvam minhas dúvidas e me ajudam a seguir em frente no ofício da escrita. Me impressiona quando me vejo lendo artigos e respostas que vão de 1996 a 2024. É coisa linda mesmo. Vida longa!
Dito isso, queria tirar uma dúvida que sempre me pega. E que me surgiu numa passagem específica de algo que estou escrevendo. A saber: «...mede o litoral como à criança no batente da porta.» A ideia aqui é uma comparação: a pessoa em questão mede o litoral como mediria a altura de uma criança no batente de uma porta. Antes, a passagem não tinha crase: «...mede o litoral como a criança no batente da porta.» Entendo que ela estaria correta, seria uma comparação direta: mede o litoral como [mede] uma criança no batente.
Agora, revisando, me pareceu mais interessante o uso da crase. Além de esteticamente mais intrigante, acho que ajudaria a não confundir a leitura. Sem ela, a pessoa pode entender que se mede o litoral como uma criança o mediria no batente da porta. Essa crase está correta, não?
Por vezes, quando vamos dançando com os verbos, eles parecem aceitar uma regência indireta que normalmente não aceitam. Poderiam elucidar a questão? Além de entender se a crase faz sentido, gostaria de entender se estou doidão ou se essa variação de regência existe mesmo.
Desde já, muito obrigado! Abraços!
A grafia de niilismo
Em português, não é usual palavra com dois is seguidos sem que haja hífen... mas niilismo é exceção! Qual a justificativa?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Modificador do grupo verbal: «nem sempre»
Gostaria de confirmar a seguinte função sintática:
«Nem sempre consigo fazer o que gostaria.»
«Nem sempre»: modificador
Agradeço, desde já, a atenção.
O determinante possessivo e a expressão «descargo de consciência»
Como se deve dizer «por descargo da sua consciência» ou por «descargo de sua consciência»?
Grato do vosso trabalho!
