«Sou a enviar...»
Leio com crescente frequência a utilização do verbo "ser" onde sempre foi corrente o recurso ao verbo "estar". Por exemplo, numa mensagem de e-mail com um anexo, por vezes surge o texto «Sou a enviar em anexo (...)».
É correto, ou esta tendência resulta de más traduções de outras línguas onde não há esta distinção ser/estar e que acabam por ser incorretamente adotadas pelos portugueses?
O uso do advérbio latino circa
na datação de acontecimentos históricos
na datação de acontecimentos históricos
Tenho de escrever um texto sobre a Guerra de Troia, onde aparece a data em que tal evento se terá passado; sei que não existe uma certeza quanto às datas de início e de término, apenas que durou dez anos e que esses dez anos ficarão entre duas datas: 1260 a.C. e 1180 a.C.
Então, fazendo uso da abreviatura do termo circa (c.) escrevi: Agamemnon (Aγαμέμνων), rei de Micenas, conduz os helenos aos dez anos da Guerra de Troia (c. 1260 – c. 1180 a.C.).
Ou seja: tomei a Guerra de Troia como um evento por inteiro – como uma pérola, p. exemplo, que vale 10 anos – e que se move entre aqueles dois marcos da linha do tempo; logo, essa 'pérola' poderá situar-se mais para a esquerda ou mais para a direita daquele intervalo de tempo. No entanto, algumas pessoas com quem estou a trabalhar discordam deste uso do termo «circa», pois a informação que dá é que essa guerra poderia ter durado à volta de 40 anos. Compreendo este outro modo de ler circa.
Gostaria, pois, de saber se o uso que faço desta abreviatura está correto ou se terei de arranjar outro modo, sem abreviaturas, de dizer que a GT se passou algures entre aquelas datas...
Estabelecimento prisional,
penitenciária, cárcere e prisão
penitenciária, cárcere e prisão
Numa aula com formandos de um curso de magistrados em Timor-Leste, surgiu a dúvida sobre a diferença nas seguintes palavras: estabelecimento prisional, prisão, cárcere e penitenciária. Em dicionários são consideradas sinónimos, mas ao nível jurídico e histórico não é bem assim. Gostaria, se possível, que me esclarecessem.
Obrigada.
O paralelismo nas cantigas de amigo
Relativamente à cantiga de amigo Ai flores, ai flores do verde pino, é constituída por dísticos seguidos de refrão ou por tercetos?
O verbo vir como auxiliar
Posso conjugar somente o verbo vir? Alguns verbos são ruins de conjugar, principalmente no subjuntivo/conjuntivo. Então eu uso o verbo vir, para não haver erro. Ex: em vez de conjugar a primeira pessoa do singular do verbo reaver no pretérito imperfeito do subjuntivo como "se eu reouvesse", eu costumo usar "se eu viesse a reaver". É correto? Posso usar em todos os verbos?
A leitura de um grande número
Não sendo português, quando vim para Portugal, fiz algumas confusões com mil milhões e biliões, que esclareci através deste site. (Muito obrigado!) No entanto, já falei com alguns colegas e parece que ninguém é capaz de passar acima do milhar de milhão na leitura por extenso de um número. Qual seria a leitura do seguinte número em português de Portugal? 18 446 744 073 709 551 615
Obrigado e parabéns pelo vosso trabalho!
«Por favor» + imperativo formal
Após a locução «Por favor», põe-se o verbo no infinitivo ou no imperativo: «Por favor + fazer» (verbo no infinitivo)
ou «Por favor + faça» (verbo no imperativo)?
Adjetivo vs. particípio passado
Tenho-me deparado com a problemática de verbos no particípio que têm todos os indícios de serem adjetivos e vice-versa. Não consigo compreender exatamente quando esses verbos indicam uma ação terminada. Como exemplo, cito: «O sinal está vermelho»; «O sinal está fechado». Para mim, tanto «vermelho» quanto «fechado» podem indicar a continuação do verbo estar. Mas «vermelho» é adjetivo.
Outro exemplo: «A onça estava agitada e assustada.» Não posso dizer que a onça é assustada, não seria uma característica inerente a ela, mas sim ao momento. Como é possível definir de forma inequívoca o devido uso do particípio como verbo ou como adjetivo?
Desde já agradeço muito o auxílio de vocês.
Elle, delle e ele em verbos impessoais
No trecho abaixo, pode-se dizer que "elle" e "delle" atuam como pronome relativo, pois se referem a "Projecto de Constituição"? «Nós quanto antes jurassemos e fizessemos jurar o Projecto de Constituição, [...] mostrando o grande desejo, que tinham, de que elle se observasse já como Constituição do Imperio [...] e delle esperarem a sua individual, e geral felicidade Politica.»
Fonte: Constituição Política do Império do Brazil de 25 de março de de 1824.
Minha maior dúvida, contudo, não é essa e, sim, das relações históricas de utilização de tais pronomes. Certa vez, uma professora afirmou que em português arcaico "elle" era utilizado em orações sem sujeitos, tais como: chove, faz frio. Assim, segundo ela, eram utilizadas construções sintáticas como: «Elle Chove»; «Elle faz frio». Neste caso, "elle" referir-se-ia a um ser abstrato da natureza, algo metafísico, de cuja existência não se tem certeza. Isso procede? Nunca achei nenhuma referência que confirmasse tal alegação.
De qualquer maneira, agradeço a atenção.
A concordância verbal com sujeito composto ligado por nem
Gostaria de saber, das frases a seguir apresentadas, qual será a correta.
«Nem a Joana nem a Maria querem jantar.»
Ou:
«Nem a Joana nem a Maria quer jantar.»
Obrigada
