Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 27K

Cada vez mais oiço na rádio e na televisão as mais diversas pessoas – jornalistas, comentadores, políticos, até médicos – dizerem "circuíto", "intuíto" e "fortuíto". Pelo andar da carrruagem, o muito vai passar a "muíto" – sabido, como se sabe, como é o rolo compressor da televisão na propagação do erro!...

Pergunto: a que se deve esta onda arrasadora da prolação tradicional do ditongo ui?

Muito obrigado.

Sílvia Pereira Professora Ponta Delgada, Portugal 8K

Na frase «O mais importante para se levar numa viagem é uma boa ideia», o vocábulo para é uma preposição simples, ou é uma conjunção subordinativa final?

Obrigada.

Maria Henriques Professora Elvas, Portugal 1K

«Com o bater das armas» desempenha a função sintática de complemento oblíquo na frase «os pátios ressoavam com o bater das armas»?

Obrigada.

Eduardo Gobi Estudante São Paulo, Brasil 4K

É correto utilizar o plural de um título nobiliárquico masculino para se referir a pessoas de ambos os géneros que detenham o mesmo título?

E se não, há alguma forma de assim o fazer sem ter de repetir o título em sua versão feminina?

Por exemplo, «Imperadores Constantino e Helena» (em vez de Imperador e Imperatriz), «Príncipes Luiz, Fernando e Maria» (em vez de Príncipes e Princesa).

Diogo Lopes Estudante Porto, Portugal 7K

A expressão "A obra fala sobre...", "O livro fala sobre", "O texto fala de" existem/estão corretas ou não na língua portuguesa?

Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 10K

Na gramática de Fernando Pestana (2019), ele diz que locuções adjetivas (à bela, à lenha, etc.), adverbiais (às pressas, à vista, etc.), conjuntivas (à medida que/à proporção que) e prepositivas (à custa de, à moda de, etc.) levam crase «porque a preposição a que inicia tais locuções se funde com o artigo a que vem antes do núcleo feminino. O acento grave é fixo» (p .785). Assim ensinam muitos gramáticos (Nicola/terra,etc).

Entretanto Manoel P. Ribeiro, na sua gramática, 2011, pág. 307, diz: «A tradição gramatical assinala com acento grave certas locuções (adverbiais,prepositivas e conjuncionais ,adjetivas) em que verdadeiramente não ocorre crase. O acento grave é empregado para diferenciar a preposição a do artigo a.»

[Evanido] Bechara em sua gramática, 2009, diz que o acento grave tem duas funções e uma delas é «representar a pura preposição a que rege um substantivo feminino singular, formando uma locução adverbial» (pág.308).

Então há crase (fusão artigo+preposição ) ou só acento grave assinalando a preposição nas locuções adverbiais, prepositivas , conjuncionais e adjetivas? Qual das duas visões é a correta ?

Grato pela ajuda.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 3K

O prefixo vice-, por sua origem, tem mais que ver com substituição ou com inferiorização?

Obrigado.

Ana Reis Estudante Portugal 2K

Preciso de encontrar um termo na língua portuguesa que sintetize a ideia de «partilha de casa» e, já que corresidente se apresenta como uma palavra correta, poderia considerar o conceito de "corresidência"?

Encontro esta palavra em estudos de origem brasileira, mas não nos dicionários ou estudos portugueses.

Em caso negativo, que outros se afigurariam mais adequados?

Thiago Camargo Professor Campinas, Brasil 13K

É comum observar-se a expressão "Se ocorre P, então ocorre Q", tanto na linguagem coloquial quanto em contexto técnico.

Neste caso, ocorrem-me duas possíveis classificações, que parecem ser, em princípio, conflitantes.

1) A oração «Se ocorre P» é subordinada adverbial condicional, e a oração «então ocorre Q» é a oração principal, em que «então» desempenha função de advérbio. Observa-se que a omissão ou troca de "então" não resulta em qualquer diferença nas sentenças.

2) A oração «Se ocorre P» não parece assumir o papel de oração coordenada sindética. Contudo, é possível omitir-se a partícula se e manter-se a sentença «Ocorre P, então ocorre Q», de sorte que ocorram duas orações coordenadas, sendo a segunda uma oração sindética conclusiva.

Parece-me razoável concluir que a ocorrência de se na primeira oração implica a classificação obtida em (1), dado que não é possível atribuir a se outro valor morfológico senão o valor de conjunção.

Gostaria, por gentileza, de vossa opinião a respeito do assunto.

Grato.

Valeria Orrú Comercial eventos Barcelona, Espanha 3K

Encontrei a frase «Duvido que o Zé fosse capaz de fazer uma coisa dessas» nas soluções dum livro de exercícios de Português para estrangeiros.

Embora as regras da consecutio temporum indiquem que a subordinada deveria levar o conjuntivo presente «Duvido que o Zé seja capaz de fazer uma coisa dessas», ao mesmo tempo, parece-me correta a utilização do imperfeito, com o fim de atribuir à oração uma perspetiva presente de um momento no passado: duvido (agora) que o Zé fosse capaz (no passado)...

Por outro lado, poderíamos utilizar o pretérito-mais-que-perfeito do conjuntivo: «Duvido que o Zé tenha sido capaz de fazer uma coisa dessas»?

Muito obrigada pela ajuda.