Em Jerônimo Soares Barbosa (1735-1816), Gramática Filosófica da Língua Portuguesa, pág. 147, ocorre o seguinte passo:
«Todos estes nomes próprios passam, por virtude dos Artigos, a tomarem-se em sentido comum.»
Pois bem, aí, «por virtude de» equivale a «por causa de»?
Muito obrigado.
Sobre as novas medidas que começam às 00h de 15 de janeiro, ou seja, no inicio de sexta-feira, podemos dizer 00h e meia-noite?
Por exemplo, as novas medidas começam à meia-noite de sexta-feira? É a mesma coisa (tal como 12h é o mesmo que meio dia)?
Obrigado e feliz 2021,
Usa-se correntemente a expressão «imagino o que não...» (terá dito, terá custado, etc.)
Gostava de saber qual é a lógica desta expressão, pois o mais correcto parece ser «imagino o que...».
O consulente segue a norma ortográfica de 45.
Como de fato se escrevem as palavras "Fulani", "Fiji", "Mali", "Bali", "Omani", "Origami", "Tsunami", "Maori", "Hindi", "Bengali", "Somali", já que parece que todas são paroxítonas, embora não tenham acento?
Obrigado.
P.S.– Parabéns a todos que fazem este excelente trabalho no Ciberdúvidas, que é um dos grandes baluartes atuais de nossa língua!
Qual destas sequências, se alguma, está correta?
«Uma colcha branca de algodão, com cheiro a lavado», ou «uma colcha branca de algodão, com cheiro a lavada»?
Bem hajam!
Precisava de ajuda para esclarecer as funções sintáticas presentes na frase "Não percebo nada de informática."
Assim, pedia a vossa colaboração para responder às seguintes questões que surgiram em sala de aula:
1. O constituinte "de informática" é complemento oblíquo e "nada" (assumido como advérbio de quantidade e grau, tal como "muito" e " pouco") é modificador do grupo verbal?
Ou 2. podemos considerar que o complemento direto é a expressão "nada de informática", ainda que não possa ser substituída pelo pronome de complemento direto, (a frase "Não o percebo.", não sendo agramatical, não tem o mesmo significado)?
Parece-me mais ou menos claro que, se omitíssemos um destes constituintes e tivéssemos frases como:
1. "Não percebo nada."
2. "Não percebo de informática."
o constituinte "nada" seria o complemento direto, na frase 1. e "de informática" o complemento oblíquo na frase 2. Ou estarei enganada?
Agradeço, antecipadamente, a vossa colaboração. i
A respeito da origem da nasalidade em mui/muito, José Joaquim Nunes, no seu Compêndio de Gramática Histórica (1975[1911]), afirma o seguinte:
«embora MUI e MUITO sejam formas clássicas, nas cantigas 38 e 453 do Cancioneiro da Ajuda [séc.XIII], aparecem já nasaladas, como mostram as grafias MUYN e MUINTO donde se conclui não se moderna na língua a nasalização(...).»
Já o gramático Said Ali, na sua Gramática Histórica da Língua Portuguesa (1964[1931]), pensa diferente:
«No extraordinariamente usado MUITO , foi tão tardia a mudança, que o cantor d'Os Lusíadas [séc. XVI] ainda podia dar-lhe para rima FRUITO e ENXUITO. Não se sabe a data da alteração definitiva, porque em MUITO e MUI nunca se assinalou – caso único – a vogal nasal pela escrita. Que em português antigo se pronunciava a tônica como U puro e fora de dúvida, porque, em caso contrário, não lhe faltaria o til, sinal tão profusamente usado naquela época.»
1) O Cancioneiro da Ajuda é do séc.XIII, e Os Lusíadas do séc. XVI, qual dos estudiosos está certo ?
2) Há atualmente consenso entre os estudiosos a respeito de um período específico sobre o começo da nasalidade em mui e muito?
Grato pela resposta.
À porta de uma mercearia em Alverca lê-se num cartaz: «Há vinho da Calhandriz e pão da Arruda.»
Em conversa com alguns fregueses, constatei que é costume nas redondezas usar-se o artigo definido a (além das contrações preposicionais da e na) para fazer referência a estas duas povoações, sobretudo entre os nativos e os mais idosos.
Em todo o caso, quaisquer alusões a Calhandriz e Arruda (dos Vinhos) são-nos apresentadas, regularmente, e dependendo do contexto, de forma neutral.
Vejam-se alguns títulos do jornal O Mirante:«Um morto e 34 infetados em lar de Arruda dos Vinhos' (e não «'da' Arruda dos Vinhos»); ou «A Guarda Nacional Republicana emitiu um parecer de segurança negativo à instalação de duas novas caixas multibanco em Calhandriz» (e não «'na' Calhandriz»).
No entanto, e noutra edição, o mesmo jornal destaca: «Ser compositor e músico é ter uma profissão demasiado dura para não se gostar dela. Quem o diz é Telmo Lopes, [...] compositor natural da Calhandriz [....].»
Perante isto, deverão estes fenómenos linguísticos ser encarados como norma ou apenas como meros regionalismos? E qual é, na verdade, o género dos topónimos Calhandriz e Arruda dos Vinhos?
Agradeço à Comunidade Ciberdúvidas o apoio prestado, assim como a eficácia e a assertividade das vossas respostas.
Há uns tempos, durante uma curta viagem pelo concelho de Mirandela, deparei-me com a existência de um topónimo muito peculiar, que assumia, na sinalização local, duas grafias: Suçães ou Sucçães.
Algumas fontes relacionam imediatamente a origem de Su(c)çães com a presença de «uma propriedade rústica anterior à Nacionalidade», ou seja, uma villa romana, cujo nome terá evoluído, posteriormente, para Suxães (segundo as Inquirições de D. Afonso III).
Gostaria de saber se, conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a grafia deste topónimo deve ser originalmente mantida (enquanto Sucçães) ou alterada para Suçães...
Muito agradeço os vossos esclarecimentos.
No que concerne ao valor aspetual, surgiu-me uma questão.
Se considerarmos a frase «Ele leu um livro», estamos perante um evento durativo ou não durativo?
Neste âmbito, o segmento em apreço suscitou-me a seguinte pergunta: um ato perfetivo é necessariamente não durativo? Ou pode ser durativo?
Agradecido pela preciosa ajuda!
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