A sintaxe de vexar
Preciso de ajuda para fazer a análise sintática completa da seguinte frase, de acordo com as gramáticas tradicionais:
«Eles não se vexam dos cabelos brancos.»
Obs.: Se o verbo vexar é transitivo direto, devo afirmar que «dos cabelos brancos» é adjunto adverbial? E qual é a função de se (se = partícula sem função, que é exigida pelo verbo; ou se = objeto direto? Como saber?)?
Agradeço-lhes imensamente pela análise sintática completa e pelos esclarecimentos. Parabéns pelo excelente trabalho!
Referência da referência (citar num trabalho académico)
Numa dissertação, a autora Araújo (1999) cita Vygotsky (apud Kohl, 1995, p. 49). Eu estou fazendo um projeto e fiz um resumo desta dissertação, coloquei a citação de forma indireta, a minha dúvida é: como devo legitimar esta citação?
Por exemplo: «Vygotsky trabalha na concepção de que o desenvolvimento da aprendizagem se dá a partir das relações do sujeito com o meio (Vygotsky, 1995 apud Araújo, 1999)» ou «(Kohl, 1995 apud Araújo, 1999)» ou apenas «(ARAÚJO, 1999)» por ser citação indireta?
Se alguém puder me ajudar, agradeço muitíssimo.
Empréstimos internos e externos
Gostaria de saber se em português podemos encontrar o neologismo interno e externo e, se sim, como o podemos definir.
Obrigado.
«A ou B, complementando com C», de novo
Gostaria de poder fazer uma tréplica em relação à construção «A ou B, complementando com C». A dúvida original não foi solucionada pela construção lógica [ARBITRARIAMENTE] utilizada. A questão é exatamente saber que construção lógica adotar:
(A V B) Λ C ou A V (B Λ C)
Ora, substituindo-se a vírgula pela conjunção aditiva e (Cunha e Cintra), a estrutura da frase «A ou B, complementando com C» ficará:
A V B Λ C
Para a lógica booleana, o conectivo ou (V) equivale ao sinal de adição (+) e o conectivo e (Λ), ao de multiplicação (.). A partir daí, vale a regra de prioridade das operações fundamentais envolvidas numa expressão matemática: a multiplicação tem prioridade sobre a adição. Logo, a expressão A V B Λ C se reduzirá a:
A + B.C
Em conclusão, C só se aplica a B. Não cabe qualquer dúvidda quanto a isso. Quem estudou lógica booleana e trabalhou com circuitos integrados TTL sabe muito bem disso. Podemos afirmar com toda certeza que a construção em debate corresponde ao circuito eletrônico assim formado:
Uma porta OR (em inglês) que tem por entradas o valor A e o resultado de B AND C.
Noutros termos, somente oficiais aviadores terão de atender às opções 1, 2 ou 3 (a uma ou a mais de uma).
P. S.: Além do mais, no caso concreto, não haveria sentido em distinguir oficiais aviadores dos demais candidatos de nível superior (utilizando um OU). Em todo caso, espero ter sido esclarecida a confusão com os argumentos acima. O debate até agora foi muito esclarecedor para mim. O que vocês acham?
A função sintáctica de bem na frase «Bem, acho que vou dormir»
Na frase «Bem, acho que vou dormir», qual é a função sintáctica de bem?
Morfologicamente é um advérbio, não é?
Obrigada.
O Acordo Ortográfico e os dicionários brasileiros de português
Os dicionários de português portugueses também poderão ser usados no ensino público do Brasil, em substituição dos brasileiros, pelos alunos que assim o desejarem?
Em Portugal, os alunos que optarem pelos dicionários de português brasileiros poderão, na escrita e nos exames escritos, usar os vocábulos conformes às ortografias e acentuações dos ditos dicionários? Isto é: patrimônio e não património, moleque e não rapaz, dilatar e não eliminar, etc.; ou alternar no decurso do texto ora uns ora outros, por exemplo: «Eu vi dois moleques. Mas o meu irmão afirma que viu três rapazes.» «Este fato ultrapassa-me, porque de facto não tenho a certeza», etc.
É o fim dos brasileirismos?
Os meus sinceros agradecimentos.
Casos (mais controversos) da prevalência do critério fonético no AO90
Não concordo muito que se dê primazia à fonética em detrimento da etimologia, embora assuma naturais evoluções linguísticas e esteja disposto a compreender melhor o polémico "N.A.O." [Novo Acordo Ortográfico]... Ora, mais até do que todas as outras alterações inerentes à entrada em vigor do dito acordo, as que mais "confusão"/relutância/"receio" me causam e para as quais gostaria de obter, se possível, justificação (ou, pelo menos, reflexão conjunta) são:
— Supressão do acento circunflexo nas formas verbais crêem, dêem, lêem e vêem, etc.;
— Supressão do acento agudo na forma verbal pára, tornando-a indistinta da preposição para (!);
— Supressão do acento circunflexo em pêra e pêlo, por ex., tornando ambos os termos indiferenciados das preposições pera (ainda que arcaica) e pelo.
E qual a lógica de manter o acento circunflexo em pôde (do verbo poder) e pôr, distinguindo ambas as palavras da forma verbal pode e da preposição por e, ao mesmo tempo, avançar com a supressão do acento agudo de pára!?
E não será demasiado radical/precipitado alterar completamente a grafia (e consequente imagem mental) das palavras assumpção para assunção e peremptório para perentório!?
E porquê, por ex., a estranha grafia windsurfe, que mais parece um "cruzamento" forçado de português com inglês...? Sou apologista do anglicismo windsurf ou então tenta-se aportuguesar completamente o termo (ou, pelo menos, arranjar-lhe um equivalente), não?
Obrigado a todos e espero não ferir susceptibilidades e/ou ser mal interpretado, mas, acima de tudo, defendo a minha língua!...
A forma "miriadécuplo"
Estou a fazer uma tradução do inglês e debato-me com a expressão inglesa «a ten-thousandfold world system», uma expressão que pode ter leitura tanto do ponto de vista da diversidade como da dimensão. Tal como, creio, por ex., a palavra quádruplo, a qual tanto se pode referir a quatro nuanças de uma situação como a uma dimensão quatro vezes maior.
Procurei no dicionário (Houaiss) e vi que a palavra miríade significa: «número, grandeza, correspondente a dez mil».
Do mesmo modo que a quatro corresponde quádruplo, que palavra deve corresponder a dez mil? Lembrei-me de "miriadécuplo", mas tenho sérias dúvidas.
Agradeço a resposta que me deram. Porém, a minha referência à expressão inglesa pretende apenas indicar o enquadramento. Na verdade, a minha questão é somente:
– se a quatro corresponde quádruplo, a cinco corresponde quíntuplo, a nove corresponde nónuplo, a noventa corresponde nongêntuplo, que termo corresponde a dez mil? Será miriadécuplo, já que uma miríade são dez mil?
Agradecido pela atenção.
Novo Acordo Ortográfico: duplas grafias
Como fica a questão das palavras com dupla ortografia aceitas hoje e que não estão previstas no acordo ortográfico?
Por exemplo: próton/prótão, aluguer/aluguel, louro/loiro, cabina/cabine, camioneta/caminhoneta, etc.
Seguindo o "espírito" do novo acordo, entendo que posso utilizá-las em qualquer de suas grafias. Estou enganado?
Pronto-socorro e «pronto atendimento»
Como fica o caso de palavras como "pronto-socorro" e "pronto-atendimento"?
