Os particípios passados de secar
Das estruturas abaixo, em relação às formas verbais, qual é a correta?
«Era seca» ou «era secada»?
«A roupa era seca ao sol.»
«A roupa era secada ao sol.»
Obrigada.
«Horrivelmente hipócrita sociedade britânica»
Ouvi um professor dizendo o seguinte:
«Ontem mesmo eu estava lendo uma tradução que um sujeito fez de uma matéria inglesa. Eu não lembro exatamente as palavras, mas vou tentar criar um equivalente aqui: «“A horrivelmente hipócrita sociedade britânica”. Isso não é português; isso é inglês com palavras brasileiras. Em português você não pode fazer isso. Você não pode anteceder um advérbio, um adjetivo e depois um substantivo, porque não funciona. No entanto, o número de pessoas que escreve assim hoje é enorme.»
Há alguma regra gramatical para que não seja assim ou isso é uma questão de estilo? Se essa construção for estranha ou errada, qual seria a melhor para o exemplo dado, i.e., horrivelmente hipócrita?
Obrigado.
O verbo repercutir
Ultimamente tem-se ouvido «vamos repercutir isso, vamos repercutir aquilo».
Quem repercute é o fato ou é a pessoa que fala sobre ele?
Obrigado.
Uma hipálage de "O sentimento de um ocidental" (Cesário Verde)
Gostaria de saber se no verso «Um cheiro salutar e honesto a pão no forno», do poema "O sentimento dum ocidental", de Cesário Verde, estamos perante uma hipálage.
Os meus agradecimentos, desde já.
Orações adjetivas restritivas vs. orações substantivas completivas nominais
Tenho dúvidas na diferenciação das orações adjetivas restritivas e orações substantivas completivas nominais, como nos exemplos abaixo:
a) A recomendação de que saíssem tão logo daquelas terras não afugentou os grileiros.
b) A recomendação de que lhe falei ontem à noite deve ser levada a sério, rapaz!
Poderiam me esclarecer a melhor forma de identificar essas orações, por favor? Obrigada!
O regionalismo excramelgado (Algarve)
Não encontro o significado de excramelgado.
Nos dicionários em linha Infopédia e Priberam, assim como no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, no Grande Dicionário de Cândido Figueiredo, no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa e no Novo Aurélio Século XXI, não consta o termo em questão, e inacreditavelmente digitei a palavra excramelgado no Google, e a resposta foi termo desconhecido.
A seguir segue passo abonatório contendo a palavra em causa, na obra de José Dias Sancho, Deus Pan:
«Lavrador farto (só pra lavoira três parelhas), o excramelgado ajuntara uns vinténs com a corcha do Alentejo e, metendo em conta umas courelas que a mulher herdou para as bandas da Barracha, bem se podia garantir que era a sua uma das casas, mais aquelas da freguesia. O Manuel Tomé! Valha-o Deus… Não conheci eu outra coisa! Bastas vezes tive jeito de lhe falar e sempre com prazer lhe apertei a mão calosa dos amanhos.» “Manuel Tomé”, in Deus Pan e Outros Contos, p. 49.
Muito obrigado.
Subclasses verbais e frase passiva
A minha dúvida prende-se com a subclasse dos verbos, considerando a ativa e a passiva.
A propósito da frase «Quando a pergunta me foi feita» (não estando expresso o complemento agente da passiva), encontrei uma ficha com uma questão para indicar a subclasse do verbo fazer, dando como solução transitivo indireto. Ora, esta situação levou-me a considerar o porquê de se admitir que o complexo verbal passivo peça complemento indireto (me) e se ignore o facto de o sujeito da frase passiva constituir um complemento direto na ativa. Ou seja, na ativa o verbo fazer é transitivo direto e indireto.
Passando para a passiva, essa classificação mantém-se (uma vez que a ação é a mesma) ou altera-se?
Mas, se é diferente, por que motivo consideraram que o complexo verbal «foi feita» pede complemento indireto (comum à ativa e passiva – «foi feita a quem?») e não se considera que selecione também complemento agente da passiva («foi feita por quem?»), não existindo nas subclasses do verbo principal uma para este tipo de complemento...(o transitivo indireto seleciona complemento indireto ou oblíquo, mas não encontrei em nenhuma gramática o complemento agente da passiva).
Faz-me confusão considerar o que é óbvio (o me que se mantém nas duas formas) e ignorar o que fica por esclarecer...
Reconhecendo que esta seria daquelas perguntas que não se fazem, a estar feita, surgiu-me a dúvida e, independentemente da utilização da questão da ficha, gostaria de a esclarecer.
A expressão «profissionais educativos»
Podemos dizer "profissionais educativos" quando nos referirmos ao grupo de pessoas implicadas profissionalmente na área da educação (professores, educadores, técnicos dos centros educativos)?
Soa-me muito estranho porque creio que o adjetivo "educativo" não deve servir para caracterizar o profissional que trabalha na área, mas sim o campo em que atua (da educação). Porém, gostaria de confirmar...
Obrigada, desde já, por esclarecerem.
Videático e «produção de vídeo»
Produção do cinema = produção cinematográfica.
Produção da televisão = produção televisiva.
E produção de vídeo = produção vidática? Videática? Ou qual a palavra?
Aproveitando: por que razão, nesse caso, é "produção de vídeo" e não "produção do vídeo" mesmo?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
A expressão «há um ror de dias»
Aluísio Azevedo, em Casa de Pensão, pág. 233, diz: «Qual, nhô, ele está assim "a" um 'ror de dias!»
Não deveria ser «há» ou «faz um ror de dias»?
Muitíssimo obrigado!
