DÚVIDAS

Bilião = 1 milhão de milhões
O que é um bilião? Recentemente fui confrontado com um «problema»: escrever por extenso, e utilizando a unidade monetária (o escudo), a quantia de um milhão e setecentos mil contos. A minha primeira opção foi escrever um bilião e setecentos milhões de escudos. Contudo, e por que não estava certo da minha escolha, coloquei a questão a terceiros. A discussão foi enorme — um bilião não é um milhar de milhões, mas sim um milhão de milhões — e não houve consenso.
Lhe
Segundo aprendi, o pronome "LHE" só pode ser usado para pessoas e, na função de objeto indireto ou adjunto adnominal, apenas quando o verbo exigir a preposição "a" ou "para". Desta forma, não se poderia escrever, por exemplo: 1) "Preciso-LHE muito" (no sentido de "preciso muito DE você"); 2) "Como o CÃO estava com fome, dei-LHE comida" (dei comida ao CÃO); 3) "Porque o CARRO já estava velho, furou-LHE um pneu" (no sentido de "furou o pneu do CARRO"). O que gostaria é que os senhores me confirmassem se estes raciocínios que fiz a partir de meus estudos estão corretos. Pois as coisas nem sempre estão muito claras nas gramáticas, e talvez eu tenha entendido errado. Se for possível acrescentarem algo mais sobre o emprego desse pronome seria ótimo. Obrigado pela atenção.
Condicional / futuro do pretérito
Quando estudei na escola primária aprendi uma forma verbal chamada "condicional". Tempos depois as gramáticas brasileiras passaram a chamar essa forma de "futuro do pretérito". Ora, a mesma forma verbal tanto expressa uma situação de condição (eu compraria aquele carro se o preço fosse mais baixo) como também pode expressar um futuro de um passado que entretanto não é ainda o presente – é portanto o futuro do pretérito (anos atrás não imaginava que compraria o carro que tenho hoje). Nos dois parênteses acima o verbo comprar aparece com a mesma forma mas com os sentidos diversos, não havendo portanto dúvidas acerca da exatidão das duas designações. Ocorre entretanto que em 90% dos casos da linguagem usual o sentido é de condicional, não de futuro do pretérito. Ademais, este segundo sentido é produto de uma linguagem mais elaborada, fora do alcance de uma criança do curso primário, argumentos que ao meu ver justificariam a manutenção do termo "condicional", já que além da maior freqüência do primeiro é naquele curso que tomamos conhecimento da forma verbal. Tenho notado ao longo da vida que os profissionais de qualquer área (inclusive da minha Engenharia) têm a tendência de criar uma linguagem complicada, fora do alcance dos "iniciados", parecendo ser esta a única razão dos gramáticos brasileiros terem passado a adotar a designação de "futuro do pretérito". Parece-me que em Portugal continua-se a usar a designação de "condicional". Poderiam os senhores, por gentileza, esclarecer o assunto? P.S.: Sou engenheiro civil, professor do curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica de Pernambuco, e Inspetor de Obras Públicas do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. Embora engenheiro 24 horas por dia tenho um grande interesse pela minha língua, por estar convencido de que o idioma é o maior traço da identidade de um povo. O local de acesso a este endereço eletrônico é o Tribunal de Contas.
Maiúsculas e minúsculas em épocas históricas,
movimentos culturais e estilos artísticos
Pese embora os muitos esclarecimentos já prestados pelo Ciberdúvidas a propósitco do uso de maiúsculas, persisto com dúvidas no que respeita à aplicação delas para épocas históricas, movimentos culturais e estilos artísticos. Assim, a propósito do universo greco-romano antigo ou clássico, as palavras "antiguidade clássica", "cultura antiga" e "neoclassicismo" devem ou não ser iniciadas com maiúscula? Muito agradeço a V. informação!
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