Não me recordo de uma palavra e já tentei pesquisar sem sucesso. Será que alguém me pode ajudar? A palavra quer indicar a passagem de pais para filhos que não seja algo genético. Por exemplo, o medo de aranhas pode passar de pais para filhos, mas não é hereditário que se diz, porque não é genético, como por exemplo a cor dos olhos, que é hereditário, visto ser genético. Alguém me sabe dizer qual a palavra que explica o que digo?
Obrigado!
Em 12/12/2008, a RTP noticiava o seguinte: «Guilherme Silva, deputado do PSD e também vice-presidente da Assembleia da República, afirmou em entrevista à jornalista Maria Flor Pedroso, que a falta de deputados esta manhã no Parlamento, ausências que levaram ao cancelamento da reunião, se trata de uma situação inadmissível e inaceitável.»
Na generalidade, os dicionários da língua portuguesa dão os adjetivos «inadmissível» e «inaceitável» como termos sinónimos. No entanto, a expressão frequentemente ouvida, «inadmissível e inaceitável», parece fazer transparecer que os dois termos não apenas se reforçam, mas que também se completam, pois terão significados próximos, embora diferentes. Se for o caso, como explicar a sinonímia que os dicionários lhes atribuem? Não sendo, estará essa expressão incorreta?
Agradecia que me esclarecessem relativamente à função sintática dos adjetivos na frase «O livro lê-se a um ritmo veloz e ávido.» O nome ritmo exige, neste contexto, complemento do nome? Parece que sim, uma vez que, se os retirarmos da frase, esta deixa de fazer sentido. Ou haverá outra interpretação?
Muito obrigada, desde já.
Gostaria de saber como formaria o superlativo absoluto analítico numa frase com mais do que um adjetivo, como por exemplo: «O João era divertido, atencioso e sociável.» Nessas situações coloca-se o advérbio apenas antes do primeiro adjetivo ou antes de todos?
Na frase «Nem aqui me deixa a sua odiosa presença», o adjetivo «odiosa» é complemento do nome ou modificador restritivo do nome?
Muito obrigada!
Ao ler a ode Nem vã esperança vem, não anos vão, de Ricardo Reis – que reproduzo abaixo –, encontrei no quinto verso a palavra labento. Em vão procurei esta palavra no dicionário eletrónico Priberam e na Infopédia. A minha questão é a seguinte: qual o significado desta palavra?
Muito agradeço, se me puderem elucidar, assim como, se for possível, que expliquem a sua etimologia.
«Nem vã esperança vem, não anos vão,
Desesperança, Lídia, nos governa
A consumanda vida.
Só espera ou desespera quem conhece
Que há que esperar. Nós, no labento curso
Do ser, só ignoramos.
Breves no triste gozo desfolhamos
Rosas. Mais breves que nós fingem legar
A comparada vida.»
28-9-1926
Na frase «Ninguém está isento de contribuir para melhorar o futuro do país.», a função sintática de predicativo do sujeito é desempenhada por «isento», «isento de contribuir» ou «isento de contribuir para melhorar o futuro»?
Li, recentemente, uma resposta de um colaborador v/, o Prof. Doutor Rui Pinto Duarte, a propósito do (não) uso do adjetivo colendo como forma de tratamento de juízes de tribunais superiores em Portugal (em comentário, de certo modo, contrariado pelo do Dr. Miguel Faria de Bastos). Permito-me, todavia, chamar a atenção para o facto de o adjetivo em questão, num nível de linguagem erudito, não ser desconhecido, nem mesmo, como é referido na resposta do v/ ilustre colaborador, em peças processuais (cf., por exemplo aqui e aqui) da Justiça dos III, VI, IX e X Governos pós-1974) intitulado "O contrato de transporte marítimo.O seu espaço próprio em confronto com o dos contratos de venda e de abertura de crédito documentário", inserto nos Estudos sobre o novo Direito marítimo. Realidades internacionais e situação portuguesa, Coimbra Ed., Coimbra, 1999, p. 156:
«O colendo Supremo Tribunal não captou a essência do problema - que, diga-se por amor à verdade, as partes não terão equacionado com límpida nitidez».
Na comunicação social surge também o adjetivo por referência a expressões usadas em ambiente judiciário: Diário de Notícias, 14.6.2017.
Ao longo da releitura Capitães da Areia, de Jorge Amado, na sua edição de 1937, deparei com o adjetivo "injectado", referindo-se a olhos, em duas passagens: (i) «Volta Seca olhou agradecido. Seus olhos estavam injectados, seu rosto todavia mais sombrio.» (CA, 1937, p.238) e «Pedro Bala o espia com os olhos injectados. Sente cansaço, uma vontade doida de dormir. Bedel Ranulfo aventura uma pergunta: — Levo pra junto dos outros?» (CA, 1937, p.26O). Tentei decantar o sentido através do verbo injetar, mas pouco me ajudou a chegar ao sentido mais confiável ou adequado ao adjetivo em tela.
Vocês poderiam, mais uma vez, me esclarecer esta dúvida nesta viagem ou empreitada leitora da importante obra de Amado?
Um abraço cearense.
Pode anestético ser sinónimo de anestésico (=anestesia ou aquilo que produz anestesia)? Alguns dicionários apenas assim o atestam, outros, porém, relacionam-no unicamente com aquilo «que revela falta de estética». Serão acolhidas, em português europeu, ambas as aceções?
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