DÚVIDAS

A diferença entre o pretérito perfeito do indicativo e o pretérito imperfeito do indicativo
Esta questão foi-me colocada por um estrangeiro que está a aprender português. Na frase «tu nunca _____ fome», o verbo ter pode ser conjugado tanto no pretérito perfeito (p.p.) como no pretérito imperfeito (p.i.), tendo as frases resultantes significados diferentes: «Tu nunca tinhas fome.»(p.i.) – entendo esta frase como: «Nesse período em particular tu não passaste fome» – vs «Tu nunca tiveste fome» (p.p.) – entendo esta frase como: "Tu nunca passaste fome na vida." Neste caso, aparentemente, o pretérito imperfeito define um período específico, enquanto o pretérito perfeito se refere a um período indefinido de tempo. Tenho, portanto, bastante dificuldade em explicar o que se está aqui a passar gramaticalmente. Podem esclarecer-me esta dúvida, por favor?
Sobre a etimologia do verbo destacar
O verbo destacar, a sua regência, quando se emprega pronominalmente, pede a preposição a ou em? «A Ana destaca-se a Biologia.» «A Ana destaca-se em Biologia.» Ambas as construções estão corretas? Nessa acepção, o verbo destacar é galicismo? A sua derivação regressiva é destaque? Destaque é igualmente considerado como galicismo? Desde já muito grato ao vosso excelente trabalho.
«Pensar/acreditar em....»
vs. «pensar/acreditar que...»
Nas frases "Ele pensou que ela não voltaria tão cedo." ou "Todos acreditaram que a verdade viria à superfície.", as orações completivas desempenham a função de complemento oblíquo ou complemento direto? Dado que os verbos "pensar" e "acreditar" selecionam a preposição "em", parece-me que a substituição pelo pronome "isso" resulta agramatical: "Ele pensou isso." ou "Ele acreditou isso." Não deverá dizer-se "Ele pensou nisso." ou "Ele acreditou nisso." ? Inclino-me mais para que sejam complementos oblíquos mas posso estar enganada. Obrigada.
Particípios passados usados como adjetivos
Gostaria de resolver uma dúvida em relação aos particípios duplos. Geralmente, costuma dizer-se que o particípio regular se usa para a formação dos tempos compostos com o auxiliar ter, e o irregular na voz passiva com os auxiliares estar e ficar, ainda que existam algumas exceções (ganho, pago... etc.). A minha pergunta é: qual é o particípio que deveria ser utilizado quando a forma funciona como adjetivo? Por exemplo, na frase «o quadro aceitado/ aceite receberá um prémio de 3000€», qual seria a forma correta? Muitíssimo obrigada pela atenção.
A oração não finita de infinitivo
em «Os exercícios são difíceis de...»
Quanto à flexão, qual a indicação da gramática normativa quando, a despeito de figurar em construção de voz passiva, o infinitivo servir de complemento a adjetivo e ostentar o mesmo sujeito da oração principal? A título de exemplo: «Os exercícios são difíceis de ser/serem resolvidos.» Ainda, passando-se à segunda oração à construção passiva pronominal, devemos enveredar pela flexão do infinitivo passivo ou pela não flexão do infinitivo complemento? «Os exercícios são difíceis de se resolver/resolverem.»
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