A força ilocutória do verbo exigir
Na gramática de Leonor Sardinha e Luísa Oliveira, encontramos uma frase classificada como acto ilocutório compromissivo, do tipo «Exijo que amanhã entregues o trabalho de casa» (a frase não é exactamente esta, porém, de momento, não tenho presente o exemplo escolhido pelas autoras supracitadas). Após leitura da mesma, parece-me que estamos perante um acto ilocutório directivo, uma vez que se trata de uma ordem. Assim, agradeço que me elucidem relativamente a esta questão e aos actos ilocutórios em geral. Aproveito, igualmente, para felicitá-los pelo grande contributo que prestam ao português.
A sintaxe do verbo ensinar
«Eu ensinei-o a nadar.» Como se faz a análise sintáctica desta frase?
Um caso de oração completiva com o verbo pensar
Na frase «penso que irás conseguir», a palavra «que» é – uma conjunção consecutiva – um pronome relativo – uma conjunção integrante – uma preposição?
A expressão «acabar por último»
Vi uma notícia que assim começava: «O antigo ditado que os bons acabam por último não é exatamente verdadeiro. Pesquisas mostram que pessoas agradáveis podem ter mais sucesso no trabalho.» Ao ler a primeira frase, imediatamente entendi que os bons acabam, mas por último, pois os outros acabaram antes, o que seria vantagem para aqueles. Somente ao ler a segunda sentença percebi o sentido de prejuízo para os bons. Consultei um dicionário e percebi que «acabar por último» é vantagem para os bons se o verbo foi usado como intransitivo, e que é desvantagem se o verbo foi usado como transitivo (com o objeto "ocultado"). Está correto este meu entendimento? Grato pela atenção.
Utilização do prefixo re-
Gostaria de saber se posso colocar o prefixo re- na palavra «revestir» para indicar um segundo revestimento.
A regência do verbo adentrar
Peço, por gentileza, o equacionamento da seguinte dúvida: o certo é «Sem adentrarmos o mérito do parecer...» ou é «Sem adentrarmos no mérito do parecer...»?
Grato pela atenção.
As regências do verbo atirar
Na oração «Atirei uma pedra ao telhado», comparando com a expressão «Atirei uma pedra na lama», a expressão «ao telhado» tem a função de complemento verbal (objeto indireto) ou de circunstância (adjunto adverbial de lugar), como o que temos em «na lama»? Desejaria, se possível, a justificativa da resposta.
Sobre o sentido do verbo onerar
No exercício das minhas funções tenho ultimamente sido confrontado com uma interpretação surpreendente da palavra onerar feito pelas seguradoras que pagam serviços de saúde. Tais actos são orientados pela Tabela da Ordem dos Médicos que afirma que «... reoperações efectuadas passado 1 mês sobre a 1.ª intervenção deverão se oneradas em 50% do valor base». Os responsáveis por aquelas entidades “aproveitaram” para dizer que só pagariam 50% do valor base, “explicando” que só devem pagar 50% dos honorários previstos! (Confusão do h!!!) Ora, onerar, na nossa língua, significa sobrecarregar, agravar ou obrigar, pelo que tal expressão subentende que aos honorários base devem ser acrescidos mais 50%. Para legitimar aquilo que digo gostaria de receber de V. Exas um esclarecimento que prevejo coincidente com o meu parco conhecimento da língua. Agradecido.
As formas verbais poderem e puderem
Até hoje tinha a certeza de que se utiliza a forma verbal «poderem» em casos como «Para elas poderem ir», e a forma verbal «puderem» em casos como «Se elas puderem ir», mas o contacto com a frase «Para elas puderem fugir» (que considero errada) deixou-me com dúvidas. Qual é a utilização correcta destas formas verbais?
A formação de reospitalizar
Gostaria que me indicassem, por favor, a forma de construir este vocábulo: rehospitalizar ou reospitalizar? Verifiquei na vossa resposta sobre o termo Reencaminhar o seguinte: «Em casos em que deveria haver hífen, como “re-habitar”, foi decidido eliminar a letra h; em “ressurgir”, a opção foi dobrar o s para manter o valor de [s].» No entanto, a grafia de reospitalizar parece-me algo bizarra. Agradeço desde já a vossa resposta.
