Queria felicitar-vos pelo excelente trabalho que fazem, pois o Ciberdúvidas é ferramenta muito útil para quem tem dúvidas na língua portuguesa. Gostaria de saber quando redigimos um texto e utilizamos as formas verbais no pretérito perfeito. Devemos manter esse tempo verbal até ao fim?
E na frase «Mas como lá não havia universidade, iria viver para Lisboa para poder tirar o curso», a forma "iria" está correcta? Não posso substituir por "foi"?
Obrigada.
E desta forma termina o tópico denominado "Chamar com Regência":
(...) «Assim, embora se defenda como preferível a forma "ele chamou-lhe intelectual", não poderá dizer-se que é um erro a construção "chamar de" no sentido de "chamar nomes a alguém", presente na frase "ele foi chamado de intelectual"».
Mas como pode tal?...
Se aceitarmos a construção «ele foi chamado de intelectual», teremos de aceitar também «chamaram-no de intelectual». Se aceitarmos «chamei-o de mentiroso», teremos de aceitar, por exemplo, «chamaste-o», ao invés de «chamaste-lhe»; «chamámo-lo», ao invés de «chamaste-lhe», etc. E, como bem refere M.R.M.R.: «seria, sim, incorrecto dizer “o chamam” ou “chamam-no”. A forma correcta é "lhe chamam"». «Ela chamou sábio ao professor» = «Ela chamou-lhe sábio» Em Portugal, é esta a construção correcta.
Se alguém «o chamou», foi, possivelmente, para obter a sua atenção. Se alguém lhe chamou, foi, provavelmente, um nome qualquer. E são, decididamente, coisas diferentes. O que será que me escapa?
Obrigada.
Como português fiquei envergonhado. Temos de ser isentos e admitir. Bechara está inventando um novo acordo ortográfico com muita habilidade, mas ele tem razão em tudo. Presto a minha homenagem...
Com o tempo verifiquei que muitas das dificuldades do acordo ortográfico resultam de este estar incompleto. E ele está omisso porque a parte brasileira confiou na coerência e racionalidade do atual sistema português e não aprofundou. Eu não gostava do passado sistema brasileiro, mas ele era de regras relativamente simples e coerente. O mesmo não se pode dizer do atual sistema português. Acreditem ou não, apesar de toda a boa vontade notória brasileira, ele está a levar os gramáticos brasileiros à loucura... Vou deixar a conjugação de alguns verbos tirados do Priberam online. Eles dizem tudo...
Conjugação do verbo arguir (presente do indicativo)
arguo
argúis
argúi
arguimos
arguis
argúem
Conjugação do verbo construir (presente do indicativo)
construo
constróis
constrói
construímos
construís
constroem
Conjugação do verbo arguir (pretérito perfeito do indicativo)
argui
arguiste
arguiu
arguimos
arguistes
arguiram
Conjugação do verbo construir (pretérito perfeito do indicativo)
construí
construíste
construiu
construímos
construístes
construíram
Acabei de descobrir no site do Portal da Língua Portuguesa que coa é forma do verbo coar, enquanto côa é substantivo.
Ora, eu estive sempre convencido de que as palavras que terminavam em «oa» (acentuado) não precisavam de acento gráfico (boa, coroa, doa, gamboa, Lisboa, pessoa, voa, etc.). Nos «casos particulares» que os senhores apontam aqui, parece que o acento gráfico é usado para distinguir palavras com pronúncia diferente que, sem o dito acento gráfico, ficariam ambíguas.
Se tanto coa (forma verbal) e côa (substantivo) são pronunciadas ['koɐ], poderiam os senhores explicar-me o porquê do acento gráfico?
Obrigado.
Gostaria de saber a regência dos verbos destruir e roubar nestes dois exemplos:
«O fogo destruiu a plantação do fazendeiro.»
«Ninguém deve roubar a infância de um ser humano.»
Muito grata.
Gostaria de um esclarecimento: qual o sentido para a frase «O juiz procedeu ao julgamento»?
Seria «O juiz deu início ao julgamento», ou «O juiz deu continuidade ao julgamento»?
Desde já agradeço o espaço...
Quais são os fenómenos fonéticos ocorridos nestas duas palavras?
fabulare (latim) > falar
praecuntare (latim) > perguntar
Se me puderem ajudar, agradecia.
Minha dúvida é: «as pessoas se manifestam com seu gestor», ou «ao seu gestor»?
Sabe-se bem que o certo é «preferir x a y», e não «preferir x do que y». No entanto, quando se encadeiam outros verbos, às vezes fico em dúvida. Por exemplo, a frase «prefiro lidar com as rochas e o ferro do que com a obstinação do carcereiro» está incorreta? Seria «prefiro lidar com... a com a obstinação...»? Mas isso soa tão mal. Ou será «prefiro lidar com... à obstinação do carcereiro»? Mas aí o sentido da frase muda.
Podem me ajudar, por favor?
Grato.
No site do Observatório Nacional pode ler-se: «Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, à 1:00 hora da manhã adiantamos o relógio de 60 minutos, passando para as 2:00 horas da manhã.»
Porquê o «adiantamos (...) de 60 minutos» e não «adiantamos 60 minutos»? Ambas as formas estão correctas?
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