Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
Júlio Alberto dos Santos Branco Professor de Português Porto, Portugal 1K

Qual a função sintática desempenhada por dele na frase : «soube muito bem meter-se na pele dele.»?

Bruno André Desempregado Usseira, Portugal 4K

Qual a diferença de usar «não lho levaria a mal» e «não lhe levaria a mal»?

Eu posso substituir o lho pelo lhe?

Obrigado.

Marta Miranda Terapeuta da fala Trofa, Portugal 1K

Do ponto de vista linguístico, como explicam que uma criança faça o erro seguinte: «Ela me chateou-me!», «Ele me disse-me», «A Ana me bateu-me!»?

Obrigada.

Carla Moreira Professora Ponta Delgada, Portugal 2K

A dúvida coloca-se em relação à frase:

«Os conteúdos são os que saíram no último teste.»

O meu entendimento é o seguinte:

«Os conteúdos são os que saíram no último teste» = «os conteúdos são os [conteúdos] que saíram no último teste» = «os conteúdos são aqueles que saíram no...»

Predicativo do Sujeito – os [conteúdos/aqueles] que saíram no último teste – or. subordinada adj. relativa restritiva

Função sintática do pronome relativo – sujeito («os conteúdos saíram no último teste»)

Função sintática da oração subordinada: modificador do nome restritivo (= «os conteúdos 'saídos' no último teste»; «os conteúdos já avaliados»).

Na gramática de Lindley Cintra e Celso Cunha, lê-se:

«As orações subordinadas adjetivas vêm normalmente introduzidas por um PRONOME RELATIVO, e exercem a função de ADJUNTO NOMINAL, de um substantivo ou pronome antecedente» (os destaques são dos autores).

O exemplo dado para a situação em que o pronome é o antecedente é:

«O/que tu vês/é belo;/mais belo o/que suspeitas;/ e o/que ignoras/muito mais belo ainda» (Raul Brandão).

Vejo este exemplo como equivalente apresentado em cima. Bem sei que esta gramática está desatualizada e eu não tenho trabalhado com a nova terminologia gramatical (Dicionário Terminológico – DT), mas as atualizações não ocorreram na classificação básica da subordinação (adverbiais/adjetivas/substantivas), pois não?

A verdade é que o DT apresenta o «o que» como introdutor da oração subordinada substantiva relativa, embora sem dar exemplos. Poderá ser uma gralha?

Como ensino, sobretudo, Latim, sempre que tenho dúvidas, recorro à gramática latina. Este tipo de construção (pronome antecedente da oração relativa) é muito comum em latim:

Is qui aliēnum appĕtit suum amittit (Fedro): «aquele que cobiça o alheio perde o seu» (Is – pronome demonstrativo, no nominativo singular masculino; qui – pronome relativo, no nominativo singular masculino) (...)

atque ea quae animos effeminant important (César): «(...) e importam aquelas coisas que efeminam os espíritos» (ea – pron. demonstrativo, no acusativo plural neutro; quae – pronome relativo no nominativo plural neutro).

Do mesmo modo, tenho dificuldades em compreender a classificação de oração subordinada substantiva relativa em exemplos como «Não sei [O QUE DISSESTE]», lido num outro esclarecimento vosso, pois vejo o o como antecedente do que, podendo ser substituído por aquilo, e assumindo a oração subordinada um valor atributivo («Não sei aquilo que foi dito por ti/Não sei o dito por ti»).

Escrevendo esta oração subordinada em latim, não teria alternativa a não ser a subordinada relativa com o pronome no neutro: Nescio QUOD dixisti.

Agradeço os esclarecimentos que me possam dar, pois eu e diversos colegas não conseguimos chegar a um entendimento.

Anabela Sales Ferreira Teles Professora Coimbra, Portugal 1K

Atualmente, venho verificando que, possivelmente pela influência do inglês, se usa muito a 2.ª pessoa do singular em situações em que se devia usar a 1.ª pessoa do plural, por exemplo:

«Ao longo da vida, és muito condicionado pela tua família...», em vez de «Ao longo da vida, somos muito condicionados pela nossa família...»

Será correta esta utilização da 2.ª pessoa?

Obrigada.

Mónica Castro Professora Ermesinde, Portugal 1K

Peço, por favor, que me esclareçam a seguinte dúvida.

Por que razão, na frase «Desde os Romanos aos Mouros, aqui se encontram diferenças, se debatem ideias, se cria», o pronome pessoal se surge antes do verbo?

Transcrevo, de seguida, o texto completo de onde a frase acima foi retirada:

«Quem és tu, Coimbra? Coimbra, a cidade do conhecimento! Na verdade, desde há séculos que a cidade é um ponto de encontro entre culturas. Desde os Romanos aos Mouros, aqui se encontram diferenças, se debatem ideias, se cria. Depois de tornada cidade universitária – a única em Portugal durante 400 anos – foi também lugar de polémicas e de paixões. O seu Fado, triste e melancólico, fala desta cidade como porto de encontros e de partidas. E o rio Mondego traz à cidade a água profunda que vem da Serra da Estrela e atravessa a cidade até chegar ao mar na Figueira da Foz.»

Agradeço, antecipadamente, a vossa disponibilidade.

Sofia Carvalho Estudante Lisboa, Portugal 3K

Venho pedir a vossa ajuda para perceber as possíveis estratégias de coesão presentes no uso do pronome a (em «a sinto») na frase «Escrevi esta carta com sinceridade e é com sinceridade que a sinto». Este pronome constitui um exemplo de coesão gramatical referencial por anáfora.

A minha dúvida é se pode ser também um caso de coesão gramatical frásica, por ser o complemento direto de um verbo e estar no feminino singular.

Muito obrigada pela vossa ajuda.

Helena Isabel Caracol Professora Única, Portugal 1K

Em «Mandou-me ficar onde estava», qual a função sintática dos diferentes constituintes da frase?

Se «ficar onde estava» é complemento direto de «mandou», então «onde estava» é predicativo do sujeito?

Taiyo Loechel Tradutor, estudante Ota, Japão 1K

Gostaria de saber se, na frase abaixo, se faz obrigatório (e por quê) o uso do pronome -se após o verbo.

«Os equipamentos de proteção de borracha deterioram sob a influência de ozônio, calor, óleo, etc.»

Obrigado.

Firmino Mambo Educador social Luanda, Angola 8K

Comecei recentemente uma jornada académica concernente ao estudo do período subordinado. Em tese, sabe-se que as orações subordinadas adjetivas são introduzidas pelos pronomes relativos.

No entanto, fiz muitas pesquisas em gramáticas e achei muitos exemplos de orações subordinadas adjectivas iniciadas somente com os pronomes relativos que e quem!

Ora, gostaria muito de saber se outros pronomes relativos – onde, cujo, quanto, etc.  não devem ser empregados na construção das orações supracitadas ou se existem regras específicas.

Peço o vosso esclarecimento quanto à questão formulada.

Muito obrigado!