DÚVIDAS

Redobro do clítico: «Levavam-me a mim e à minha irmã»
Uma aluna de PLE nível B1 escreveu a seguinte expressão num texto: «os meus pais levavam eu e a minha irmã». Corrigi a frase para: «os meus pais levavam-me a mim e à minha irmã». Ela compreendeu a alteração e a substituição do pronome de sujeito eu pelo pronome de complemento de complemento direto me, mas questionou-me sobre a necessidade de incluir a expressão «a mim», uma vez que lhe parece um uso redundante. A pergunta pareceu-me pertinente, mas expliquei-lhe que não podemos omitir «a mim», sob pena de a frase se tornar incorreta (*os meus pais levavam-me e à minha irmã). Gostaria de confirmar como se pode explicar o uso repetido dos pronomes numa expressão deste género. Trata-se de um verbo transitivo direto e indireto que exige neste caso o complemento direto (me) e o oblíquo («a mim»)? E há alguma forma mais simples de explicar isto a um aluno estrangeiro sem entrar em tecnicismos? Muito obrigada.
«Desmoronar-se» e «estender-se»
Nas frases «Desmorona-se o sistema» e «Para lá de nós, estende-se o mistério da vida», qual a função sintática dos elementos «o sistema» e «o mistério da vida»? A dúvida coloca-se por se tratarem de verbos acompanhados do pronome se que, em muitos casos, configuram sujeitos nulos indeterminados – «alguém desmorona o sistema» (como em «vende-se casas» = alguém as vende). Na segunda frase, a expressão «o mistério da vida», quando colocada na passiva, passa a sujeito («O mistério da vida estende-se»), o que me coloca em dúvida em relação à sua função na ativa.
Tudo, antecedente do pronome relativo quanto
Nas frases : 1. «Tudo quanto houve passou.» 2. «Tudo quanto é passa.» Em 1, o termo «Tudo quanto houve» é oração subordinada substantiva subjetiva? Ou o termo «quanto houve» é oração subordinada adjetiva? Em 2, o termo «tudo quanto é» oração subordinada substantiva subjetiva? Ou o termo «quanto é» é oração subordinada adjetiva? Agradeço.
Sobre as origens da linguagem inclusiva
Percebi que a tal da linguagem neutra está pegando de vez no Brasil, na Argentina e no Chile... mas quem inventou de colocar a linguagem inclusiva em português e em espanhol? A linguagem em questão não é acessível a cegos, surdos, mudos, analfabetos e autistas, fora que será preciso que todas as enciclopédias, dicionários e gramáticas se reescrevam se for para se levar a sério realmente essa nova linguagem! Pois muito bem, qual a opinião de vocês desse assunto todo aí de verdade? Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
A colocação do pronome átono com após
Gostaria que me esclarecessem uma dúvida se possível. A frase «Após se ter despedido da família, o médico dirigiu-se ao hospital.» estará correta? Ou seria correto empregar o pronome desta forma: «Após ter-se despedido da família, o médico dirigiu-se ao hospital.» Este tema é para mim muito difícil de assimilar, tendo em conta os inúmeros atratores de pronomes existentes cujo listado completo não encontro nas gramáticas. Agradeço a vossa ajuda!
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