Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
Pedro Figueiredo Professor de Português Carvalhos, Portugal 7K

Antes de mais, bem haja pelo serviço que prestam!
Sendo professor de Língua Portuguesa no Colégio Internato dos Carvalhos e face à disparidade de respostas dos discentes, gostaria de confirmar a função sintáctica de constuinte frásico na oração «(...) porque a terra e o mar tudo era mar.» (Vieira, António. "Sermão de Santo António aos Peixes", cap. II).
1.º "tudo", pronome indefinido, englobando «a terra e o mar» – sujeito – , funciona igualmente como sujeito e não como atributo do sujeito (?), falando-se, pois, de sujeito composto;
2. º "Tudo" não se liga ao predicativo do sujeito "mar", não havendo anástrofe, pelo que a oração não poderia ser "porque a terra e o mar era(m) tudo mar"(?).

Joana Melo Portugal 12K

Gostava de saber qual a forma mais correcta:
«Convoca-se todos os trabalhadores...» ou «convocam-se todos os trabalhadores...»?

Teresa Bagão Portugal 5K

Tenho conhecimento de apenas uma gramática reorganizada a partir da nova Terminologia Linguística, editada pela Didáctica Editora, Saber Português Hoje, de Luísa Oliveira e Leonor Sardinha. Com espanto, aprendo aí que «cujo/a/os/as» transitou da classe dos pronomes relativos para a dos quantificadores relativos: com que autoridade? Nas páginas 143 e seguintes, escreve-se «deixis» e «dêictico», se bem o que Dicionário de Houaiss contrarie esta grafia, com os lexemas «dêixis» e «deíctico». É possível indicar-me a melhor gramática a consultar, neste momento? Obrigada.

Emanuel Pestana Portugal 4K

Como dizer: «Sinto que posso assumir-me como opção» ou «Sinto que me posso assumir como opção»? A oração «… que posso assumir-me como opção» é subordinada e como tal o pronome «me» tem de ser colocado em posição proclítica? Agradecia que me esclarecessem.

Paulo Argolo Brasil 50K

Gostaria de saber o significado etimológico da palavra «amém».

Manuela Cunha Professora Porto, Portugal 2K

Na frase «quando me sorria, o que nunca acontecia» (versos de F. P.), o demonstrativo «o», que não tem função sintáctica na primeira oração e, pelo contrário, é o antecedente de «que», sujeito da oração relativa, deve incluir-se na primeira ou na segunda oração? Os meus agradecimentos pela vossa ajuda.

Ana Filipa F. Sousa Portugal 6K

Gostaria de saber qual a função sintáctica de "me" na frase: "Eu lavo-me", de acordo com a nova terminologia linguística.

Mónica Saavedra Portugal 4K

Diz-se «envia-a», «envia-la» ou ambas, conforme os casos?

Fernando Bueno Brasil 22K

Apesar da resposta circunstanciada e atenciosa da Professora Edite Prada, em 3/5/2004, não estou convencido ainda da incorreção da frase seguinte: «A arte abstrai da morte, desconhece-a, com esse obstinado acreditar em si mesmo, que é o estigma de seu orgulho e de sua força».
A propósito, apresento outras frases análogas que me ocorreram:
"O falar consigo mesmo é característica dos filósofos";
"É próprio dos bons alunos o ser atento";
"O aprender sozinho revela o espírito dos perseverantes".
Se, em cada frase, se fizer alteração de gênero, dever-se-iam de alterar também os adjetivos componentes das frases substantivadas?
Ou seja:
"O falar consigo mesmas é característica das filósofas";
"É próprio das boas alunas o ser atentas";
"O aprender sozinhas revela o espírito das pessoas perseverantes".
A questão se prende ao fato de, segundo penso, ao se substantivar uma expressão, ela deveria cristalizar-se com a característica genérica do masculino neutro, inclusive seus termos internos variáveis.
Na verdade, não estou afastando a hipótese de se fazer a concordância atrativa, como propôs a nobre professora, mas querendo saber se estaria afastada, por definitivamente incorreta, a concordância que propus.
Gostaria de nova intervenção da Professora Edite Prada e, se não for o caso de ela se sentir melindrada, a opinião de outro consultor, para propor ou não uma ratificação.
Muito obrigado.

Eddie V. O. Estudante Califórnia, EUA 8K

Li uma resposta aqui no Ciberdúvidas onde se falava sobre os pronomes pessoais no Brasil. Diz-se que esse uso é incorrecto na linguagem formal. O que quero saber é então como é que se pode fazer a diferença entre o ouvinte (você), e uma terceira pessoa (ele/ela). Se estou a falar com um homem a quem chamo de «você», no Brasil ou em Portugal, e, nós dois estamos a falar de outro homem (o Senhor Martin), como se pode especificar de quem se fala se digo algo como: «(No telefone) Você sempre fala do mesmo caso. Já lhe disse que isto é tão importante para si/você quanto para mim. O Senhor Martin estará aí durante umas horas e depois partirá consigo/com você. Apesar de tudo isto, receio que não poderei vê-lo.»
Isto aqui é um texto que inventei neste momento. Talvez não seja tão genuino, mas há muitos casos assim. Agora, como se pode especificar de quem estou a referir-me aí? Sei que poderia dizer «ver o Senhor Martim», mas seria redundante. Tampouco «ver você» estaria correcto. Isto, como se sabe, leva também muita gente do Brasil usarem «te» com o pronome «você», i.e. «Deixe que eu te diga. Você vai ficar surpreendido». Esta trapalhada de pronomes, porém, também acontece em Portugal com «vocês», i.e. «Quero dizer-vos que vocês são muito simpáticos». No complemento indirecto já se diz: «Quero dizer a ele», «Vou mostrar a vocês que não é difícil». Em espanhol, esta diferença faz-se com o chamado «a pessoal», i.e. «Lo veo a usted», «Lo veo a él», «Los llevo (a ellos/a ustedes)».
Então, como se pode dizer isto correctamente?
Seja com «vocês, eles/elas» em Portugal, ou, «você, ele/ela» no Brasil.
Eu sempre soube que estes usos são incorrectos, embora sejam utilizados como a norma. Quando uso «vocês», sempre faço a concordância com «lhes, os/as, seu(s)/sua(s)», mesmo que sempre veja e escute os portugueses fazerem a discordância com «vos, vosso(s)/vossa(s)». Em outra resposta no Ciberdúvidas, leio que este uso de «vos, vosso» em Portugal é mais provinciano, que o que se deve ensinar aos estrangeiros é usarem «lhes, os/as, seu» com «vocês». Mas, muitas das fontes para aprender português (de Portugal) que eu usei, ensinam «vos» como o complemento directo e indirecto que vai com «vocês», junto com «vosso». Por que é isto? Fiquei surpreendido quando o vi. Apenas começava a aprender português, e falando já espanhol, sabia que isso era errado. Até hoje, nego-me a usar «vos, vosso» com «vocês». Prefero usar o pronome «vós» e as suas formas verbais antes do que isso. No principio, tinha medo de que seria eu o «errado» nos olhos (e nos ouvidos) dos portugueses.
Uma última pergunta tendo a ver com este tema, em Portugal, é aceitável o uso de «você» e «com você» em vez de «si» e «consigo»?
Oxalá possam esclarecer as minhas dúvidas.
Muito obrigado.