DÚVIDAS

«Ele lia todos os livros que podia»
Congratulo, desde já, a incontestável utilidade do Ciberdúvidas, que tem esclarecido as minhas incertezas quanto a diversos aspectos. Sei que é possível dizer-se «Ele lia tudo quanto podia» ou «Ele lia todos os livros que podia», porém, tenho dúvidas quanto à correcção da frase «Ele lia todos os livros quanto podia». Gostaria, portanto, que me esclarecessem tal dúvida. Muito obrigada.
«Não dá para mim fazer tudo sozinho»
Aprendi que a frase «É bom para mim comer bem» está correta, pois posso inverter a frase, indicando que o mim não é sujeito, por causa também da regência nominal do adjetivo bom e porque «para mim» indica opinião. Porém fiquei numa dúvida tremenda diante da seguinte frase: «Não dá para mim fazer tudo sozinho»; justificaria assim: «Fazer tudo sozinho não dá para mim» ou «Para mim, fazer tudo não dá» — até vejo a idéia de opinião, mas não vejo a regência nominal para poder utilizar o mim diante de infinitivo. Afinal, «Não dá para mim fazer tudo sozinho» está correta?! É isso! Aguardo ansiosamente sua explicação!
Contracção de pronomes
Sou professora de Espanhol e estudo Tradutorado de Português (variedade português do Brasil). Participo do Clube de Escrita Criativa do Camões, lá em Portugal, e sinto uma grande falta de informação, apesar dos bons sites como este (obrigada). E a gramática de Celso Cunha para o português europeu não está à venda por aqui. A questão — neste caso — que mais me preocupa é sobre -ta. Disseram-me — e é fácil adivinhar com um exemplo — que se trata de dois pronomes juntos: "enviá-tas" (enviar + te + as). Não me lembro se o acento é como no Brasil. Já o lho, suponho que é lhe + o. Mas sei que tem muitas possibilidades. O caso é que não encontro (on-line) nenhuma das regras de formação de estas e outras contrações que não existem no Brasil e gostaria de aprender. Poderiam me enviar um resumo e dizer-me se pertencem ao português culto?
«... não sei para quê, tantos vestidos»
Veja-se o seguinte trecho de um diálogo: «— Como não saberia?! Toda semana, você compra um... Aliás, não sei para quê, tantos vestidos.» A minha dúvida se prende ao uso da vírgula depois de «para quê». Ela indica de fato uma elipse, pois a frase completa seria «... não sei para que você compra tantos vestidos». Acentuar ou não o «que», como posto na frase, a exemplo de «Você comprou mais um vestido!!! Não sei para quê...», eis outra questão que apresento... Obrigado.
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