Falar de sujeito indeterminado é dizer que não há um referente conhecido ou definido para esse sujeito. Esta característica semântica não impede que, na frase «Fala-se muito deste filme», se interprete o pronome se como sujeito da frase, muito embora as suas propriedades sintácticas não sejam as de um sujeito gramatical típico.1 Com efeito, trata-se de um clítico, sem acento próprio, ao contrário de elementos ou sequências com acento próprio, como os pronomes pessoais tónicos («eles falam do filme»), os outros pronomes («todos/estes falam do filme») e as expressões nominais («toda a gente/os nossos amigos fala/m do filme»).
1 Ver resposta de José Neves Henriques para uma interpretação alternativa.