Qualquer pronome, na maioria dos casos, é usado apenas porque antes se indicou o nome que lhe serve de referente. Para além disso, os demonstrativos este, esse e aquele, sempre que há necessidade de usar mais do que um em sequência textual, indicam uma ideia de distanciamento progressivo, indicando este, o último aspecto que foi focado; esse, o penúltimo, e aquele, o mais distante, como se exemplifica em (1):
(1) «A água, a luz e a terra, são elementos vitais, esta porque nos sustenta, essa porque nos ilumina, e aquela porque nos dá vida.»
Esta ideia de distanciamento ocorre também para indicar espaço físico, ou seja, a distância relativa a que os objectos estão de quem fala:
(2) «Os três livros que estão na mesa são interessantes. Já li este, estou a ler esse e quando acabar leio aquele.»
Quando o pronome ocorre isolado, o mais frequente, e o aconselhado em Portugal, é recorrer a este. Acontece que no Brasil parece haver uma clara preferência pelo pronome esse em detrimento de este, no mesmo contexto.
A discussão que vos divide é, pois, uma questão de serem uns mais “tradicionais” do que outros, ou seja, de uns ainda aceitarem como mais adequada uma forma — o recurso a este — que outros já não aceitam.
A solução tem de passar por um compromisso e ter em conta o estilo geral do texto.