DÚVIDAS

A diferença entre «alguma coisa» e «qualquer coisa»
Um aluno meu perguntou-me quando se deve usar «alguma coisa» e quando «qualquer coisa» e, sinceramente, não soube responder. A meu modo de ver, a diferença é unicamente relativa ao uso, e não ao significado, muito semelhante. Quer dizer, o normal é ouvir, por exemplo, «desculpe qualquer coisa» ou «há qualquer coisa de errado», e nesses contextos seria menos frequente usar «alguma coisa», embora não seja errado. Agradecia que algum dos vossos especialistas me desse a sua opinião sobre o assunto. Obrigada.
Colocação opcional do pronome pessoal
Li, com muito interesse, a peça de Sandra Duarte [intitulada "Apresente-se sem nódoas linguísticas!"]. Apesar disso, no final, fiquei com dúvidas sobre a regência de preocupar-se e sobre a colocação do pronome reflexo em «se apresentar»: «Por conseguinte, preocupe-se não só em construir um bom CV, mas também em se apresentar com rigor e sem nódoas linguísticas!» Agradecia a vossa prestimosa opinião. Obrigado.
O uso do pronome pessoal vós na história
Já faz algum tempo que tenho curiosidade a respeito da evolução das formas de tratamento na língua portuguesa. Em que época e por quê, por exemplo, surgiu o tratamento por vós para apenas uma pessoa. Como aparecem as formas encabeçadas pelo possessivo vosso(a)? Como algo remanescente disso, na liturgia da Igreja Católica, Deus e os bem-aventurados ainda são interpelados por vós, no Brasil e em Portugal (penso que também nos outros países lusófonos); não conheço a existência desse fenômeno noutros idiomas, especialmente nos de origem latina, em que os fiéis se dirigem a Deus e aos santos fazendo uso do pronome de segunda pessoa do singular tu. Peço-lhes, pois, uma explanação — se possível mais detalhada — sobre este assunto. Muito grato deste então.
O valor do pronome esta em
«Esta é uma confissão de amor» (Clarice Lispector)
No trecho: «Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa.» O emprego do pronome demonstrativo esta justifica-se porque o pronome está em referência a um: a) lugar em que o falante está. b) tempo futuro, mas bem próximo. c) pensamento que se vai anunciar. d) ser que se encontra perto do falante. e) termo imediatamente anterior, mencionado no discurso.
O pronome clítico com verbo no infinitivo (completiva de infinitivo)
Ainda não encontrei menção desta regra em Portugal, apenas no Brasil, de que devemos utilizar sempre a ênclise com o verbo no infinitivo, apesar de haver algum atrator de próclise. Está correto? E, se estiver correto, o que prevalece numa frase onde o verbo no infinitivo e pronome interrogativo coabitem? Envio um exemplo: «Como planeia se recompensar quando ocorrer a mudança desejada?», ou «Como planeia recompensar-se quando ocorrer a mudança desejada?»?
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