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Início Respostas Consultório Campo linguístico: Tempo/Modo/Pessoa/Número (verbos)
Gabriel Lago Revisor de textos Cascavel, Brasil 2K

Primeiramente agradeço o sempre excelente trabalho que vocês desempenham.

Tenho encontrado em Machado de Assis um tipo de construção que me é nova: o uso do pretérito perfeito composto do indicativo em lugar do pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo, especialmente em situações condicionais, hipotéticas. Trago abaixo alguns exemplos do mesmo escritor. A locução de tempo composto vai destacada em maiúsculas:

1) "Um dos oradores do dia 21 observou que se a Inconfidência TEM VENCIDO, os cargos iam para os outros conjurados, não para o alferes. Pois não é muito que, não tendo vencido, a história lhe dê a principal cadeira."

2) "Teve seus minutos de aborrecimento, é verdade; a princípio doeu-me que Ezequiel não fosse realmente meu filho, que me não completasse e continuasse. Se o rapaz TEM SAÍDO à mãe, eu acabava crendo tudo, tanto mais facilmente quando que ele parecia haver-me deixado na véspera evocava a meninice, cenas e palavras, a ida para o colégio..."

3) "De repente, cessando a reflexão, fitou em mim os olhos de ressaca, e perguntou-me se tinha medo. — Medo? — Sim, pergunto se você tem medo. — Medo de quê? — Medo de apanhar, de ser preso, de brigar, de andar, de trabalhar... Não entendi. Se ela me TEM DITO simplesmente: "Vamos embora!" pode ser que eu obedecesse ou não; em todo caso, entenderia."

Onde destaquei, parece dizer-se "tivesse vencido", "tivesse saído", "tivesse dito". Sei que muitos tempos e modos podem assumir o lugar de outros, como "Se eu fora (fosse) rico...", mas é a primeira vez que me deparo com tal possibilidade, e nunca a vi noutro autor.

Tem certa semelhança com o uso corrente do presente do indicativo a substituir o pretérito ou o futuro do subjuntivo: "Se erro a questão, reprovo". Vocês têm conhecimento dessa hipótese de substituição? É prevista em alguma gramática? Acha-se noutros escritores?

Alexandre Estradas Empregado de balcão Portugal 1K

A minha questão diz respeito a esta frase encontrada na página 291, linhas 5 e 6, da tradução portuguesa da obra Dracul, de Dacre Stoker e J.D. Barker, publicada pela TopSeller: «Até há instantes, eu tremia furiosamente, mas conseguira, por fim, acalmar.»

Na frase transcrita, o uso do verbo no pretérito-mais-que-perfeito (conseguira) estará correcto?

Não deveria o verbo tremer ter sido conjugado no pretérito-mais-que-perfeito, e o verbo conseguir no pretérito perfeito, uma vez que aquela ação precede temporalmente esta última?

Obrigado, desde já, pela atenção.

Gabriel Pedroso Estudante Thornhill, Canadá 2K

Estudando a conjugação do verbo prazer [...], deparei-me com certa discordância entre as possíveis formas de conjugá-lo, assim como as de seus derivados: aprazer, comprazer, desaprazer, descomprazer e desprazer.

Se possível, gostaria que me fossem enviadas as conjugações dos mencionados verbos e de que se esclarecesse por que possuem diferentes padrões de flexão, partindo da premissa que todas, acredito, derivam do verbo prazer.

Obrigado.

Filomena Miguel Tradutora e Professora Português Língua não Materna Loulé, Portugal 2K

Ensino o Português a Estrangeiros e muitos alunos estão a aprender o conjuntivo. Em todas as gramáticas para este fim, a conjunção se é seguida por um futuro do conjuntivo em situações como a seguinte: «Se não houver ajuda, é/será tudo mais difícil.»

No entanto, ouço repetidamente na televisão o uso do presente do indicativo em situações deste género. Ex: «Se não há coordenação, há de facto mais problemas.»

Estas duas frases estão corretas? Como interpretar isto?

Agradeço antecipadamente a vossa resposta à minha dúvida. Muito obrigada pelo vosso trabalho. Recorro frequentemente à vossa página para esclarecer as minhas dúvidas.

João Pedro Novais Professor Almada, Portugal 2K

Tendo em conta a frase:

«Estava a cozinhar uma feijoada, juntei o feijão na água, quando entra pela janela o mais belo pássaro....»

Qual a forma correta desta frase? Existem exemplos de frases onde a discordância verbal seja possível?

Raquel Sousa Dramaturga Porto, Portugal 3K

Se chamamos «plural majestático» ao que usamos quando nos dirigimos, por exemplo, a um rei, como podemos chamar ao plural que se usa, frequentemente, em comunicação científica?

Muito obrigada.

P.S.: Aproveito para agradecer este 25 anos de Ciberdúvidas. Recorro muitas vezes à vossa plataforma! Obrigada!

Lucas Tadeus Estudante Maua, Brasil 2K

Estava a escutar uma música da Dona Agrestina, mazuca e tudo mais, e notei que numa parte o cantor diz «tu sois preguiçosa».

É possivel que no Nordeste tenha existido, seja lá por quanto tempo, o pronome vós que os estudiosos dizem já não ter vindo ao Brasil (e sim o vosmecê e variáveis)?

Ou terão vindo para o Nordeste portugueses que já confundiam a conjugação da segunda pessoa do plural com a da segunda do singular?

Há outros exemplos desse fenômeno ou é só esse caso do verbo ser (sois)?

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 1K

Perguntava-vos se é possível aceitarmos esta construção frásica:

«Não gosto de os ver a chorarem por terem fome e eu não ter nada para lhes dar.»

Obrigado.

Paulo de Sousa Tradutor Estoril, Portugal 1K

Existe em português, do ponto de vista gramatical, a designação «verbo composto»?

Na língua inglesa, chama-se compound verb ou complex predicate ao verbo que consiste em pelo menos duas palavras ou por uma palavra composta (combinação de dois nomes). Este tipo de verbos divide-se geralmente em quatro grupos:

(1) «prepositional verbs» [verbos preposicionados (?)] – verbo + preposição (os dois elementos não são geralmente passíveis de separação);

(2) «phrasal verbs» [verbos sintagmáticos (?)] – verbo + partícula (preposição ou advérbio, ou ambos, sendo os dois elementos passíveis de separação);

(3) «verbs with auxiliaries» [verbos com auxiliares (ser ou estar)] – ser/estar + verbo;

(4) «compound single-word verbs» [verbos constituídos por uma palavra composta (podendo esta estar separada por um hífen) – Ex. «daydream» (fantasiar) ou «sight-read» (ler de improviso).

Grato pela atenção.

Maria José Gomes Professora Lisboa, Portugal 2K

Qual é o presente do conjuntivo do verbo eclodir?