DÚVIDAS

O verbo significar seguido de oração subordinada
Quanto mais estudo sobre modos verbais, mais tenho dúvidas sobre questões que parecem simples, especialmente o subjuntivo. 1) «Estudei física, mas isso significa que eu conheço todas as fórmulas?» 2) «Estudei física, mas isso significa que eu conheça todas as fórmulas?» Qual frase está correta? A 1 soa mais certa quando a digo em voz alta, porém, como a frase expressa dúvida, a 2 parece estar sintaticamente correta. Grato pela ajuda.
O verbo bulir: «isto bole comigo»
O Ciberdúvidas e outros sítios esclarecem perfeitamente que «no presente do indicativo, bulir muda o u do radical em o na 2.ª e 3.ª pessoa do singular e na 3.ª do plural» – ver aqui, aqui, aqui e aqui. A minha questão é se terá havido uma gralha do Ciberdúvidas ao conjugar o verbo bulir como «eu bulo, tu bules, ele bule...» aqui [resposta "Ainda compelir, gerir, computar, bulir e cerzir"].:  https://ciberduvidas.iscte-iul.pt E também não  terá havido uma gralha do Dicionário da Academia das Ciências no seguinte exemplo: «A primavera bule com ele, está muito impaciente»?
Para + infinitivo: «paramos para nos olharmos»
Qual das opções abaixo está gramaticalmente correta? Observando-se a conjugação dos verbos olhar e estancar: 1. «Até quando cultivaríamos as chagas do passado, mantendo-as abertas e sangrentas? Apontando dedos e ferindo outros feridos, em vez de pararmos por um instante para nos olharmos e estancarmos as nossas próprias chagas.» Ou 2. «Até quando cultivaríamos as chagas do passado, mantendo-as abertas e sangrentas? Apontando dedos e ferindo outros feridos, em vez de pararmos por um instante para nos olhar e estancar as nossas próprias chagas.» Há alguma regra pela qual me possa guiar para este tipo de dúvida? Muito obrigada.
Modo verbal depois de «ter a impressão de que» e «que pena... !»
Um aluno meu escreveu a seguinte frase num exercício sobre reclamação num restaurante: «... Por favor senhor, mais valia que não me perguntasse nada. O peixe foi muito salgado e em cima de tudo tive a impressão que o peixe não cheirasse bem. Que pena que houvesse areia na salada!» Segundo o que eu considero correto, corrigi os verbos para: «... O peixe ESTAVA muito salgado e em cima de tudo tive a impressão que o peixe não CHEIRAVA bem. Que pena que HAVIA areia na salada!» Em relação ao primeiro verbo o aluno entendeu: optamos por estar em vez de ser porque é uma situação temporária. Mas em relação aos outros dois verbos, ele colocou no imperfeito do conjuntivo porque ele «teve a impressão», ou seja, como é uma suposição e não uma certeza, na opinião do aluno tem de ser no conjuntivo e não no indicativo. Contudo, eu não acho que esse modo verbal fique adequado nas frases mencionadas. É válido também o uso do pretérito imperfeito do indicativo para expressar suposições? Como posso explicar isso aos alunos? Fico muito grata pela vossa ajuda!
Modo indicativo: pretérito mais-que-perfeito vs. pretérito perfeito
Sei que o pretérito mais-que-perfeito figura na ação que ocorre antes de outra ação que é indicada pelo pretérito perfeito: «Eu comera o bolo quando ela chegou.» A primeira ação é a de comer o bolo, a segunda é a de ela chegar. Conheço também que podemos usar a forma do composto: «Eu tinha comido o bolo quando ela chegou.» Aquelas duas relações são muito claras para mim, mas há um terceiro caso sobre o qual estou em dúvida, não tenho certeza de como posso classificá-lo. «Eu comi o bolo quando ela chegou.» Ambas as formas verbais (comi, chegou) são as do pretérito perfeito. Mas não consigo indicar com certeza qual ocorreu primeiro. Seguindo o raciocínio das primeiras, parto do pressuposto de que seja «comi» a primeira ação e «chegou» a segunda. Esta é também uma dúvida que tenho, mas não a principal, que vem a seguir: O significado da primeira forma (comi) é o mesmo de comera, tinha comido? Isto é, há alguma equivalência de sentido, pelo menos neste caso, entre o pretérito perfeito e o pretérito mais-que-perfeito, de modo que eu pudesse substituir uma forma pela outra? Esta dúvida surge por causa da ideia de que a ação de comer ocorre antes da ação de chegar. Sugestões de outros artigos e referências são bem-vindas. Grato.
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