Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Tempo/Modo/Pessoa/Número (verbos)
Maria Rodrigues Professora Lisboa, Portugal 415

Na sequência da elaboração de uma ata, houve uma correção e substitui-se tinham por têm no seguinte enunciado:

«O presidente da reunião referiu que as atribuições tinham / têm de ser muito criteriosas.»

Gostaria de saber qual a forma mais correta.

Obrigada.

Antecipadamente grata.

João Nogueira da Costa Professor Almada, Portugal 870

O Ciberdúvidas e outros sítios esclarecem perfeitamente que «no presente do indicativo, bulir muda o u do radical em o na 2.ª e 3.ª pessoa do singular e na 3.ª do plural» – ver aqui, aquiaqui e aqui.

A minha questão é se terá havido uma gralha do Ciberdúvidas ao conjugar o verbo bulir como «eu bulo, tu bules, ele bule...» aqui [resposta "Ainda compelir, gerir, computar, bulir e cerzir"].: 

https://ciberduvidas.iscte-iul.pt

E também não  terá havido uma gralha do Dicionário da Academia das Ciências no seguinte exemplo: «A primavera bule com ele, está muito impaciente»?

Rafaela Mello Escritora Lisboa, Portugal 560

Qual das opções abaixo está gramaticalmente correta? Observando-se a conjugação dos verbos olhar e estancar:

1. «Até quando cultivaríamos as chagas do passado, mantendo-as abertas e sangrentas? Apontando dedos e ferindo outros feridos, em vez de pararmos por um instante para nos olharmos e estancarmos as nossas próprias chagas.»

Ou

2. «Até quando cultivaríamos as chagas do passado, mantendo-as abertas e sangrentas? Apontando dedos e ferindo outros feridos, em vez de pararmos por um instante para nos olhar e estancar as nossas próprias chagas.»

Há alguma regra pela qual me possa guiar para este tipo de dúvida?

Muito obrigada.

Sara Santana Docente Grândola, Portugal 1K

Um aluno meu escreveu a seguinte frase num exercício sobre reclamação num restaurante:

«... Por favor senhor, mais valia que não me perguntasse nada. O peixe foi muito salgado e em cima de tudo tive a impressão que o peixe não cheirasse bem. Que pena que houvesse areia na salada!»

Segundo o que eu considero correto, corrigi os verbos para: «... O peixe ESTAVA muito salgado e em cima de tudo tive a impressão que o peixe não CHEIRAVA bem. Que pena que HAVIA areia na salada!»

Em relação ao primeiro verbo o aluno entendeu: optamos por estar em vez de ser porque é uma situação temporária. Mas em relação aos outros dois verbos, ele colocou no imperfeito do conjuntivo porque ele «teve a impressão», ou seja, como é uma suposição e não uma certeza, na opinião do aluno tem de ser no conjuntivo e não no indicativo.

Contudo, eu não acho que esse modo verbal fique adequado nas frases mencionadas. É válido também o uso do pretérito imperfeito do indicativo para expressar suposições?

Como posso explicar isso aos alunos?

Fico muito grata pela vossa ajuda!

Terrence Fraser-Bradshaw Educador Georgetown, Guiana 861

Antes de mais, desculpai pela pergunta tão elementar, mas, numa aula de Português, um aluno queria saber por que razão a primeira pessoa do plural tempo presente do conjuntivo não leva acento, verbi gratia, dar e ir.

A minha gratidão antecipada pela resposta.

Victor Santos Escritor Brasil 846

Sei que o pretérito mais-que-perfeito figura na ação que ocorre antes de outra ação que é indicada pelo pretérito perfeito:

«Eu comera o bolo quando ela chegou.»

A primeira ação é a de comer o bolo, a segunda é a de ela chegar. Conheço também que podemos usar a forma do composto:

«Eu tinha comido o bolo quando ela chegou.»

Aquelas duas relações são muito claras para mim, mas há um terceiro caso sobre o qual estou em dúvida, não tenho certeza de como posso classificá-lo.

«Eu comi o bolo quando ela chegou.»

Ambas as formas verbais (comi, chegou) são as do pretérito perfeito. Mas não consigo indicar com certeza qual ocorreu primeiro.

Seguindo o raciocínio das primeiras, parto do pressuposto de que seja «comi» a primeira ação e «chegou» a segunda. Esta é também uma dúvida que tenho, mas não a principal, que vem a seguir:

O significado da primeira forma (comi) é o mesmo de comera, tinha comido? Isto é, há alguma equivalência de sentido, pelo menos neste caso, entre o pretérito perfeito e o pretérito mais-que-perfeito, de modo que eu pudesse substituir uma forma pela outra?

Esta dúvida surge por causa da ideia de que a ação de comer ocorre antes da ação de chegar.

Sugestões de outros artigos e referências são bem-vindas.

Grato.

Paulo Manuel Sendim Aires Pereira Engenheiro Costa Rica, Brasil 611

Embora se diga que quando e se nunca são seguidos do presente do conjuntivo, o fato é que eu tenho visto, inúmeras vezes, o presente do conjuntivo depois de quando, em textos jurídicos de todo o mundo lusófono.

O curioso é que, como nativo, essa aplicação me soa bem nesses casos, mas não na maioria dos casos, onde aplicaria o presente do indicativo ou o futuro do conjuntivo. Dou como exemplo a seguinte frase:

«As concessões por arrendamento podem ser rescindidas, quando a utilização do terreno se afaste dos fins para que foi concedido.»

De fato aqui a utilização do uso presente do conjuntivo parece tirar ousadia do futuro do conjuntivo de sugerir maior probabilidade ou concretude.

Este uso está correto? Qual seria o critério para o seu uso?

Marília do Rosário Figueiras Ferreira Professora Vendas Novas, Portugal 892

Não consigo perceber por que razão os particípios são formas verbais não finitas.

Obrigada.

Alexandre Pereira Terapeuta Viseu, Portugal 985

É mais ou menos comum ouvir [em certas regiões de Portugal] a expressão "Durmide (dormide) bem", ou "Fazeide boa viagem", ao expressar esse desejo a duas ou mais pessoas.

Estas expressões parecem "descender" de «vós dormis» e «vós fazeis», ou melhor, se eliminássemos a terminação de teríamos dormi e fazei.

Qual é a forma correta? Usar simplesmente durmam e façam? E que tempo verbal é este, por favor? Seria o imperativo?

Muito obrigado.

Janaki Barroso Revisora São Paulo, Brasil 825

Sou revisora e, revisando, entravei-me neste trecho:

«Ela atua como intermediária entre o banco e o consumidor, sendo responsável por informar ao cliente documentações necessárias.»

Creio, e isso é pessoal, que se é possível evitar orações reduzidas de gerúndio e de partícipio, devemos fazê-lo, porque sempre trazem algum prejuízo à compreensão do leitor.

Neste caso, que deveria eu inferir? A oração «sendo...» sugere causa, modo/temporalidade?

Ou, ainda, que, aí, se vê uma oração coordenada assindética de gerúndio (que é algo que não se deve fazer)? Pendi muito mais ao último caso.

Adoraria ter a ajuda de vocês.

Obrigada!