Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Paulo Pereira Eng. mecânico Londrina, Brasil 9K

A frase «Eu vi os leões matarem as zebras» me parece inquestionavelmente correta.

No entanto, a frase «Eu vi os leões matar as zebras» já me suscita sérias dúvidas. Eu vou explicar por quê.

É comum ver expressões deste género:

«Eu vi-te matar zebras» ou «Eu vi-os matar zebras», em vez de «Eu vi-te matares zebras» ou «Eu vi-os matarem zebras».

Não só no Brasil como em Portugal...

Alexandre de Sena Viegas Tradutor Frankfurt am Main, Portugal 38K

No meu quotidiano de tradutor, vejo-me por vezes confrontado com situações consideradas normais na língua de origem mas não tanto na língua de chegada ou de tradução.

Por exemplo, em alemão é normal começar uma frase por e ou por ou em vez de se fazer sempre e obrigatoriamente o uso de vírgula.

É legítimo fazer o mesmo em português?

Alessandro Leal Borges de Morais Estudante Osasco, Brasil 6K

Em:

«Tivemos a possibilidade de nos aproximarmos.»

«Tivemos a possibilidade de nos aproximar.»

Qual é o certo?

Teixeira Hélder César Professor Funchal, Portugal 8K

Gostaria de saber a análise sintáctica completa da seguinte estrofe:

«Bóiam leves, desatentos,

Meus pensamentos de mágoa,

Como, no sono dos ventos,

As algas, cabelos lentos

Do corpo morto das águas.»

Obrigado.

Ana Ventura Tradutora Lisboa, Portugal 6K

Se considerarmos apenas este tipo de construção, qual é a opção preferível?

«Uma vez que a empresa está a aproximar-se cada vez mais da falência, a mesma deve adoptar medidas imediatas»

ou

«Uma vez que a empresa está a aproximar-se cada vez mais da falência, deve adoptar medidas imediatas.»

Existe, neste caso, uma regra que determine a utilização ou a não utilização de um sujeito na segunda oração?

Muito obrigada.

João Silva Engenheiro civil Lisboa, Portugal 10K

Tenho a seguinte dúvida. Deve dizer-se «factos susceptíveis de constituir justa causa de despedimento», ou «factos susceptíveis de constituírem justa causa de despedimento»? De igual modo, «substâncias capazes de prejudicar a saúde», ou «substâncias capazes de prejudicarem a saúde»?

Muito obrigado.

Alexandre Araújo Revisor/tradutor Vargem Grande Paulista, Brasil 11K

Várias vezes, ao traduzir, deparo-me com verbos de regências diferentes que têm o mesmo complemento, num mesmo período. Considere o exemplo a seguir: «E da mesma forma como você cuida e protege cada membro do seu corpo físico, deve também cuidar e proteger cada membro do corpo espiritual.» Temos os verbos cuidar (transitivo indireto) e proteger (transitivo direto), com o mesmo complemento: «cada membro do...». Então, pergunto: na língua portuguesa, a regência utilizada deve ser a do verbo mais próximo do complemento? Ou deve-se escrever o período de forma que seja aplicada a regência de cada verbo? Por exemplo: «E da mesma forma como você cuida de cada membro do seu corpo físico e protege-o, deve também cuidar de cada membro do corpo espiritual e protegê-lo?»

Obrigado!

Diana Oliveira Estudante Braga, Portugal 8K

Gostaria de saber como se classificam as frases complexas cujas orações se repartem pela introdução do discurso directo e o discurso directo propriamente dito. Exemplo:

«Quando o José abriu a caixa disse:
— É para mim!»

Atentando na frase/oração introdutória, se a 1.ª oração é facilmente classificável (subordinada adverbial temporal), já a segunda, ao reduzir-se apenas ao verbo declarativo «disse», suscita algumas dúvidas, pois um dos constituintes fundamentais deste verbo — o complemento directo (CD) — é enformado pela frase simples já em discurso directo. Assim, poderá «disse» ser considerado por si só oração subordinante ou, pelo contrário, e como está em falta um dos elementos essenciais por ele pedido, não poderá de modo algum sê-lo? Caso não possa considerar-se como oração principal, como classificá-lo? E a oração subordinada adverbial continua a sê-lo?

Quanto à frase já em discurso directo («É para mim!»), devemos classificá-la como frase simples (porque o é por si só), ou, sabendo nós que se trata do CD do verbo declarativo antecedente, devemos analisá-la na sua forma de discurso indirecto e classificá-la como oração subordinada completiva?

O mesmo para «Penso — disse meu pai — que te darás melhor em letras»: «disse meu pai» — frase simples, ou, convertendo toda a frase para o discurso indire{#c!}to («O meu pai disse que pensava que me daria melhor em letras»), oração subordinante?

Já agora, aproveito para colocar a mesma questão em relação a frases complexas na interrogativa. Exemplo: «Será que expulsá-lo da aula foi bem pensado?»

Espero ter sido clara na exposição da dúvida.

Obrigada.

Geneide Ferreira Professora Recife, Brasil 7K

Por favor, gostaria de um maior esclarecimento sobre correlação entre tempos verbais. Por exemplo, como saber se um verbo, estando no particípio, pedirá outro verbo no particípio? Como se dá esta correlação (articulação) entre os verbos?

Desde já, agradeço.

Ana Oom Professora Lisboa, Portugal 4K

Gostaria de saber se a seguinte frase se pontua ou não com dois-pontos, uma vez que não há qualquer verbo que introduz o discurso directo.

«No entanto, ela não reagiu como Afonso gostaria:
— Tu não sabes o que dizes, Afonso!»

Obrigada.