DÚVIDAS

«A ou B, complementando com C», de novo
Gostaria de poder fazer uma tréplica em relação à construção «A ou B, complementando com C». A dúvida original não foi solucionada pela construção lógica [ARBITRARIAMENTE] utilizada. A questão é exatamente saber que construção lógica adotar: (A V B) Λ C ou A V (B Λ C) Ora, substituindo-se a vírgula pela conjunção aditiva e (Cunha e Cintra), a estrutura da frase «A ou B, complementando com C» ficará: A V B Λ C Para a lógica booleana, o conectivo ou (V) equivale ao sinal de adição (+) e o conectivo e (Λ), ao de multiplicação (.). A partir daí, vale a regra de prioridade das operações fundamentais envolvidas numa expressão matemática: a multiplicação tem prioridade sobre a adição. Logo, a expressão A V B Λ C se reduzirá a: A + B.C Em conclusão, C só se aplica a B. Não cabe qualquer dúvidda quanto a isso. Quem estudou lógica booleana e trabalhou com circuitos integrados TTL sabe muito bem disso. Podemos afirmar com toda certeza que a construção em debate corresponde ao circuito eletrônico assim formado: Uma porta OR (em inglês) que tem por entradas o valor A e o resultado de B AND C. Noutros termos, somente oficiais aviadores terão de atender às opções 1, 2 ou 3 (a uma ou a mais de uma). P. S.: Além do mais, no caso concreto, não haveria sentido em distinguir oficiais aviadores dos demais candidatos de nível superior (utilizando um OU). Em todo caso, espero ter sido esclarecida a confusão com os argumentos acima. O debate até agora foi muito esclarecedor para mim. O que vocês acham?
Orações condicionais com verbo no pretérito perfeito e presente na oração principal
Fui questionada sobre uma oração condicional que trazia um verbo no pretérito perfeito e um verbo no presente na principal: «Se a cadeia de caracteres-padrão foi criptografada, essa mesma cadeia deve ser fornecida como um valor diferente.» Essa construção é possível, baseado no fato de que a condição se dá no uso do "se" e não no "verbo"?
Adjunto adverbial: «apesar da sua fraqueza»
Gostaria de saber como se divide a oração seguinte: «Apesar da sua fraqueza, os Homens superaram sempre os Deuses.» A minha professora afirmou que existiam duas orações. A 1.ª: «Apesar da sua fraqueza» — oração subordinada concessiva; e a 2.ª: «os Homens superaram sempre os Deuses» — oração subordinante. Só que, para mim, essa divisão e essa classificação não me convencem. Gostaria muito que me esclarecessem sobre este ponto, porque vou fazer o Exame Nacional de 9.º ano em Junho. Muito obrigada.
«Carrinhas de mercadorias e carrinhas de transporte misto até 3000 quilos»
Imaginando, por exemplo, que se tem um artigo com uma lista das várias categorias de veículos existentes, e exista uma alínea desse artigo que diz o seguinte: «Categoria B: Carrinhas de transporte de mercadorias e carrinhas de transporte misto até 3000 quilos.» A qual das carrinhas se referem os 3000 quilos? Referem-se apenas às carrinhas de transporte misto, ou às duas carrinhas em causa? Obrigado.
«... no sentido de que...»
Como se diz «em bom português»? «Impõe-se concluir no sentido de que, no presente caso, toda a prova viu a sua eficácia precludida», ou «Impõe-se concluir no sentido de, no presente caso, toda a prova viu a sua eficácia precludida»? Eu escreveria (e escrevo) como na primeira alternativa. No entanto, uma colega minha duvida do que lhe disse. Muito obrigado pela atenção e disponibilidade.
Ainda «O homem corria e, todavia, era lento»
Parece-me estranha, na frase apresentada pelo consulente Nuno Pinho Melo em 5/2/2009, a coocorrência das conjunções e e todavia, embora admitida pelos distintos consultores Carlos Rocha e Rui Gouveia. A par da evidente redundância, pois ambas têm valor adversativo, ainda há o empobrecimento do estilo e da concisão. «O homem corria, mas era lento» ou «O homem corria, e era lento» ou «O homem corria, todavia era lento». Mais simples e mais elegante.
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