Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Concordância
Luísa Costa Hölzl Leitora do Instituto Camões em Salzburgo Munique, Alemanha 2K

Nesta frase de uma crónica do escritor brasileiro Luís Fernando Veríssimo «O homem perguntou se o que o garoto estava fazendo era ornamentos para os torreões do castelo», não teria de haver concordância entre o predicativo do sujeito e o auxiliar ser?

Grata pela ajuda.

Luís Guimarães Jornalista Lisboa, Portugal 2K

E agora uma dúvida pungente, de suma importância: qual o feminino de «sumo sacerdote»?

"Suma" sacerdotisa? Sumo "sacerdotisa"?

Estou empancado nisto.

Obrigado.

Lucas Tadeus Oliveira estudante Mauá, Brasil 1K

No Brasil, pelo menos, se diz muito «Ele quebrou os copos TUDO», mas também «Ele quebrou TODOS os copos».

Por que, estando o pronome no fim, há a mudança de um por outro?

É errada a primeira alternativa?

David Medeiros Profissional de Saúde Porto, Portugal 9K

Li o seguinte num jornal diário:

«Vítima identifica imediatamente agente condenado por o agredir.»

Será correcto dizer/escrever «condenado POR O agredir»?

Ou seria mais correcto dizer "«condenado por agressão», ou talvez melhor ainda «condenado por agredi-lo»?

Desde já o meu obrigado.

Marta Duarte Jornalista Faro, Portugal 22K

Apesar de já ter lido por aqui que há várias exceções às regras de concordância entre sujeito e verbo, gostava de esclarecer se os casos que exponho abaixo – em que o sujeito (que remete para um coletivo) está no singular e o verbo no plural – estão efetivamente errados e se o correto seria o verbo estar no singular (ficou infetado, está em quarentena, está a ser procurado)

«Um total de 35 médicos ficaram infetados com covid-19»

«Um total de 340 pessoas estão em quarentena»

«Um grupo de 30 migrantes estão a ser procurados»

Isto porque, embora não se trate de expressões numéricas, como na frase «Mil euros não será demais?», os sujeitos remetem para a ideia de coletivo. Nestes casos, pode o sujeito estar no singular e o verbo no plural, uma vez que se refere ao número de pessoas?

A minha dúvida aplica-se, sobretudo, ao verbo ser.

Obrigada

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 3K

«As lições morais que encerram os relatos sobre animais é uma das principais características que distinguem os bestiários dos tratados de história natural anteriores.»

Na frase acima está correta a concordância do verbo ser?

Obrigado.

Daniel Oitaven Professor universitário e advogado Salvador, Brasil 14K

Gostaria de saber se a palavra babá, quando usada para designar uma pessoa que cuida de crianças, é um substantivo sobrecomum ou um substantivo comum de dois gêneros.

A aplicação prática é a seguinte: um homem cuidador de crianças deve ser chamado de «a babá» ou de «o babá»?

Obrigado.

Carlos Miguel Gonçalves Padre Moscavide, Portugal 3K

A frase «eu sou o pão vivo, que desci do céu» [João 6, 51] soa-me sempre mal, mas fico na dúvida se em português é possível fazer esta construção ou se, pelo contrário, seria obrigatório que o verbo da oração relativa ficasse na terceira pessoa, concordando com o antecedente do relativo – «o pão vivo».

Fico com a ideia de que em latim, por exemplo, esta frase não resultaria problemática porque o que declinado indicaria a sua relação com o eu da oração subordinante, equivalendo a «eu, que desci do céu, sou o pão vivo», sendo então esta a única formulação em português que se poderia aceitar como correcta, obrigando a que o relativo esteja mesmo sempre a seguir ao seu antecedente.

É assim?

 

N. E. (07/04/2020) – Manteve-se a forma correcta, que é da norma anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.

Diogo Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 6K

Devemos escrever «ora viva, sejam muito bem-vindos», ou «ora vivam, sejam muito bem-vindos»? E porquê?

Muito obrigado.

Arthur Santos Estudante São Paulo, Brasil 8K

Carlos Nougué em sua Suma Gramatical da Língua Portuguesa escreve: “

«"Não trabalhava faz dois anos" nem remotamente nos soa correta. E, no entanto, tão incorreta como "Não trabalhava faz dois anos" é "Não trabalhava há dois anos". Pois bem, use-se o verbo fazer ou o verbo haver, não se infrinja nunca o devido paralelismo ou correspondência verbal, e escreva-se corretamente: "Não trabalha há/faz dois anos" ou "Não trabalhava havia/fazia dois anos".»

Apesar de clara, a explicação não contém tantos exemplos. Fiquei, portanto, com certas dúvidas.

Estariam corretas construções como estas – «Aquelas ideias já foram esquecidas há tempos» e «Estive nos Estados Unidos há dois anos»–, porquanto Nougué prefere, por exemplo, «Decorreram dois anos que se casaram» a «Há/Faz dois anos que se casaram», considerando esta última como figura anômala?

Obrigado.