Locuções verbais com pronomes átonos no Brasil
Gostaria de tirar as seguintes dúvidas:
1. No Brasil, é preferível escrever "deve-se dizer" ou "deve dizer-se"? Ao mesmo tempo que sinto soar esquisita a alguns brasileiros a segunda opção, fico tentado a escolhê-la, pois costumo posicionar o pronome após o verbo principal e busco consistência na minha escrita. Ainda que não haja uma resposta definitiva, ficaria satisfeito com um conselho.
2. "Poderia escrever-se" é aceitável ou é necessário empregar a mesóclise?
3. Optar por "ele se tinha esquecido" em vez de "ele tinha-se esquecido" causaria alguma estranheza?
4. A ênclise ao verbo "querer" quando este está numa locução (por exemplo: "eu quero-lhe contar minha história") me parece forçada, ao menos deste lado do Atlântico. O que acham?
Desde já, agradeço!
A preposição por e os pronomes átonos em orações de infinitivo
Confesso que fiquei confuso com a correção que foi feita ao teste de Português da minha filha, nomeadamente na parte a que antigamente chamávamos "redação". Numa situação fiquei dúvidas.
A minha filha relatava uma viagem que fez à Disney com a irmã e contava que logo à chegada a Paris tiveram uma pequeno problema porque não sabiam qual era o autocarro. Depois de explicar, a dada altura escreveu: "(...) acabámos por encontrar".
Ora o corretor acrescentou um "o", ficando: "(...) acabámos por o encontrar".
Está correto? Não seria "por encontrá-lo".
"Por o encontrar" não soa bem.
Grato!
Coordenação de «antes de» e após
Na frase «Antes de e após isso ocorrer, você já deveria ter aprendido!», é obrigatório incluir o de logo após o antes?
Ou, pelo menos, recomendado?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Verbos plenos e verbos auxiliares
«Eu gostaria de ajudá-la.»
«Ele as incentivou a ajudarem-no.»
Na primeira frase , seria possível haver uma mesóclise? Ex.: «Eu gostá-lo-ia de ajudar.»
A pergunta surge porque eu o tinha como verbo auxiliar.
«c) vontade ou desejo: querer escrever, odiar escrever, desejar escrever, […]»
Porém, gostar aparentemente não é. Parece sensitivo, então, não?
Na segunda frase, gostaria de saber se o verbo incentivar possui as características de um verbo causativo.
A dúvida surge porque, conquanto – na minha linha de raciocínio – existam os elementos de um verbo causativo, há, aqui, uma preposição (diferente dos vários verbos causativos com os quais estou acostumado).
Em minha cabeça não tão familiarizada com terminologias diferentes, neste caso, ou é um verbo auxiliar (a flexão do infinitivo estaria errada), ou é um verbo causativo (a flexão do infinitivo também estaria errada). Há um terceiro elemento que paira sobre mim, e eu não o vejo?
Obrigado.
Ainda a colocação do pronome com para + infinitivo
Antes de deixar a minha dúvida, gostaria de expressar a minha admiração e a minha gratidão pelo vosso trabalho. Muito obrigada!
Outro dia, conversava com umas companheiras e surgiu-nos uma dúvida com a seguinte frase: «Mal posso esperar para receber-te.» Ficámos a pensar se não seria mais correto dizer: «Mal posso esperar para te receber.»
Chegámos a discutir o seguinte: que é correto colocar o pronome antes do verbo, porque o verbo está no infinitivo e é antecedido da preposição para. Uma colega disse que as preposições atraem o pronome para antes, exceto a preposição a. Outra colega afirmou que se pode usar o pronome antes ou depois, mas que é mais natural e coloquial que o pronome venha antes do verbo. Eu, pessoalmente, penso que, pelo facto de o verbo estar no infinitivo, também é correto usar o pronome depois do verbo.
Resumindo, não chegámos a nenhuma conclusão e, por isso, deixo aqui a minha dúvida.
Mais uma vez, muito obrigada!
Colocação do pronome átono depois de «muitas pessoas»
Qual a frase correta, tendo em conta a posição do pronome «se» em relação ao verbo:
«Muitas pessoas podem enganar-se.»
ou
«Muitas pessoas se podem enganar.»?
Obrigada.
Pronomes átonos em sequência: «Arrepia-se-me a pele»
Saúdo calorosamente todos os profissionais do Ciberdúvidas.
Ouço frequentemente a estrutura «arrepia-se-me (a pele, por exemplo)».
Gostava de ter um parecer mais profissional sobre esta questão. É uma estrutura natural num discurso em português padrão?
Será um traço oralizante, certamente válido noutros contextos, mas não aqui? Cumpre as regras de formação presentes na nossa língua?
Cumprimentos.
Posição do possessivo: «criação minha» x «minha criação»
1) Isto aqui é criação minha.
2) Isto aqui é minha criação.
Quero saber se, no entendimento de vocês, faz diferença o lugar em que se coloca o possessivo meu. E, se puderem, justifiquem, por favor.
Creio que, no primeiro caso, haja a indicação de que seja (apenas) uma criação e bem possível de ter outra(s) criação(ões).
E que, no segundo caso, haja bem maior chance de ser só uma (aquela) criação na totalidade.
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
A estrutura nominal «a louca da tua mulher»
Na frase seguinte, podia esclarecer como o louca vem antes do substantivo «a tua mulher» e, ainda mais, como é que pode justificar o uso do da entre a louca e «tua mulher»? Parece-me que a versão mais clara seria «a tua mulher louca», não é?
«Nunca se sabe quando vais ter de safar a louca da tua mulher.»
Muito obrigado.
Pronomes pessoais átonos e «haver de» + infinitivo
Gostaria de saber qual a forma correta de escrever a seguinte frase: «alguma coisa boa há de acontecer-me» ou «alguma coisa boa há de me acontecer»?
Obrigado
