Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Coesão/Coerência
Amélia Faia Professora Covilhã, Portugal 41K

Pelas pesquisas que fiz, [...] só tive acesso à informação de que consequentemente estabelece um nexo de consequência. [...] Gostava de esclarecer a minha dúvida em relação à frase «o rapaz caiu, consequentemente, partiu uma perna»: se são duas orações coordenadas assindéticas, então o advérbio consequentemente pode pertencer a que subclasse? 

Roziane Martins Estudante São Paulo, Brasil 30K

Gostaria de que esclarecessem uma questão sobre emprego do tempo verbal com que eu e minhas colegas da faculdade de Psicologia sempre ficamos em dúvida .

Algumas colegas defendem que, na introdução de um trabalho acadêmico, se deveria, obrigatoriamente, usar o verbo tão-somente no futuro do presente. Argumentam que, na introdução, se relataria, em breves pinceladas, o que, de forma mais detalhada, se falará futuramente no decorrer do texto de que faz parte a referida introdução. Por exemplo: «O presente trabalho buscará avaliar a capacidade do indivíduo em relação a...»

Pois bem. Se o próprio Camões, na “introdução” de Os Lusíadas (Canto I), escreve «Cantando espalharei por toda parte...», não sou eu certamente que me arriscaria a dizer que elas estão erradas quanto a usar o verbo no futuro.

Mas será que usar o verbo no passado também não estaria correto? Por exemplo: «O presente trabalho buscou avaliar a capacidade do indivíduo em relação a...» Ora, seja na introdução ou não, estamos relatando um trabalho que, na verdade, já foi feito, no passado, em um momento anterior ao texto que estamos redigindo, para formalizar esse trabalho realizado.

Será que não é só uma questão de perspectiva, de decidir em que momento do tempo poremos o enunciador em relação ao fato que ele enuncia e de decidir qual fato afinal importa destacar? Devemos destacar o trabalho realizado, que se formaliza com o texto, ou destacar o próprio texto cujo curso segue após sua introdução?! Fico imaginando também se, com o verbo no passado, o texto ficaria mais discreto, como talvez conviesse a um texto científico. Não se trata de poesia, vale lembrar. Aliás, será que o verbo no passado produziria um efeito de maior certeza sobre o que foi feito, ao passo que o verbo no futuro não, pelo menos no caso em tela?

Muito obrigada.

Polyana Prates de Oliveira Plais Professora Belo Horizonte, Brazil 11K

Na frase «embora ele tenha detalhado cada ponto de Lisboa», a expressão «cada ponto de Lisboa» poderia ser substituída pelo pronome oblíquo os de modo que a frase ficasse «embora ele os tenha detalhado»? Ou nesse caso a regra da concordância com o pronome indefinido cada é imperativa?

Agradeço desde já a atenção!

João Bap aposentado Belo Horizonte, Brasil 13K



Qual das seguintes frases está correta?

a) Aquele do qual enaltecemos as qualidades e minimizamos os defeitos.

b) Aquele de quem enaltecemos as qualidades e minimizamos os defeitos.

Pedro Lopes Estudante Lisboa, Portugal 7K

Reformulo, sucintamente, esta questão:

É aceitável dizer-se «Se Portugal tem sido mais cuidadoso, não estaríamos nesta situação» (que se ouve recorrentemente) em vez de «Se Portugal tivesse sido mais cuidadoso, não estaríamos nesta situação»?

Teresa Matos Desempregada Santarém, Portugal 28K

Qual é a forma correcta: «Se eu não te vir», ou «Se eu não te ver»?

Margarida Cabral Fernandes Professora do ensino secundário Cascais, Portugal 15K

Sobre o esclarecimento 24 344, na frase «Existem velhas parábolas chinesas sobre tudo, e as que não existem a gente inventa» sobre a qual é pedido um esclarecimento, consideram que as é um pronome demonstrativo porque pode ser substituído por aquelas. No entanto, também pode estar a substituir a palavra parábola, num mecanismo de coesão textual. Então, por que razão considerá-lo um pronome demonstrativo e não um pronome pessoal? Afinal, o, a, os, as são pronomes pessoais? São demonstrativos? Será que só é demonstrativo o pronome o quando antecede o relativo que («Sei o que pensas») ou antecede/segue um verbo («O João disse-o») e pode ser substituído por isso/aquilo?

António Conceição Jurista Lisboa, Portugal 3K

É possível que já tenham respondido a esta questão, mas, na breve pesquisa que fiz, não a vi tratada. De há uns tempos para cá, ouço com frequência os locutores dos múltiplos telejornais das televisões portuguesas começarem as notícias com um infinitivo: «Dizer ainda que esta noite na Gulbenkian actua a orquestra X», «salientar que, se vai sair de casa, deve vestir um casaco, porque está muito frio», «falar agora sobre o clássico deste sábado no Dragão», etc.

É correcta esta construção em que a introdução da frase está apenas subentendida?

Margarida Montes Secretária Lisboa, Portugal 17K

Pode colocar-se ponto antes de «ou seja»?

Assim: «A consciência de uma mudança ocorre depois da mudança estar assimilada. Ou seja, é no futuro...»

Obrigada.

Cláudio Alexandre Duarte Estudante Coimbra, Portugal 58K

O Dicionário Terminológico apresenta entre as diversas classes morfológicas os «Advérbios de frase» e os «Advérbios conectivos», mas dá poucos exemplos para cada uma. Se eu percebi bem, correspondem, respectivamente, a aquilo que gramáticas da língua inglesa chamam de «Disjuncts» e «Conjuncts». Essas gramáticas listam categorias semânticas para cada uma delas ("fact-evaluating", "modal", "subject-evaluating", "addition", "contrast", "adversity", "example", etc.), mas até hoje não encontrei algo similar para o português. Onde é que posso encontrar uma lista completa (na net ou em livros) de advérbios de frase e de advérbios conectivos?

Desde já, obrigado!