Reformulo, sucintamente, esta questão:
É aceitável dizer-se «Se Portugal tem sido mais cuidadoso, não estaríamos nesta situação» (que se ouve recorrentemente) em vez de «Se Portugal tivesse sido mais cuidadoso, não estaríamos nesta situação»?
Qual é a forma correcta: «Se eu não te vir», ou «Se eu não te ver»?
Sobre o esclarecimento 24 344, na frase «Existem velhas parábolas chinesas sobre tudo, e as que não existem a gente inventa» sobre a qual é pedido um esclarecimento, consideram que as é um pronome demonstrativo porque pode ser substituído por aquelas. No entanto, também pode estar a substituir a palavra parábola, num mecanismo de coesão textual. Então, por que razão considerá-lo um pronome demonstrativo e não um pronome pessoal? Afinal, o, a, os, as são pronomes pessoais? São demonstrativos? Será que só é demonstrativo o pronome o quando antecede o relativo que («Sei o que pensas») ou antecede/segue um verbo («O João disse-o») e pode ser substituído por isso/aquilo?
É possível que já tenham respondido a esta questão, mas, na breve pesquisa que fiz, não a vi tratada. De há uns tempos para cá, ouço com frequência os locutores dos múltiplos telejornais das televisões portuguesas começarem as notícias com um infinitivo: «Dizer ainda que esta noite na Gulbenkian actua a orquestra X», «salientar que, se vai sair de casa, deve vestir um casaco, porque está muito frio», «falar agora sobre o clássico deste sábado no Dragão», etc.
É correcta esta construção em que a introdução da frase está apenas subentendida?
Pode colocar-se ponto antes de «ou seja»?
Assim: «A consciência de uma mudança ocorre depois da mudança estar assimilada. Ou seja, é no futuro...»
Obrigada.
O Dicionário Terminológico apresenta entre as diversas classes morfológicas os «Advérbios de frase» e os «Advérbios conectivos», mas dá poucos exemplos para cada uma. Se eu percebi bem, correspondem, respectivamente, a aquilo que gramáticas da língua inglesa chamam de «Disjuncts» e «Conjuncts». Essas gramáticas listam categorias semânticas para cada uma delas ("fact-evaluating", "modal", "subject-evaluating", "addition", "contrast", "adversity", "example", etc.), mas até hoje não encontrei algo similar para o português. Onde é que posso encontrar uma lista completa (na net ou em livros) de advérbios de frase e de advérbios conectivos?
Desde já, obrigado!
Frases do tipo:
«Eu gosto de chocolate, por ser macio e doce.»
Estão correctas? Têm infinitivo pessoal e são conclusivas?
Agradecia resposta a esta pergunta e, se possível, alguma informação adicional acerca do uso de por como conector.
Muito obrigada.
Devido a um anúncio publicitário, eu e o meu pai ficámos com uma ideia diferente do significado do que estava escrito no anúncio!
A frase é:
«Um dia vais achar que sair à noite é ir deitar o lixo fora. (Quando esse dia chegar, não lhe ligues).»1
A parte da segunda frase «não lhe ligues» refere-se a quem?
A uma terceira pessoa subentendida, ou ao «dia»?
Desde já agradeço a resposta!
1 Na referida campanha publicitária, feita em Portugal, a frase que realmente ocorre é «quando esse dia chegar, não lhe fales».
É possível explicar por palavras simples os mecanismos de estruturação textual (coesão, coerência, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, intertextualidade e informatividade)?
Obrigada.
Ficaria muito grato se tivesse a gentileza de me explicar o que significa a frase abaixo destacada. Será que o não de «Isso quando o padrasto, (que...), não revirava todo o barraco, procurando dinheiro»? Podemos tirar este não sem mudar o sentido da frase? Vou citar o texto na qual está a frase em questão. Meus antecipados agradecimentos.
«Duda saiu da padaria assobiando. Duda poderia assobiar com mais entusiasmo ainda, se, naquela manhã gelada de setembro, não estivesse descalço, se sua roupa não fosse tão fininha, se pelo menos pudesse pôr as mãos nos bolsos. Mas elas estavam ocupadas com uma garrafa e o pacote de pãezinhos. Eram seis — um para ele, outro para a mãe, outro para o padrasto, mais um para cada um dos seus famintos irmãozinhos.
Talvez por isso estivesse assobiando. Porque não era toda manhã que o mandavam buscar pão. O que a mãe ganhava fazendo faxina na vizinhança mal dava para o feijão e para o arroz. Isso quando o padrasto, que seria pedreiro se não vivesse bebendo, não revirava todo o barraco, procurando dinheiro.»
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