Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Ortografia de palavras/Adaptação de estrangeirismos
Vítor Luís Marques Artista plástico Torres Vedras, Portugal 9K

Verifiquei o uso da palavra "cervada" num texto, com o seguinte sentido: «Escusado será dizer que nunca comiam fruta capaz, ou comiam a verde ou a já cervada do sol.»

Sendo-me a palavra desconhecida, procurei em dicionário o seu preciso significado, todavia não fui bem-sucedido.

Peço-vos a vossa ajuda para a etimologia e significado da palavra “cervada”.

Ana Paula Ramalho de Almeida Jurista Lisboa, Portugal 14K

Qual a forma correcta de escrita para este tipo contratual: acordo quadro ou acordo-quadro (no contexto do novo código da contratação pública, publicado no Diário da República, 1.ª s. , n.º 20, de 29 de Janeiro de 2008, e da Directiva 2004/18/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de Março de 2004, publicada no Jornal Oficial, L. 134 de 3070472204, sendo que no primeiro surge sem hífen e no segundo com hífen?

Sílvia Silva Professora Lisboa, Portugal 15K

Peço desculpa, mas volto a insistir com a mesma questão que enviei, mas que não foi respondida, penso que pelo facto de já ter sido objecto de uma resposta.

Todavia, continuo com dúvidas em relação à mesma.

No dicionário da Porto Editora (na Internet) encontram-se registadas as formas: portefólio, porta-fólio e portfólio do inglês portfolio.

Aqui, a vossa resposta é porta-fólio. Gostava de saber se só esta é que está correcta, ou se as outras três se podem também utilizar, mas contudo dar mais preferência a porta-fólio.

Quanto ao termo vernáculo de site: o mais correcto será sítio, portal ou sítio na net?

Mais uma vez obrigada pela vossa atenção.

Fábio Vasco Estudante universitário e operador de call center Quinta do Conde, Sesimbra, Portugal 13K

É verdade que palavra tattoo já foi aportuguesada para "tatu"? E "tatuador" é legítimo de se escrever? Como já sei que é correcto, por exemplo, escrever "cartune" (do inglês "cartoon"), que acho estranhíssimo, já não arrisco negar...

Obrigado mais uma vez por serem impecáveis!

António Almeida Desempregado Santa Maria da Feira, Portugal 5K

A minha aldeia é Guisande, do concelho de Santa Maria da Feira.

Em Portugal, para além desta, existe ainda a freguesia de Guisande, no concelho de Braga.

Por aqui ainda existe alguma confusão e até alguma polémica, que por vezes geram discussões e que decorrem da grafia. Será "Guisande", com S, ou "Guizande", com Z? Recordo que de há trinta anos para trás era vulgar a grafia com o Z, inclusive era usada pelo velho pároco local.

Sei que a mudança para a grafia com o S ocorreu pela ideia incutida e ensinada por algumas professoras do ensino primário local.

Pessoalmente entendo que se devia manter a grafia com o Z. Penso que não há nenhum motivo para a prática do contrário. Ainda hoje há exemplos toponímicos onde se preserva a grafia com o Z. Atente-se nos exemplos: Carrazeda de Ansiães; Oliveira de Azeméis; Azeitão. Para além destes, e outros haverá, existem múltiplos exemplos, como Azevedo, Gazela, Azeite, Azo, Azimute, Azelha, Azar e por aí fora.

Ora se a ideia subjacente à mudança ensinada pelas professoras quanto à grafia do topónimo Guisande era de que o S entre vogais vale Z, então o porquê da existência de todos os exemplos que apontei?

Pergunto, pois, qual a norma e, no caso concreto, qual a grafia correcta para Guisande?

Grato pelos esclarecimentos.

Luís Nunes Jornalista Lisboa, Portugal 15K

Aparentemente, há uma nova moda acabadinha de chegar a Portugal. A actividade, popular nos EUA e no Brasil, do "rodeo". A minha dúvida é se será correcto aportuguesar o termo para "rodeio" (penso causar demasiado ruído, obrigando a parar de ler para perceber o sentido) ou manter o original "rodeo", uma vez que se encontra generalizado.

 

João Paulo Empresário Porto, Portugal 23K

Sei que a pergunta já foi respondida em 1997, no entanto começa a haver cada vez mais a utilização de "transsexual" em vez de "transexual" seguindo aliás a forma como a palavra é lida normalmente.

Gostaria de ter a vossa opinião sobre o assunto.

Eduardo Obino Cirne Lima Advogado Rio de Janeiro, Brasil 5K

Gostaria de entender porque os portugueses estão tão incomodados com o acordo ortográfico da língua portuguesa. Nós aqui no Brasil também iremos alterar a ortografia de algumas palavras (menos que os portugueses, é verdade), mas, ao contrário dos portugueses, aceitamos tais alterações como uma evolução e simplificação da língua escrita. No passado também usávamos consoantes mudas nas palavras (acção, actual, etc.) e não tivemos qualquer problema em retirá-las. Talvez por sermos um país de imigrantes nos seja mais fácil aceitar inovações e novas influências do que Portugal.

Eduarda Fernandes Consultora Lisboa, Portugal 9K

A palavra "vaza"/"baza", frequente num discurso mais informal, vem do verbo vazar e escreve-se com "v"?

Obrigada.

Gil Henriques Estudante Amadora, Portugal 4K

A dúvida que se segue refere-se ao Acordo Ortográfico. Concordo em certas partes com o mesmo e discordo noutras. Contudo, há um certo aspecto que me tem vindo a incomodar.

Compreendo, e até concordo, que se façam mudanças que aproximam a escrita da oralidade, como em «acto», que passa a «ato», ou «actual», que passa a «atual». Compreendo também, embora discorde, que se afaste a escrita da oralidade em casos muito consagrados pelo uso, nomeadamente a desaparição do trema. Contudo, não consigo compreender mudanças que afastam a oralidade da escrita quando não são consagradas pelo uso. Parecem-me mudanças negativas.

Por exemplo, a palavra heroico (sem acento ortográfico no «o») não teria a pronúncia esperada de /eˈrojku/ em vez de /eˈrɔj.ku/? Idem para jibóia, bóia, et cætera. Não seria expectável, visto que as duplas grafias pululam no novo Acordo (e muito bem, do meu ponto de vista), que se mantivesse a saudável e indolor dupla grafia também nestes casos? Ou haverá, porventura, alguma regra que permita distinguir quando se pronuncia a vogal na sua versão aberta e quando se pronuncia na sua versão fechada?

(O que me traz, como aparte, uma nova dúvida: qual é a pronúncia expectável das vogais ‹o, e› quando tónicas, não acentuadas e regulares? Será /o,e/ ou /ɔ, ɛ/? Ou será a diferença puramente aleatória?)

Outro ponto em que o Acordo Ortográfico falha, aparentemente, em melhorar a aproximação entre a oralidade e a ortografia, dá-se na questão da tão comentada supressão das consoantes mudas. Ora, aplaudo-a quando se dá em palavras como acto e actual, em que se trata, de facto, de uma redundância totalmente desnecessária. Mas e quanto a casos como acção, accionar, correcta e vector? Não se tratará a consoante muda, aqui, de algo mais que uma superficialidade descartável, para passar a ser uma necessidade à pronúncia correcta das palavras? Pois se pronunciamos /aˈsɐ~w~/ no lugar de /ɐˈsɐ~w~/, /asiuˈnar/ em vez de /ɐsiuˈnar/, /kuˈRɛtɐ/ por oposição a /kuˈRetä/ e /vɛˈtor/ em vez de /vɨˈtor/! Estaremos perante mais um caso em que o Acordo Ortográfico, no lugar de aproximar a ortografia da oralidade, as afasta, ou haverá algures uma regra ortográfica que permita, através da grafia, prever que a vogal é aberta naquelas posições específicas?

Sem mais, agradeço antecipadamente a resposta.