DÚVIDAS

Maltratado vs. mal tratado
Não fiquei esclarecido com a resposta de 2.5.2012 em relação ao assunto «mal tratado» e «maltratado». Diz-nos que «se nos quisermos referir ao estado de alguém, caraterizando-o, a forma correta será maltratado. Se se quiser referir ao verbo, dever-se-á colocar o advérbio mal após o verbo [tratado].». Veja-se, por exemplo, esta frase: «Qualquer pessoa é muito mal tratada se a apanharem com 15 anos.» (Miguel Esteves Cardoso, Os Meus Problemas). Neste caso, não estará o «muito» a intensificar o verbo ser? Isto significaria, se estou a ver bem, que se deve escrever «muito mal tratada» (separado e com «muito» antes do verbo). Ou devemos escrever de outra forma? Espero ter sido claro. Muito obrigado pela vossa ajuda constante.
Reconceber e reconceção
Recentemente fui informado que a palavra reconceção e reconceber não se encontram dicionarizadas. Ora, trata-se, no essencial, de «tornar a conceber». Há alguma razão para que este prefixo não possa ser utilizado, tornando a palavra como portuguesa? Há muitos exemplos de palavras em que a (possível) utilização do prefixo não se encontra nos dicionários, todavia há palavras constituídas com o re que estão presentes, como por exemplo, o verbo rever («tornar a ver»), reconhecer («voltar a conhecer»). Agradeço a atenção.
A formação de segurês
Trabalho na area de design e comunicação, e estamos a desenvolver um projecto que vai endereçar a literacia de seguros/planos de saúde com o objectivo de descomplicar conceitos e termos. A nossa ideia é definir essa linguagem como “segurês”, e gostaríamos de saber se existem direitos de autor ou se poderia haver alguma implicação de futuro.    Questão escrita de acordo com a norma ortográfica de 1945.
Ex-ministro e «antigo ministro» (II)
A questão foi levantada no ano 2000, por outro consulente, mas ciente das variações da língua ao longo do tempo, pergunto, novamente, se: haverá alguma diferença de sentido entre ex-ministro e «antigo ministro»? Ao responder à consulta, argumentava-se que a tendência actual é de empregar o elemento ex- seguido do substantivo, de preferência ao uso do adjectivo antigo. Contudo, faltará dilucidar se esta tendência tem respaldo de alguma justificação semântica mais substantiva. E, se, entretanto, a tendência se terá invertido. O consulente segue a norma ortográfica de 1945.
«Conservação e Restauro» e conservador-restaurador
Em Portugal usa-se a expressão «Conservação e Restauro», por exemplo no nome de uma disciplina, como se designasse uma só actividade (um nome composto) e não duas actividades (a Conservação, por um lado, e o Restauro, por outro). Por isso se diz, por exemplo, «A Conservação e Restauro tem como objectivo…». Julgo que numa situação dessas deveria ser usado o hífen e, eventualmente, a designação "Conservação-restauro" – por analogia quer com o nome conservador-restaurador (que, unanimemente é dado a quem exerce essa actividade), quer com a designação Conservation-restoration usada por algumas instituições internacionais. A minha questão é: gramaticalmente é correcto usar-se «Conservação e Restauro» dessa forma ou seria preferível usar-se “Conservação-restauro” ou outra alternativa? A minha pergunta tem que ver com um comentário que fiz num texto que publiquei há dias e com alguns comentários que esse comentário suscitou. O consulente segue a norma ortográfica de 1945. 
O adjetivo criterial
Gostaria de pedir a vossa ajuda quanto ao seguinte: atualmente, há vários documentos oficiais e académicos que usam abundantemente o adjetivo "criterial", de modo a poder distinguir, por exemplo, uma avaliação criterial (baseada em critérios) de uma avaliação normativa. Não encontrei referência a esta palavra em dicionários como o da Porto Editora (infopedia) ou o Vocabulário Ortográfico do Português. Há algum dicionário que a defina ou o seu uso é incorreto? Grata pela atenção.
Derivados sufixados com -nte
Conquanto não pertença ao paradigma verbal normativo, o particípio presente segue em uso regular na fala e escrita, em neologismos espontâneos, geralmente com final -ante, inclusive com função verbal. No entanto, para verbos cuja vogal temática é o i, concorrem as possibilidades -iente e -inte. Portanto, qual alternativa seria a mais adequada?: «Todos os "saintes" devem deixar o crachá à mesa.» «Todos os "saientes" devem deixar o crachá à mesa.» «Todos os "salientes" (forma latina) devem deixar o crachá à mesa.» Quais as regras aplicáveis a essa classe de adjetivos de base verbal da língua portuguesa?
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