Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Gramática
Domingos Simão Manuel João Professor Namibe, Angola 15K

Gostava que me esclarecessem a diferença em termos de sentido (gradação ou intensidade) entre os graus superlativo absoluto sintético e o analítico.

Tenho pensado que a relação entre estes é análoga à diferença entre o pretérito mais-que-perfeito composto e o simples, ou seja, que a diferença seja apenas no plano gráfico e de uso literário e corrente e não em termos de sentido.

Agradecimentos antecipados!

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

Sabendo de antemão que o uso do infinitivo é um terreno pantanoso que requer cuidado para trilhar, atrevo-me a concordar com a posição da consulente Inês Pantaleão, em 17/5/2022.

Em primeiro lugar, não creio que a frase apresentada por ela seja o caso típico de orações com sujeitos diferentes, a exemplo de «O professor mudou o método de ensino para os alunos aprenderem melhor».

A referida oração («os antibióticos perderam eficácia devido à capacidade que as bactérias têm de lhes resistirem...») é um pouco diferente, devendo-se verificar a necessidade de flexão do infinitivo no âmbito somente da oração subordinada («as bactérias têm a capacidade de resistir aos antibióticos»). Para que flexioná-lo, se o sujeito é o mesmo?

É frase semelhante a estas: «Todos tinham receio de enfrentar o tirano», «Nós vivemos da esperança de ver um mundo mais justo», «Não cobiçavam a glória de ficar em posição de destaque».

Outras de estrutura diferente, mas com sujeito único, também não exigem flexão do infinitivo: "Eles quiseram estar presentes à cerimônia", "Esperamos construir a casa em seis meses".

Nesse caso, vale a máxima de "Por que dizer com muito aquilo que pode ser dito com pouco?".

Patrícia Moreira Desempregada Faro, Portugal 5K

Gostaria de saber se o comparativo de inferioridade de grande é «menos grande do que».

Confesso que nunca usaria esta construção. Diria «menor do que» ou substituiria o grande por pequeno. Gostaria que me dissessem se é correto. Apesar de ter encontrado esta construção num livro de gramática, parece-me pouco ou nada usual.

Obrigada

Tiago Crisostomo Servidor público São Paulo, Brasil 1K

No trecho abaixo retirado de Sonhos D'Ouro, de José de Alencar, como ficaria a análise sintática de "Palavra que vi o moço"? Fiquei em dúvida.

«É sério, Mrs. Trowshy. Palavra que vi o moço. E a senhora também; não disfarce.»

Ausse Saide Docente Cairo, Egito 6K

Tenho visto algumas vezes escrito:

«Ele tem vinte e tal, cento e tal, setenta e tal anos, a fé tem setenta e tal repartições, etc.»

Às vezes: «tenho vinte e algumas mangas»

A minha questão é:

1. Será que está certo dizer-se: «setenta e tal anos», ou «setenta e alguns anos»?

2. Qual é a designação de um número desconhecido entre 3 e 10 ou 3 e 9? Por exemplo tenho 70 e um acréscimo de canetas, porém, não sei se é 73, ou 77, ou 75, ou 79. Será que também diria por exemplo, «tenho setenta e tal»? Em árabe diz-se biḍʿ (todo o número compreendido entre 3 e 10).

Obrigado.

André Prates Serviço de apoio ao cliente Lisboa, Portugal 3K

Após conversa com uma colega de trabalho, ficamos na dúvida se, por exemplo, em e-mails, o correto é escrever-se «lamentamos os transtornos causados» ou «lamentamos o transtorno causado».

Neste sentido, solicitava esclarecimento.

Yang Ya Professora Beijing, China 2K

Tenho sempre dúvida em relação a tempos compostos do conjuntivo, em particular, à distinção entre o pretérito perfeito composto do conjuntivo (PPC) e pretérito mais-que-perfeito composto do conjuntivo (PMPC) nestas frases:

(1) Embora ela já tenha saído/ tivesse saído há muito tempo, ainda não chegou a casa.

(2) Embora ele o tivesse visto/ tenha visto, não o cumprimentou.

(3) Embora o Jorge lá tenha ido/ tivesse ido várias vezes, perdeu-se no caminho.

Diz-se no livro de gramática que o PMPC se usa para falar de uma ação anterior a outra também passada e que o PPC se usa para falar de uma ação já realizada em relação ao presente/ futuro.

Nestes três exemplos, a oração matriz ocorre no Pretérito Perfeito do Indicativo e refere-se a uma ação do passado, e, assim, fiquei confusa com o emprego do PPC nesses exemplos.

Em relação a (4), a frase subordinante ocorre no presente, enquanto a subordinada ocorre no PMPC (i.e., tivesse amado). Não sei porque a frase é correta.

(4) A Maria duvida/ acredita que o Rio a tivesse amado. (Gramática da Língua Portuguesa 2003: 269)

Obrigada!

Línlya Sachs Professora Londrina, Brasil 1K

Minha dúvida é se apenas o imperativo pode ser usado para um pedido ou se o infinitivo também.

Exemplo: «Por favor, não girar a chave duas vezes.»

Trata-se de uma opção mais formal e outra menos formal, ou, de fato, uma delas (verbo no infinitivo) está incorreta?

Inês Pantaleão Médica Porto, Portugal 2K

Ouço com frequência, especialmente no telejornal, algo de que dou exemplo – «os antibióticos perderam eficácia devido à capacidade que as bactérias têm de lhes resistirem...» – quando, penso, deveriam dizer «devido à capacidade que as bactérias têm de lhes resistir».

Num simples exercício para verificar a correção da mensagem: as bactérias têm capacidade de quê? – de resistir (aos antibióticos) e não de resistirem...

Raul Matos Agente de navegação Aveiro , Portugal 15K

A expressão «sinto-te a falta» em vez de «sinto a tua falta» está gramatical e sintaticamente correta? Se sim, serão intercambiáveis em termos de significado?

Desde já obrigado.