Nunca pensei que o imperativo latino salve me causasse tantas interrogações. Trata-se de uma forma verbal que funciona sintáctica e semanticamente como uma interjeição portuguesa de saudação inicial (exemplo-tipo: olá), o seu valor optativo emergindo notoriamente. Para meu grande espanto, o dicionário propõe as seguintes traduções salve, saúde e adeus. A meu ver, salve é uma interjeição de saudação inicial, enquanto saúde e adeus são interjeições de saudação final. Pois bem, como podem estas duas últimas servir como versão a um vocábulo que se utilizava como cumprimento em início de conversa?
N.B. – Não estando alheado das mutações linguísticas populares, devo confessar que tenho, recorrentemente, ouvido, da parte de falantes de meios mais rurais e/ou menos escolarizados, a interjeição adeus como cumprimento inicial, sobretudo quando se saúda uma pessoa de passagem, muito rapidamente, possivelmente sem contacto corporal (beijo, abraço, aperto de mão).
P.S. – Este tema faz-me referir ainda mais um aspecto, que já vi em discussões na Internet. São peculiares os títulos das duas orações «Ave Maria» e «Salve Rainha», quando ambas servem para invocar, cumprimentar…
Gostaria de saber qual a tradução da palavra e conceito governance.
Certo ou errado, sou dos que partilham a opinião de que saudade é palavra única da língua portuguesa, se não no sentido estrito, pelo menos no uso emocional. Insatisfeito com as definições que encontro, fiz a minha, que não vem ao caso aqui apresentar. Toda querela parece-me ter a ver com o fato de que tentam definir saudade apenas como sinônimo de nostalgia, melancolia, no que não estão muito errados, mas quase sempre esquecem uma crucial característica da saudade, que não é apenas a lembrança da coisa passada que se viveu, mas, principalmente, e maiormente em sua singularidade portuguesa, o desejo de voltar a ver ou viver aquela lembrança, coisa que muitas definições esquecem para compor o conceito adequadamente.
Sem complicar a questão, reescrevo, antes da minha pergunta, a definição de Moraes, 1789, concisa mas completa: «A mágoa que nos causa a ausência da coisa amada, com o desejo de a ter presente e tornar a ver» (atualizei a grafia). E ele, imigrante em Portugal e exilado na Inglaterra, devia entender bastante de saudade. E agora minha pergunta, da única dúvida que tenho para um sinônimo que assim, mesmo frouxamente, me parece ser: enyorança, em catalão – além de dor, em romeno, já anteriormente explanada em consulta anterior – é também sinônimo da completa saudade portuguesa?
Existe na língua portuguesa uma tradução para a palavra italiana buonismo? Desde já muito obrigado!
Para mim está claro o uso formal de quereria em orações subordinadas, por exemplo: «Se eu pudesse querer alguma coisa, quereria viajar.»
Tenho dúvidas no caso das solicitações: «Eu quereria falar com você.»/«Eu queria falar com você.»
Embora o uso da língua consagre a segunda opção, normativamente a primeira está correta? Ou este não é um caso de uso do futuro do pretérito e, sim, do imperfeito com sentido de atenuação?
Obrigada!
Estou lendo o livro Aula, de Roland Barthes, e uma palavra me travou, nem Google ajudou: reição.
O contexto é: «assim, por sua própria estrutura, a língua implica uma relação fatal de alienação. Falar, e com maior razão discorrer, não é comunicar, como se repete com demasiada frequência, é sujeitar: toda língua é uma reição generalizada» (p. 13).
Muitíssimo obrigado!
Sou membro de vários fóruns do portal Yahoo!, onde estes são designados por grupos.
Naturalmente, selecionei a opção que permite ver o portal em língua portuguesa, o que remete para o servidor do Yahoo! Brasil.
Em todos os grupos existe uma opção que permite pôr questões a todos os membros dos grupos.
Por exemplo, aqui, no grupo «comunidade lusófona», surpreendeu-me essa funcionalidade ser designada por uma palavra francesa: Enquetes.
Como se poderia traduzir essa palavra para português? Sondagem de opinião? Inquérito? Questionário?
Gostaria de saber, nas frases seguintes, quais são os pronomes e quais são os determinantes possessivos:
«O meu lápis é grande; o teu é pequeno.»
«Esta é a minha borracha; a tua está no estojo.»
«Nós temos um dicionário; ele é nosso.»
«As nossas réguas medem 30 cm. E as vossas?»
«A Elsa e o Rui têm doze lápis. Eles são seus.»
«Pagar em efectivo» usa-se no português (de Portugal) corrente, ou esta expressão é uma tradução não comum da expressão espanhola «pagar en efectivo»? Usei esta expressão e fui "gozado", mas penso que seja uma expressão que se usa no português — mais até do que «pagar em espécime» ou «pagar em espécie».
A palavra substantivamente seria um anglicismo (tradução do inglês substantively, usado juridicamente)? Ela tem existência historicamente independente deste? Há alguma diferença entre esse advérbio e substancialmente? Me parece que os dois querem dizer a mesma coisa, estaria eu errado?
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