DÚVIDAS

Uma oração adjetiva explicativa reduzida de particípio
 Qual seria a correta classificação da estrutura destacada a seguir? «O incidente ocorreu quando o jovem, acompanhado de amigos após uma partida futebol, estava pagando suas compras no caixa.» A princípio, pensei que se tratasse de uma subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio; contudo, verificando a obra Novas Lições de Análise Sintática, de Adriano Gama Kury, notei que o autor repele absolutamente essa classificação. Desde já meu agradecimento.
Complemento vs. modificador: o nome retrato
Devo felicitar-vos pelo excelente trabalho que têm vindo a fazer! Tenho uma dúvida no que diz respeito ao complemento do nome referente ao nome retrato nos contextos seguintes: 1. O retrato da tua filha está perfeito. 2. O retrato que o artista elaborou está exposto na galeria. Na frase 1, foi indicado que «da tua filha» seria um complemento do nome. Percebi a análise, visto que o nome retrato pode ser entendido como denotando uma representação visual ou gráfica e, ao retirar «da tua filha», o sentido referencial de retrato seria impreciso. Contudo, na frase 2, a expressão «que o artista elaborou» foi considerada como modificador do nome restritivo. Sei que é uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva e sei que estas costumam ter a função sintática de modificador do nome restritivo. Todavia, o sentido referencial de retrato não ficaria impreciso se esta fosse retirada, dado que é um modificador? Se a frase fosse «O retrato da tua filha que o artista elaborou está exposto na galeria», entenderia muito melhor a análise... Que justificação pode ser dada para se considerar ambas as análises sintáticas corretas? Posso inferir que, não importando o contexto, se aparecer uma oração subordinada adjetiva relativa, esta terá sempre, sem exceção, a função sintática de modificador do nome, mesmo que eu saiba que o nome possa exigir um complemento do nome (como alguns nomes deverbais: «A oferta da casa foi feita ao casal» vs. «A oferta que o casal recebeu foi uma casa»? Obrigada pela vossa atenção!
O verbo reduzir com regência
Relativamente ao uso de «reduzir pela metade», «reduzir para a metade» ou «reduzir à metade», gostaria de saber qual destas formas é mais correta nestes dois exemplos: (1) «Após o desconfinamento, embora os locais recreativos começassem a acolher os clientes, a lotação permitida estava reduzida à metade.» (2) «Embora a sala de espera possuísse diversos assentos, a proximidade entre as fileiras da frente reduziam-nos para a metade.» Não sei se as opções que usei são as mais corretas. Podem esclarecer-me esta dúvida, por favor? Muito obrigada!
O particípio passado de impactar
Tanto quanto pude averiguar, os dicionários de verbos da língua portuguesa, como, por exemplo, o da Infopédia (Porto Editora), registam impactado como a única forma possível do particípio passado do verbo impactar. É, pois, com alguma perplexidade, que me deparo recorrentemente com formulações como «o dardo tinha impacto o alvo». Neste exemplo, parece-me que o adjectivo impacto está a ser utilizado em vez do particípio passado impactado, cujo emprego seria mais correcto. Estará a escapar-me alguma coisa? Muito obrigado!
Achar e acreditar com os modos indicativo e conjuntivo
Gostaria que me tirassem algumas dúvidas quanto ao uso do indicativo e conjuntivo com verbos de opinião. As gramáticas indicam que depois de verbos de opinião na forma afirmativa usamos o indicativo e depois da negativa usamos o conjuntivo. a) Acho que o livro está na biblioteca. b) Não acho que o livro esteja na biblioteca. Seria agramatical dizer o seguinte? c) Acho que o livro não está na biblioteca. d) Achei que o livro estivesse na biblioteca. De acordo com a regra, d) não deveria ser «Achava que o livro estava na biblioteca»? E quanto às seguintes frases? (e) Não achei que o livro estava na biblioteca. (f) Não creio que hoje fico em casa. E uma última questão, o verbo acreditar segue a mesma regra que os restantes verbos de opinião ou há alguma exceção? (g) Acredito que o livro está na biblioteca. (h) Não acredito que o livro esteja na biblioteca. Com este verbo, soa-me melhor ouvir as duas formas, afirmativa e negativa, no modo conjuntivo. Pedia que me confirmassem se estão corretas as frases. Caso sejam gramaticais, qual é, afinal, a regra para o uso indicativo e conjuntivo com os verbos de opinião? Obrigada!
O uso nominal de querer
Outro dia, numa conversa casual, certa pessoa disse a seguinte frase: «A Atena (nome de um cão) anda cheia de quereres!» Outra pessoa comentou que a frase estaria errada, e que o certo seria «cheia de querer», no singular. De fato, a expressão conhecida, até onde me lembro, aparece no singular. Achei exagerada essa acusação de erro, primeiro, porque a língua é viva e pode naturalmente se inflexionar; e, segundo, de nenhuma maneira me parece que o sentido da frase foi perdido no plural; e, finamente, é possível justificá-lo, acredito, argumentando que a pessoa que usou a expressão tratou a palavra querer como um substantivo. Consigo imaginar perfeitamente uma situação em que quereres sejam contáveis: 1 querer, 2 quereres, 3... Bom, estou longe ser um entendido da língua e gostaria de saber como se pode elucidar essa questão. «Cheia de quereres» a mim é totalmente inteligível, mas o que podem me dizer os estudiosos? Como a gramática funciona neste caso? Desde já agradecido abraço
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa