DÚVIDAS

Os termos afia e aguça (Portugal)
Há dias, em conversa com um colega meu, surgiu-me(-nos) uma dúvida que não conseguimos esclarecer e da qual não fomos inclusive capazes de perceber a origem. A questão prende-se com os termos afia e aguça, no sentido de aguçadeiras ou apara-lápis. Um de nós afirma claramente que ambas as palavras são femininas, ou seja, pronuncia-as como «a afia» e «a aguça». Outro defende convictamente que ambas as palavras são masculinas. Sondámos vários amigos, colegas e familiares em busca de uma resposta, mas apenas chegámos a uma conclusão: que não há concordância e que as pessoas naturais da região norte utilizam maioritariamente a forma feminina e as do Centro a masculina. A que se deverá esta situação? Tratar-se-á de regionalismos, ou simplesmente uma das formas é totalmente errada? Obrigada.
Sobre a dupla negação: «não... nenhum»
Mesmo depois de ter consultado diversas obras de referência e lido os vários artigos sobre esta questão no Ciberdúvidas, continuo com dúvidas: é incorreto escrever «Ele não tem qualquer razão», com o significado de «Ele não tem nenhuma razão»? É que fico com a sensação de que, na segunda frase, a existência de dois elementos de caráter negativo (não e nenhuma) faz com que se anulem um ao outro, à semelhança da matemática, em que menos por menos dá mais. Assim, será que ao escrever «Ele NÃO tem NENHUMA razão» não estaremos a dizer que ele tem ALGUMA razão (se não tem "nenhuma" é porque tem "alguma")? Sei que os puristas são contra este uso de "qualquer", mas a língua evolui, ou não? Agradeço a atenção e aproveito a oportunidade para vos felicitar pelo vosso magnífico trabalho neste sítio que tão bem defende a nossa amada língua.
Nazi, nazista, liberal e liberalista
Peço um esclarecimento sobre o uso correto dos substantivos e adjetivos nas frases que se seguem: Os nazis atacaram. Os nazistas atacaram. Ele defende os valores nazis. Ele defende os valores nazistas. (Li a entrada sobre «nazi» e «nazista», mas não percebi se se referia ao Português de Portugal ou à variante brasileira.) Os liberais atacaram. Os liberalistas atacaram. Ele defende os valores liberais. Ele defende os valores liberalistas. Obrigado pela atenção.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa