DÚVIDAS

Ainda sobre a questão da intertextualidade e da recriação
No que respeita à resposta dada pela consultora Eunice Marta à minha pergunta, em 18/11/2005, devo dizer que não me resolveu a dúvida absolutamente. O caso que apresentei é evidentemente de intertextualidade, assim como uma paródia ou uma paráfrase. Quereria saber em qual espécie de intertextualidade se encaixa, se se poderia considerar uma recriação. Aguardo, se possível, uma resposta mais esclarecedora, a qual desde já agradeço.
Os erros de semântica num texto
Tendo encontrado, na página oficial do MDN, com base num folheto da Igreja da Memória, o seguinte texto, agradecia um Vosso comentário sobre o mesmo, dado que me parece "impróprio para consumo" e gostaria, assim, de reforçar a chamada de atenção que já fiz... sem qualquer resultado. A não ser, claro, que tudo esteja correcto! «A igreja que o monarca D. José faria erguer a N.S. do Livramento e a S. José, como voto de gratidão pelo atentado a que foi acometido neste mesmo lugar, passaria, afinal, logo a chamar-se da Memória para recordar o sucedido na noite de 3 de Setembro de 1758: D. José atingido por dois tiros, acto imputado aos Távoras, ficando ligeiramente ferido.»
Sobre intertextualidade
Machado de Assis escreveu uma história, muito conhecida, a que deu o nome de "Um apólogo". Suponhamos que outro escritor tenha a idéia de escrever um conto, um apólogo, mantendo, embora com um tema totalmente diferente, a estrutura narrativa do texto de Machado, o número de personagens, a inusitada conversa entre objetos, finalizando com uma reflexão de cunho moral. O que é esse texto? Não é uma paródia, pois não há intenção humorística; não é paráfrase, que o tema é diferente; tampouco seria plágio, pois o hipotético escritor tem a clara intenção de fazer o leitor reportar-se ao apólogo de Machado, mediante referências às vezes sub-reptícias, às vezes evidentes. Seria uma recriação literária? Agradeço a gentileza da resposta.
Texto injuntivo nos anúncios publicitários
Sou professora de Português e participei de um curso de capacitação nesta área e devo repassá-la aos professores da minha escola E. E. Odilon Behrens, na cidade de Guanhães. Em um desses repasses, quando eu explicava sobre o efeito injuntivo nos textos publicitários, uma colega perguntou se a seqüência: "Boticário: perfume que vem das flores" era argumentativo, descritivo ou injuntivo. Eu disse que de acordo com minha leitura ele teria o tipo textual descritivo, mas que possuía um efeito argumentativo (pelo fato de querer convencer o leitor de que o produto em questão é o melhor) e injuntivo (porque deseja que o leitor aja, vá a uma das lojas Boticário e compre um de seus produtos. Agora é que vem a questão. Estou realmente correta? Pois a professora afirmou-me que a seqüência é injuntiva. Quem está com a razão?
Este/esse – aquele
A minha dúvida está relacionada com o uso das palavras este e esse. Já li e reli a resposta que deram a uma consulta anterior sobre este/esse tema, mas não fiquei esclarecido. A questão é esta: Na Gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra, lê-se assim: «Para aludirmos ao que por nós foi antes mencionado, costumamos usar também o demonstrativo esse.» De seguida usa-se como exemplo uma frase de um livro de Alves Redol. Provavelmente não entendi bem o que estes ilustres mestres da Língua queriam dizer. Será que a ideia é que nestes/nesses casos tanto se pode usar isto como isso? Que depende somente do gosto do autor? Peço o favor de me esclarecerem acerca deste/desse assunto.
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