Listas não numeradas
Gostava de contar com a vossa ajuda para o esclarecimento de um conjunto de dúvidas referente à utilização de listas não numeradas em documentos. Para tal considerem, por favor, o seguinte extracto do documento: «Alguns aspectos motivaram, na altura, a ascensão do conceito de reforma do sector público, concretamente: . A crise vivida no sector – durante a década de 70 assistiu-se a um crescente reconhecimento da existência de problemas, nalguns países considerada mesmo situação de crise, no funcionamento do sector público, gerando-se a percepção de que algo deveria ser feito para ultrapassar essa crise; . O poder e a vontade política – associado, por um lado, ao reconhecimento da existência de uma crise e à necessidade de fazer algo para a ultrapassar, e por outro lado, à existência de novas ideias que sustentam o facto de que algo pode realmente ser feito, desenvolveu-se uma crescente vontade política para conduzir essa reforma, traduzida por uma postura de que a reforma seria efectivamente realizada.» Considerando o exemplo apresentado, gostaria de saber os vossos conselhos relativamente ao seguinte: 1) A utilização de listas não numeradas é correcta e aceitável ou, pelo contrário, não constitui uma forma de escrita adequada? 2) Podem ser utilizados como elementos indicadores de cada novo item da lista símbolos ("bullets" em inglês) tais como pontos, quadrados, setas ou outros elementos desse tipo (no exemplo apresentado foram utilizados pequenos pontos)? 3) É possível utilizar o travessão do modo apresentado no exemplo ou deveria utilizar outro elemento separador entre a ideia principal de cada item e a sua explicação? 4) Depois do travessão que aparece em cada um dos pontos a palavra deve ser escrita em minúscula (conforme se apresenta no extracto de texto, com as palavras "durante" e "associado") ou em maiúscula? Agradeço desde já a ajuda que me possam disponibilizar.
«Daí a 15 minutos» ou «Daqui a 15 minutos»?
Quando alguém pergunta «a que horas chegas?», a resposta será «Daí a 15 minutos» ou «Daqui a 15 minutos»? Muito obrigada.
Ainda o «acreditar em si mesmo»
Apesar da resposta circunstanciada e atenciosa da Professora Edite Prada, em 3/5/2004, não estou convencido ainda da incorreção da frase seguinte: «A arte abstrai da morte, desconhece-a, com esse obstinado acreditar em si mesmo, que é o estigma de seu orgulho e de sua força». A propósito, apresento outras frases análogas que me ocorreram: "O falar consigo mesmo é característica dos filósofos"; "É próprio dos bons alunos o ser atento"; "O aprender sozinho revela o espírito dos perseverantes". Se, em cada frase, se fizer alteração de gênero, dever-se-iam de alterar também os adjetivos componentes das frases substantivadas? Ou seja: "O falar consigo mesmas é característica das filósofas"; "É próprio das boas alunas o ser atentas"; "O aprender sozinhas revela o espírito das pessoas perseverantes". A questão se prende ao fato de, segundo penso, ao se substantivar uma expressão, ela deveria cristalizar-se com a característica genérica do masculino neutro, inclusive seus termos internos variáveis. Na verdade, não estou afastando a hipótese de se fazer a concordância atrativa, como propôs a nobre professora, mas querendo saber se estaria afastada, por definitivamente incorreta, a concordância que propus. Gostaria de nova intervenção da Professora Edite Prada e, se não for o caso de ela se sentir melindrada, a opinião de outro consultor, para propor ou não uma ratificação. Muito obrigado.
Prontos?
Podemos usar prontos? Em que situações? E pronto? Pode explicar-me a diferença?
Grato.
Verbos introdutores do discurso
Recentemente ouvi a designação "verbos introdutores do discurso" mas na realidade não sei o que são ou quais são esses verbos. Gostaria que me pudessem ajudar.
O «vos» e o «consigo»
Li uma resposta aqui no Ciberdúvidas onde se falava sobre os pronomes pessoais no Brasil. Diz-se que esse uso é incorrecto na linguagem formal. O que quero saber é então como é que se pode fazer a diferença entre o ouvinte (você), e uma terceira pessoa (ele/ela). Se estou a falar com um homem a quem chamo de «você», no Brasil ou em Portugal, e, nós dois estamos a falar de outro homem (o Senhor Martin), como se pode especificar de quem se fala se digo algo como: «(No telefone) Você sempre fala do mesmo caso. Já lhe disse que isto é tão importante para si/você quanto para mim. O Senhor Martin estará aí durante umas horas e depois partirá consigo/com você. Apesar de tudo isto, receio que não poderei vê-lo.» Isto aqui é um texto que inventei neste momento. Talvez não seja tão genuino, mas há muitos casos assim. Agora, como se pode especificar de quem estou a referir-me aí? Sei que poderia dizer «ver o Senhor Martim», mas seria redundante. Tampouco «ver você» estaria correcto. Isto, como se sabe, leva também muita gente do Brasil usarem «te» com o pronome «você», i.e. «Deixe que eu te diga. Você vai ficar surpreendido». Esta trapalhada de pronomes, porém, também acontece em Portugal com «vocês», i.e. «Quero dizer-vos que vocês são muito simpáticos». No complemento indirecto já se diz: «Quero dizer a ele», «Vou mostrar a vocês que não é difícil». Em espanhol, esta diferença faz-se com o chamado «a pessoal», i.e. «Lo veo a usted», «Lo veo a él», «Los llevo (a ellos/a ustedes)». Então, como se pode dizer isto correctamente? Seja com «vocês, eles/elas» em Portugal, ou, «você, ele/ela» no Brasil. Eu sempre soube que estes usos são incorrectos, embora sejam utilizados como a norma. Quando uso «vocês», sempre faço a concordância com «lhes, os/as, seu(s)/sua(s)», mesmo que sempre veja e escute os portugueses fazerem a discordância com «vos, vosso(s)/vossa(s)». Em outra resposta no Ciberdúvidas, leio que este uso de «vos, vosso» em Portugal é mais provinciano, que o que se deve ensinar aos estrangeiros é usarem «lhes, os/as, seu» com «vocês». Mas, muitas das fontes para aprender português (de Portugal) que eu usei, ensinam «vos» como o complemento directo e indirecto que vai com «vocês», junto com «vosso». Por que é isto? Fiquei surpreendido quando o vi. Apenas começava a aprender português, e falando já espanhol, sabia que isso era errado. Até hoje, nego-me a usar «vos, vosso» com «vocês». Prefero usar o pronome «vós» e as suas formas verbais antes do que isso. No principio, tinha medo de que seria eu o «errado» nos olhos (e nos ouvidos) dos portugueses. Uma última pergunta tendo a ver com este tema, em Portugal, é aceitável o uso de «você» e «com você» em vez de «si» e «consigo»? Oxalá possam esclarecer as minhas dúvidas. Muito obrigado.
O si e o consigo
Em relação às perguntas Depois falo consigo e Hás-de/consigo/para si. Embora essas perguntas tenham já alguns anos por cima, gostaria de comentar as respostas dadas. Não creio que os senhores tenham entendido o que estava em questão. Acho que quando se diz «É lícito o uso de consigo e si nestas situações?» e o que está incorrecto em «Depois falo consigo», o que está em causa é o uso de si e consigo quando não se referem ao sujeito, mas antes estão no lugar de "ti" e "contigo" ao não se tratar a pessoa com que se fala por "tu" (o que, segundo o que sei, raramente acontece no Brasil). Pode ler-se numa edição da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira: «Camilo, numa polémica célebre, condenou a forma sintática – "Tenho muito dó de si", comentando: «Desta pertinácia infere-se que o velho adágio: não dar já por si nem pela albarda, fez hipóstase neste literato», Cancioneiro Alegre, II, cap. 7 p. 293. Seja, porém, por solecismo ou idiotismo nosso, é vulgar o emprego das variações "se", "si" e "consigo" sem valor reflexo e referindo-se à segunda pessoa, isto é, àquela com quem falamos ou a quem escrevemos: «gosto de si», «a minha felicidade depende de si», «leve isto consigo», «quero conversar consigo». Correcto será, pois: «gosto do senhor, da senhora, da menina, de você, etc.», «a minha felicidade depende da senhora, de vossa excelência, etc.», «quero conversar com o senhor, etc.». Contudo, escritores consagrados não se dignaram de empregar tal sintaxe: (...)» Não quero dar a entender que concordo com Camilo, a minha intenção é apenas ajudar a compreender essas questões, já que desde essa pergunta de 99, a questão não tornou a ser colocada. E, para terminar, tenho uma pergunta: porque se considera errada a frase «leve isto consigo», se esse "consigo" se refere ao sujeito da oração? Desde já obrigado.
O estilo Saramago
Olá! O meu nome é Inês, sou do Cacém e sou estudante do 12.º ano do curso científico-natural. A minha questão é sobre o estilo saramaguiano. Tenho de realizar um texto segundo o estilo saramaguiano e quando o meu professor nos propôs esta tarefa o meu primeiro problema foi precisamente definir o estilo saramaguiano. Gostava que pudessem "iluminar-me" um pouco sobre este assunto.
Obrigada pela vossa atenção.
Notas de rodapé; notas do tradutor
Visto não ter encontrado nos guias de elaboração de trabalhos científicos nenhuma explicação clara sobre as normas de apresentação das referidas notas, gostaria de vos perguntar se, para além do asterisco e da abreviatura N.T., existe alguma outra forma?
Se o tradutor inserir várias notas, devem estas ser numeradas como, por exemplo, as notas de rodapé? Quais são, em rigor, os critérios?
Agradeço desde já a vossa preciosa ajuda e uma vez mais felicito a vossa equipa pelo excelente trabalho desenvolvido em prol da língua portuguesa.
Texto epistolar
Gostaria de saber mais sobre esse tipo de texto epistolar. Tenho procurado muito e nenhum resultado encontrei. Do que se trata, exemplos, usualidade.
