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Textos publicados pela autora

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A regência do verbo contentar

Pergunta: «Homero, porém, não se contentou com repetir os relatos que a tradição lhe administrara.»«…os críticos costumam conservá-las nas suas edições, contentando-se apenas com indicá-las com um sinal para informação do leitor…»Nas duas frases não se deveria pôr, no lugar de com, em? Resposta: No que respeita à regência do verbo contentar, podem usar-se ambas as preposições (com e em) antes de um verbo no infinitivo....

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«Maré alta» e «por onde»

Pergunta: Como se escreve: "maré-alta", ou "maré alta"? «Por onde» é uma locução prepositiva?Resposta: A expressão lexicalizada maré alta escreve-se sem hífen, mas é o mesmo que preia-mar, com hífen. Quanto a «por onde», não se trata de uma locução, uma vez que as duas palavras não se encontram associadas com vista a exercerem uma função única e específica. Temos uma preposição (por) e um advérbio (onde), ou um pronome relativo, conforme o...

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Sobre a adaptação de estrangeirismos, novamente

Pergunta: Estranhou-me esta afirmação: «A sua argumentação a favor da manutenção da forma original dos estrangeirismos drakars e skalds parece-me válida. Todos sabemos que há estrangeirismos difíceis de adaptar (T-shirt, surf, download, abat-jour...) e outros que podem ser aportuguesados com naturalidade, sem que a sua forma cause estranheza (batom, futebol, hambúrguer, blogue).» Por que difíceis? No Brasil há "séculos" dizemos/escrevemos camiseta, surfe e abajur. Quanto a download, ainda não apareceu uma forma...

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A tradução de "carjacking"

Pergunta: Nas vias públicas e nas estradas da comunicação, os carjackers assaltam-nos todos os dias. Se os automobilistas (e a polícia) pouco podem contra o carjacking, que podemos nós propor em alternativa a esta actividade que, pelo estrangeirismo, soa a conceituado diploma internacional em vilania?Resposta: É, de facto, possível traduzir carjacking em português: podemos dizer «sequestro automóvel», «usurpação de viatura» ou «assalto a viatura ocupada». O Dicionário Inglês-Português da Porto Editora, por exemplo,...

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O uso de «face a»

Pergunta: Li, um dia destes, a gramática de Fernão Oliveira, cujo estudo introdutório era de Eugénio Coseriu, e, numas das notas ao livro, li isto: «também deste ponto de vista, João de Barros representa um retrocesso face a Oliveira, pois admite para o português os seis casos do latim.» «Face a…»: pelas respostas que eu já tive oportunidade de ler no Ciberdúvidas, «face a» não se deve usar; mas por que razão até os melhores erram? Estarão eles também já contaminados por todos os estrangeirismos que entram todos dias por Portugal...
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